Centenas de pessoas dirigiram-se esta quinta-feira, 29 de outubro, à Praia do Norte, para ver o canhão da Nazaré. O acontecimento está a gerar vários ajuntamentos junto às falésias, conforme é possível ver em várias imagens recolhidas no local.
Sobre a situação, o presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro, disse em entrevista à TVI24 que "há que ter a perceção que não está a acontecer nenhum evento. O que está a acontecer é uma normal sessão de free-surf de ondas gigantes". "Há que perceber também que, não sendo um evento, nem o País, nem a Nazaré está fechada. Aliás, eu próprio não tenho autoridade para fechar a Nazaré", continua.
De acordo com edil, a promoção que tem sido feita em torno da Nazaré ao longo dos anos, "faz com que seja apetecível em época de ondas gigantes", justifica. "Vivemos numa pandemia, é uma verdade, mas o que quero reforçar com isto é que não há capacidade de impedir que estas pessoas, e posso dizer que há centenas de estrangeiros, venham", acrescenta.
Contudo, aquilo que se pode ver nas imagens recolhidas pela MAGG esta manhã no local, é que a situação está descontrolada e é possível avistar pessoas sem máscara e sem distanciamento social.
Walter Chicharro revela que o serviço municipal de Proteção Civil, está a "sensibilizar para o uso da máscara e da segurança", referindo-se ao perigo das arribas.
"No fundo, o que estamos a fazer, com sinalética, vários agentes da Proteção Civil, da autoridade marítima, da PSP, os próprios bombeiros, funcionários da Câmara, o serviço municipal da Proteção Civil está a intimar amigavelmente que todos usem a máscara e possam naturalmente contribuir para nada mais do que um grande espetáculo e uma grande recordação possam levar daqui", conclui.
A preocupação das autoridades é também relatada no Twitter por quem está no local.
Já Pedro Pisco, uma das pessoas responsáveis para dinamizar o turismo na região, e atual diretor-geral do Nazaré Qualifica, revela que, apesar de as autoridades estarem no terreno a "pedir pessoa a pessoa para colocar as máscaras", mas que "uma metem e, a seguir, quando eles viram as costas...", não conclui a frase, dizendo apenas que "depende do civismo de cada um".
O diretor-geral do Nazaré Qualifica revela ainda que está a ser um dia de "ondas bastante grandes" na Nazaré e que o acontecimento está a ter elevada atenção mediática. “Temos imprensa acreditada, equipas de produção da Netflix e outras produtoras que se acreditaram atempadamente temos alguma dificuldade na gestão das pessoas que aqui estão todas".
Onda gigante de críticas nas redes sociais
Pelas redes sociais começa a levantar-se uma onda gigante, mas de críticas. Pode ler-se: "Eu não acredito que estão centenas de pessoas na Nazaré, em plena pandemia, para ver ondas gigantes". Há ainda quem questione de modo indignado: "Quem é que algemou as autoridades pra ninguém conseguir fazer nada em relação ao ajuntamento na Nazaré - sem regras!?"