Fica confirmada a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta das eleições presidenciais, votadas ao longo deste domingo, 24 de janeiro. O presidente incumbente e candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP conseguiu garantir aquele que era o cenário mais provável, a reeleição, com 60,7% de votos nas urnas. Em segundo lugar ficou a ex-eurodeputada Ana Gomes, com uma percentagem de 13%.

Este resultado terá, para André Ventura, deputado único e líder do Chega, ficado aquém daquilo que o candidato esperava. A consideração é do próprio que, nos últimos dias da sua campanha presidencial, garantiu aos jornalistas que seria uma derrota caso os resultados finais o colocassem atrás de Ana Gomes.

Antes disso, porém, já tinha feito saber que se demitiria caso não conseguisse ultrapassar a candidata socialista. Feitas as contas, no entanto, a verdade é que Ana Gomes não conseguiu uma votação expressiva que a permitisse distanciar-se com firmeza do candidato que representa a extrema-direita em Portugal e que, após a reação aos resultados, não aceitou responder às perguntas dos jornalistas.

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No seu discurso, André Ventura revelou que iria devolver aos membros do partido a decisão sobre se deveria continuar a liderar o Chega e o projeto que o partido defende. "Não fugirei à minha palavra e devolverei aos militantes do Chega se querem ou não a continuidade deste projecto à frente da esquerda", referiu.

Contabilizada grande parte dos votos, André Ventura somou 11,9% dos votos — ficando à frente de João Ferreira (4,3%), Marisa Matias (4%) e Tiago Mayan Gonçalves (3,2%), um dos fundadores da Iniciativa Liberal, partido que também o apoiou na corrida a Belém. Na última posição ficou Vitorino Silva, líder do partido RiR, que somou 2,9% dos votos.

Até às 16 horas, a afluência registada nas urnas foi de 35,44%. Os dados foram divulgados pela Comissão de Eleições perto das 16 horas deste domingo, 24 de janeiro, dia em que os portugueses decidiram quem seria o presidente da República durante os próximos cinco anos.

Dada à conjuntura atual, em que Portugal atravessa a pior fase da pandemia desde março, a expectativa de especialistas e agentes políticos era que a abstenção atingisse números recordes face aos de eleições anteriores. Esta fixou-se nos 60,5%.