Virou moda, foi considerada a palavra do ano em 2013 e agora está a matar pessoas que se metem nas situações mais perigosas para conseguir o melhor ângulo. Falamos da selfie, esse grande símbolo da era moderna cuja adesão por parte das pessoas tem sido tão grande que investigadores da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos recomendaram que fossem criadas zonas de "selfies proibidas". A recomendação decorre de um estudo publicado este ano que concluiu que entre 2011 e 2017 morreram 259 pessoas só a tentar tirar selfies sozinhas ou com amigos.
A investigação teve como base o levantamento de obituários de várias publicações mundiais através da pesquisa de certas palavras-chave como "mortes por fotografias selfie" ou "acidentes com selfies". Os resultados foram surpreendentes: 72% das vítimas eram homens e desde 2011 que os números têm vindo a crescer. Em 2011 havia apenas três relatos de mortes acidentais, mas em 2016 esse número subiu para 98 e em 2017 passou para 93. Ainda assim, os investigadores alertam para o facto de esse número poder ser muito superior, e 2018 ainda está a três meses de terminar.
"Acreditamos que muitas das mortes acidentais por selfies não sejam reportadas, até porque essa nunca é a verdadeira causa de morte quando é identificada pela equipa forense", revela o estudo. Por exemplo, certos acidentes na estrada devido a fotografias tiradas ao volante são sempre reportados como "acidentes de viação", o que faz com que este problema seja menos conhecido pela grande parte da população.
As montanhas, os edifícios altos e os rios são os locais onde geralmente são encontrados os corpos de pessoas que tentaram a sua sorte de telemóvel na mão. "A verdadeira magnitude do problema é subestimada e é importante que todas as causas e motivos para o número crescente de mortes por selfies sejam analisados de maneira a que todas as precauções possam ser tomadas o mais rapidamente possível", lê-se ainda no estudo.
Um dos casos mais recentes e conhecidos aconteceu em julho quando um jovem de 19 anos caiu de um precipício depois de ter tentado uma fotografia extravagante na Austrália. Pouco tempo depois, em setembro, outro jovem caiu de uma montanha na Califórnia, nos Estados Unidos, pelo mesmo motivo, e a tendência, dizem os investigadores, é para que nada seja feito em relação a isto e os números de mortes continuem a subir de "forma exagerada e alarmante".