Depois de Portugal ter passado do estado de emergência à situação de calamidade pública, e de começar a aliviar as medidas de alguns setores económicos, pôs-se em cima da mesa a possibilidade de realização das celebrações do 13 de maio no Santuário de Fátima. As mesmas não vão acontecer e o próprio santuário, na pessoa do reitor, apela a que os peregrinos não se desloquem àquele local nos dias 12 e 13 de maio.
Esta é a primeira vez na história deste local que se realizam as cerimónias sem a presença dos milhares de peregrinos. Em vez disso, é pedido que se faça uma “peregrinação pelo coração” e que em vez da procissão das velas em Fátima se acenda uma vela em casa.
“Este é um momento doloroso: o santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza. Mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”, começou por explicar o reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas, numa mensagem publicada no site do santuário.
“Não podemos contar com a vossa presença física, mas gostaríamos de poder contar convosco. Porque não se peregrina só com os pés, mas também com o coração, propomos-vos que façais connosco uma peregrinação pelo coração: uma peregrinação por etapas, do dia 4 ao dia 13; uma peregrinação em que o caminho não é físico, mas interior”, acrescentou. O reitor sugere que a cada dia, a começar desta segunda-feira, se faça um “momento de reflexão e oração” e que em cada noite se “acenda à janela uma vela, até à procissão das velas do dia 12”. “Faremos, assim, uma bela procissão das velas, difundida por todos os lugares onde viveis e vos encontrais”.
O padre Carlos Cabecinhas pediu novamente para que ninguém se desloque ao Santuário nos dias 12 e 13, mas que acompanhem a “transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais”.
Apesar de pedir aos peregrinos que não se concentrem em Fátima durante estes dias, o santuário já começou a reabrir alguns locais de culto para visita e oração ainda que sem celebrações comunitárias e sem a presença física dos peregrinos. Os espaços museológicos abrem ao público a 19 de maio e as celebrações físicas com a presença física de peregrinos acontece a partir de 30 de maio.