O regresso de Cristina Ferreira à TVI marcou o dia de sexta-feira, 17 de julho. A decisão apanhou toda a SIC de surpresa, mas sabe-se agora que as negociações entre a apresentadora e a TVI decorriam há um mês, num processo que terá tido o aval de toda a administração da Media Capital, avança o "Diário de Notícias".

As negociações, que foram realizadas na "absoluta discrição", terão contado com Cristina Ferreira e os seus representantes, bem como Nuno Santos que muito recentemente foi apontado como o novo diretor-geral da estação. As reuniões para formalizar o regresso à TVI, sabe-se agora, foram aumentando o interesse na mudança, até porque a apresentadora ambicionava duas coisas: "Por um lado, ter uma posição na administração e, por outro, ter mais responsabilidades efetivas na área do entretenimento", revela fonte próxima do processo ao mesmo jornal.

Esse último, aliás, era um dos pontos fundamentais que terá aliciado Cristina Ferreira a trocar a TVI pela SIC há dois anos. No entanto, essa terá sido uma experiência que "não terá corrido como esperado", revela fonte da TVI à mesma publicação.

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A notícia apanhou toda a SIC de surpresa. Mas já ao longo do dia desta sexta-feira circulavam em Carnaxide rumores que davam conta de negociações entre a apresentadora e a TVI. A apresentadora não deu hipótese ao canal liderado por Daniel Oliveira de apresentar uma contra-proposta e anunciou que iria sair da SIC, embora esteja ligada contratualmente ao canal até final de 2022.

Esta decisão deverá terminar em tribunal. O canal pode exigir o pagamento de pelo menos quatro milhões de euros pela saída "abrupta e surpreendente", revela o jornal "Expresso", que pertence ao mesmo grupo que a SIC.

Deste valor, cerca de dois milhões dizem respeito ao valor do salário dos dois anos de contrato não cumpridos e pelo menos mais dois milhões que são relativos a custos de parcerias e venda de produtos pelos quais a apresentadora dava a cara.

A notícia surge na mesma altura em que vários órgãos de comunicação social avançam que o salário da apresentadora na sua antiga casa será de quase três milhões de euros anuais  — com o valor estipulado nos 2.6 milhões de euros brutos por ano. 

Na estação de Balsemão ainda se está a digerir a notícia mas já se estão a preparar ações concretas para limitar estragos e proteger os direitos do canal. O "Programa de Cristina", líder das manhãs, deverá muito em breve mudar de nome, para algo mais genérico, dando assim tempo a que se prepare um novo formato já em setembro, com um novo apresentador, que muito provavelmente será João Baião, que já estava escalado para fazer as férias de Cristina Ferreira.

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A informação foi confirmada à MAGG por uma fonte do canal de Carnaxide. O novo formato poderá andar à volta da dinâmica e perfil do novo apresentador. Para já, e ao contrário do que estava previsto, o "Programa de Cristina" deverá assumir outro nome, mas o mesmo formato. Assim se deverá manter até final de setembro.

Em comunicado, a Media Capital diz que o regresso de Cristina Ferreira traz satisfação ao grupo. "Cristina Ferreira é querida dos portugueses e esta contratação reforça a estratégia do Grupo Media Capital de estar mais próximo das suas audiências."

Sabe-se que além da posição de diretora de programas, Cristina Ferreira vai ainda liderar a subsidiária Plural que é a produtora responsável por idealizar e produzir os conteúdos de ficção. Além disso, a apresentadora vai também ocupar uma posição de administração na Media Capital e será acionista da holding da Media Capital.