Jéssica Biscaia foi morta em junho em Setúbal. A menina de 3 anos não resistiu aos ferimentos provocados por pontapés, queimaduras e agressões com objetos. As 131 lesões que tinha no corpo foram infligidas por uma família a quem a mãe de Jéssica deveria dinheiro.

Mesmo depois de ver a filha em agonia, Inês Tomás foi arranjar-se para passar a noite num bar de karaoke, onde até cantou, relata o "Correio da Manhã". O facto de não ter feito nada para salvar a filha, mesmo testemunhando o estado em que se encontrava, contribuiu para a pena.

Mãe de Jéssica utilizava a filha para tráfico de droga e sabia que a menina de 3 anos estava a ser espancada
Mãe de Jéssica utilizava a filha para tráfico de droga e sabia que a menina de 3 anos estava a ser espancada
Ver artigo

Inês Tomás está indiciada pelo crime de homicídio qualificado na forma de omissão. A bruxa Tita, o marido Justo e a filha Esmeralda, que torturaram a criança durante dias, arriscam-se a ser condenados a 25 anos de prisão. As três mulheres estão na cadeia de Tires.

Inês Tomás, 37, teria contraído dívidas para com esta família, que ficou com a menina em cativeiro e a utilizou enquanto correio de droga entre Setúbal e Leiria, o que ajudava a pagar a dívida. Quando finalmente entregaram Jéssica à mãe, inanimada e com o rosto desfigurado, Inês nada fez.

O facto de Jéssica ter partido um iPad poderá ter contribuído para esta tragédia, aponta o mesmo jornal. Os atos de bruxaria estarão na origem das dívidas, sendo que Inês Tomás pediu "amarração" à bruxa Tita, para que Paulo, o homem com que vivia, não a deixasse.