Numa altura em que a autoestima de alguém se parece definir através do número de likes e comentários que as suas fotografias têm nas redes sociais, a "avaliação subjetiva que a pessoa faz de si mesma", que é o que o termo significa, pode estar distorcida.
Aquilo que pensamos e sentimos sobre nós próprios tem influência na nossa vida, no nosso dia a dia, pode influenciar decisões e ter consequências em diversas áreas como o trabalho, a escola, as relações sociais e a saúde física e mental.
E são também as redes sociais como o Instagram que têm vindo a afetar a saúde mental dos que a usam, conforme um estudo publicado pela Royal Society of Public Health. Segundo esta investigação feita em 2017 com 1500 jovens do Reino Unido entre os 14 e os 24 anos, esta rede social, tal como o Snapchat, tem prejudicado a autoestima dos mais jovens que não está tão alta como se poderia imaginar (pelo contrário, o YouTube tem tido um efeito positivo).
A ideia de que é na casa dos vinte anos que nos se sentimos mais bonitas e confiantes, só porque somos mais jovens, está errada. E parece que todo o conceito que glosa o dito sobre o vinho do Porto, de que a pessoa fica melhor com a idade, pode estar correta. Isto, segundo um estudo realizado pela Psychological Bulletin, que explica que o auge da autoestima acontece aos 60 anos.
Com este trabalho, baseado numa amostra que compreendia pessoas entre os quatro e os 94 anos, ficamos a perceber que a autoestima vai crescendo ao longo da vida. Entre os quatro e os 11 anos aumenta bastante, entre os 11 e os 15 estabiliza, e depois volta a crescer, atingindo o seu pico aos 60 anos, mantendo-se durante uma década.
Segundo os investigadores, a explicação para que seja nesta altura da vida que a pessoa se sente melhor com ela própria pode estar no facto de então já se sentir mais segura de si mesma, já ter mais experiência de vida e já não dar tanta importância ao que os outros pensam sobre elas. A partir dos 70, a autoestima decresce ligeiramente, caindo ainda mais a partir dos 90 anos.