Devido à pandemia da Covid-19, milhares de viagens foram canceladas. Muitos passageiros foram afetados e são cerca de 6700 os que continuam há meses à espera do reembolso dos bilhetes.
A 4 de março, ainda no início da pandemia em Portugal, a Deco — Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor — criou uma linha de apoio para o turista/consumidor que, até 30 de setembro, recebeu o contacto de 6694 passageiros, que reclamaram de atrasos nos reembolsos.
Segundo o "Jornal de Negócios", a Autoridade Nacional de Aviação Civil confirma "um elevado número de reclamações" e a TAP é a transportados mais visada. Nas redes sociais são já vários os grupos que protestam contra as transportadoras aéreas. Grande parte dos consumidores são levados a reagendar a viagem ou a aceitar um voucher que poderá ser usado noutra altura, mas nem todos aceitam estas condições e há passageiros que esperam há meses pelo devolução do dinheiro que, legalmente, deve ser feito num prazo de sete dias.
Contactada pelo mesmo jornal, a TAP assumiu "algum atraso" nos pagamentos, devido "ao elevado número de pedidos e à necessidade de analisar individualmente cada pedido" e garantiu que está a "envidar todos os esforços para resolver os pedidos com a maior brevidade possível".
Ana Sofia Ferreira, advogada da Deco afirma ao "JN", citado pelo "Observador" , que "é sonegada informação sobre o direito ao reembolso, o que é uma prática comercial desleal. Aos que não aceitam, a transportadora promete o reembolso, mas ele não é efetivado. Alguns esperam há um, dois, três meses".
A mesma advogada explica ainda que "não houve qualquer medida excecional que viesse alterar os direitos dos consumidores e, em caso de cancelamento pela transportadora, estes têm direito a ser reembolsados. Quando o consumidor desiste da viagem, mas dispõe de uma tarifa que lhe permite alterar ou cancelar a viagem, também tem direito ao reembolso".