Estamos no fim-de-semana que antecede o 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima. É por estes dias que, num ano normal, a vila de Fátima começa a receber peregrinos de todo o lado. Este ano esse cenário não vai acontecer devido à pandemia de COVID-19. E é com o intuito de não deixar ninguém chegar ao Santuário de Fátima que está montado um cerco à volta da vila com milhares de militares da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Os militares têm como objetivo não deixar passar os peregrinos que queiram visitar aquele local numa altura importante para os cristãos, avança a edição em papel do “Correio da Manhã”.
Esta operação vai decorrer em duas fases: no próprio santuário e na estrada. No local de peregrinação, os militares vão impedir o acesso ao santuário, aos parques de estacionamento e a outras áreas envolventes. Na estrada, vão decorrer operações de sensibilização e de aconselhamento para voltar a casa.
Ao todo, vão estar 3.500 militares da GNR envolvidos nesta operação. Por se prever que nos dias 12 e 13 sejam aqueles com maior agitação, as autoridades vão ter uma força ainda mais visível que vai proibir qualquer acesso ao recinto. Nestes dias vão estar militares apeados, a cavalo, com cães e com elementos da unidade de intervenção.
Este ano será o primeiro na história do santuário que as celebrações vão ocorrer sem peregrinos. Apesar de a possibilidade de realização do 13 de maio ter estado em cima da mesa, o reitor do santuário não admitiu essa hipótese e apelou a que ninguém se deslocasse àquele local nestes dias.
Em vez disso, foi pedido aos crentes que fizessem uma “peregrinação pelo coração” e que, em vez da procissão das velas em Fátima, acendessem uma vela em casa.
“Este é um momento doloroso: o santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza. Mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”, afirmou o reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas, numa mensagem publicada no site do santuário.
Foi também nesta ocasião que o padre reforçou que ninguém se deve deslocar o santuário para assistir às cerimónias do 13 maio, mas que acompanhem a “transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais”.