O movimento Solidariedade TVDE apelou esta terça-feira, 1 de fevereiro, aos parceiros e motoristas das plataformas digitais que se juntem ao protesto para a defesa das condições de trabalho, como a fixação de um valor mínimo por serviço.
O protesto acontece esta quarta-feira, 2 de fevereiro, e está previsto que o grupo se concentre no Estádio Nacional do Jamor, em Oeiras, seguindo depois para a Avenida da Liberdade, onde ficará estacionado no sentido ascendente.
Marcos Pais, um dos motoristas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) explicou, em declarações à Agência Lusa, que a "grande questão é a necessidade de tarifas dignas" para o setor. "Trata-se de terceira semana seguida em protesto. Juntamo-nos às quartas-feiras. Na primeira entregámos um caderno de encargos à Autoridade da Concorrência no qual explicamos os custos que temos com a atividade", disse, citado pelo jornal "Observador".
De acordo com Marcos Pais, os motoristas TVDE "exigem a fixação de um valor mínimo por serviço, já que as plataformas [operadores Uber, Bolt e Free Now] aplicam as tarifas que bem entendem, independentemente dos custos para os motoristas, na luta que travam entre elas".
"Temos, neste momento, motoristas a passar fome"
Diogo Fernandes, motorista e proprietário de duas das empresas TVDE, frisa que neste setor há pessoas a passarem fome por trabalharem "muito abaixo do custo". "Precisamos de um preço fixo mínimo que cubra todas as despesas associadas às viagens e às próprias manutenções das empresas. Temos, neste momento, motoristas a passar fome", garante o trabalhador em declarações à TSF.
Atualmente, quatro anos após a lei que regulou a atividade, são três as operadoras a trabalhar no País: Uber, Bolt e Free Now, esta última criada a partir da MyTaxi (serviço de transporte em táxis através de uma aplicação de telemóvel) e que integra também os TVDE da antiga Kapten, avança o "Observador".
"Queremos uma tarifa mínima por dignidade e que cubra os custos de serviço", reiterou ainda Marco Pais, salientando que "o valor justo seria o quilómetro ser pago a 70 cêntimos", o que daria para pagar todos os compromissos, ficando com "uma margem de segurança" para qualquer tipo de eventualidade. "Menos que isso significa trabalhar no limite", frisou, citado pelo mesmo jornal.