A irmã de Cristiano Ronaldo, Kátia Aveiro, utilizou as redes sociais para comentar as críticas à ausência do craque nas cerimónias fúnebres de Diogo Jota e André Silva, que decorram na sexta-feira, 3, e sábado, 4, em Gondomar. O capitão da Seleção Nacional não esteve nem no velório nem no funeral dos dois jogadores, e a decisão de não comparecer está a causar muita polémica e revolta.

"O meu irmão chegou onde chegou porque ele não é igual aos outros, ele é diferenciado. Ele fez tudo diferente do que a maioria das pessoas faz, e por isso é que chegou onde chegou. Não foi com favores, foi fruto de trabalho, dedicação, carácter, amor e paixão por aquilo que ele faz", começou por dizer Kátia Aveiro numa série de stories publicadas no Instagram na noite deste sábado.

Ausência de Ronaldo em funeral de Diogo Jota causa polémica. "O carácter define-se nestes momentos"
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"É uma figura mediática, sofre muito mais do que nós, família, por não poder ir a determinados eventos, porque onde ele vai é motivo de aparato (...) Não pode ir a casamentos porque se perderia o foco do real sentido do casamento, não pode ir à festa de um sobrinho, a um evento maior porque também se perderia o foco do objetivo, não pode ir a um café ou a uma esplanada por razões óbvias", disse.

A irmã de CR7 recordou também que, há 19 anos, na altura em que o pai de ambos morreu, existiu muita atenção no funeral."Não havia a informação que há hoje em dia e não houve respeito. Imagina o meu irmão ter ido ao velório do Diogo e do André. Não vamos ser hipócritas."

"Os mesmos que estão a criticar são os que o sempre criticaram. Os que diziam 'o que é que ainda está a fazer na Seleção, devia dar o lugar aos mais novos', são agora os que estão a dizer que o capitão não foi ao funeral. Mas quem é que está a falar de futebol? Trata-se de uma família que perdeu duas pessoas, filhos, maridos, namorados (...) Aqui não existe capitão, não estamos a falar de futebol. Parem de ser hipócritas porque é feio, está feio", disse ainda.

Kátia Aveiro referiu que tanto ela como até os filhos estão a receber muitas mensagens sobre a ausência de CR7. "Vocês devem ter um trauma qualquer, devem achar que ele é uma máquina, sem sentimentos. Ele sabe o que está a fazer, é ridículo termos que explicar o óbvio que aconteceria se ele fosse ao funeral."

A irmã do craque aproveitou ainda para lançar farpas aos muitos comentadores que estão a criticar a decisão de Ronaldo em espaços televisivos. "Eu vejo velhos com alguma experiência televisiva a criticar a ausência dele. As pessoas não pensam", disse, acrescentando também que sabe que ela própria será alvo de críticas por defender o irmão. "Já sei que vão dizer que é para aparecer. Se eu quisesse aparecer, ia ao funeral (...) O Ronaldo faz comichão a muita gente."

A ausência de CR7 foi a mais notada no funeral de Diogo Jota e André Silva, que morreram esta quinta-feira num acidente de viação em Espanha. Para além da presença em peso do plantel do Liverpool, foram várias as estrelas do futebol a marcar presença no funeral, como os jogadores João Félix, Rúben Dias, Danilo, André Horta, Renato Veiga, José Fonte, Bernardo Silva, João Cancelo e Rui Patrício, entre muitos outros.

O selecionador nacional, Robert Martinez, também não faltou, bem como o ex-selecionador, Fernando Santos. O presidente da FPF, Pedro Proença, João Vieira Pinto, da estrutura da FPF, e os ex-jogadores Ricardo e Abel Xavier também estiveram em Gondomar, entre outros.

Rubén Neves, melhor amigo de Diogo Jota, despediu-se ontem do Mundial de Clubes, nos EUA, mas não faltou ao funeral. Foi uma das presenças mais emocionadas e carregou a urna que transportava o corpo do jogador de 28 anos da capela para a igreja onde se realizou a missa.