Portugal vai enfrentar uma terceira onda de calor já a partir deste sábado, 20 de agosto. A Direção-Geral de Saúde já deixou recomendações para suportar estas temperaturas anormalmente altas. Já há 70 concelhos em risco máximo de incêndio durante os próximos tempos.
Mas, afinal, o que é uma onda de calor? A partir de que valor nos termómetros se considera que estamos perante uma? Trata-se de um fenómeno comum ou esporádico? É algo relativamente recente em Portugal ou tem vindo a acontecer ao longo dos anos? Fomos descobrir.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), uma onda de calor ocorre quando a temperatura máxima diária é superior, em 5ºC, ao valor médio diário no período de referência em questão e durante, pelo menos, seis dias consecutivos.
Estas ondas de calor "podem ocorrer em qualquer altura do ano", mas "são mais notórias e sentidas pelos seus impactos quando ocorrem nos meses de verão", portanto, junho, julho e agosto. Junho é o mês em que acontecem com maior frequência em Portugal Continental.
Apesar de ser cada vez mais frequente devido ao aquecimento global, é possível perceber, com base nos registos meteorológicos, que este fenómeno de tempo excessivamente quente já existe há várias décadas. No nosso país verificaram-se mais ondas de calor a partir dos anos 90.
As maiores ondas de calor (em termos de intensidade, duração, extensão espacial e impactos socioeconómicos) em Portugal aconteceram em junho de 1981 (10 a 20 de junho), julho de 1991 (10 a 18 de julho) e julho/agosto de 2003 (29 de julho a 15 de agosto), segundo o IPMA. Julho de 2019 foi o mês mais quente de que há registo em todo o planeta.
Existem regiões mais suscetíveis a ondas de calor do que outras, destacando-se, por exemplo, o clima mediterrânico. Este fenómeno aumenta o risco de incêndios, provoca períodos de seca extrema, prejudicando a agricultura, e causa aumentos no consumo de água e de eletricidade. Pode ainda resultar em mortes por hipertermia (aumento da temperatura corporal).