A manhã desta segunda-feira, 29 de outubro, podia ter sido normal mas o início do dia foi tudo menos tranquilo na rua Huerto Manu, de Múrcia, em Espanha. Tinham passado poucos minutos das seis da manhã quando os serviços de emergência receberam chamadas de alguns habitantes que acordaram em alvoroço depois de ouvirem um estrondo na rua. Tratava-se de uma mulher de 37 anos que decidira atirar-se do sexto andar do prédio onde vivia, com o filho de apenas quatro anos nos braços.

Apesar da rápida atuação das equipas de emergência, não foi possível salvar a mulher que morreu de imediato devido ao embate. A criança foi levada para o Hospital Virgen de la Arrixada de Múrcia mas não resistiu aos ferimentos da queda e morreu pouco tempo depois.

A notícia foi adiantada pela revista espanhola "20 Minutos" que, ao que conseguiu apurar, não havia motivos aparentes para aquilo que a polícia identificou como um "ato aparente de suicídio" numa família normal. Segundo a mesma publicação, nunca foram feitas queixas em nome da mulher na Segurança Social ou nos Serviços Municipais de Apoio a Vítimas de Violência Machista — pelo que não havia motivos para suspeitar que algo de errado se passava com ela.

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Numa entrevista à plataforma "20 Minutos", a proprietária do bar, que está localizado no rés-do-chão do prédio, revela que apesar de lidar com a vítima diariamente, não tinha conhecimento de qualquer problema. "Cruzava-me com ela quando levávamos os nossos filhos ao infantário e tudo me parecia normal e perfeito. Ela adorava o filho", e diz que se tratava de uma família normal.

Ainda à "20 Minutos", uma vizinha contou estar verdadeiramente surpreendida pelo que tinha acabado de acontecer. "Aparentemente, aquela família não tinha problemas nenhuns e nunca passaram dificuldades, apesar de sabermos que a mulher estava separada há algum tempo do marido", continuou. Apesar disso, era "uma rapariga muito normal", diz e talvez por isso nunca ninguém tenha suspeitado de nada.

À falta de melhores explicações, a Polícia Forense não descarta a hipótese de se estar perante aquilo que designam como um caso de "suicídio ampliado", ou seja, uma situação em que a pessoa decide levar a cabo uma "conduta autoagressiva com o intuito de pôr termo à sua vida e à das outras pessoas que a rodeiam."

A investigação foi entregue à Polícia Nacional que tratará agora de ouvir a avó da criança que vivia na mesma casa e que, garante a mesma publicação, está a ser seguida por um grupo de psicólogos.