María del Carmen Martínez-Bordiú y Franco – um nome longo o suficiente para uma história com tantas reviravoltas. Quem é esta mulher? É neta do General Franco, tem 67 anos, e uma vida que nem sempre lhe sorriu – perdeu um filho aos 33, casou três vezes (e ainda teve espaço para alguns romances), e hoje namora com um coach emocional de 33 anos que não se dá com a sua família.
Está cansada das polémicas espanholas em que tem visto a sua família envolvida e quer mudar-se para Portugal. Segundo a imprensa espanhola, diz querer viver num ambiente natural, longe das grandes cidades. Talvez assim consiga a tranquilidade que não tem marcado a sua vida.
Os sucessivos casamentos e a perda do filho
Sendo a mais velha de sete irmãos, conseguiu o título de segunda duquesa de Franco, herdado da mãe, que morreu em dezembro passado. Nasceu no Palácio do Prado, em Madrid, e foi lá que cresceu e que casou, aos 21 anos, com Alfonso de Borbón, Duque de Anjou e de Cádiz, neto do rei Alfonso XIII de Espanha. Tiveram dois filhos, mas divorciaram-se em 1982.
Em dezembro de 1984, a duquesa de Franco casava (já grávida) com o antiquário francês Jean-Marie Rossi. Mas este não foi um ano fácil para nenhum dos noivos. No início do ano, o filho mais velho de Carmen Martínez-Bordiú morreu num acidente de carro em que seguia com o pai e com o irmão mais novo. Uns meses mais tarde, foi a vez da filha de Jean-Marie Rossi morrer num acidente de barco. Quatro meses depois do casamento, nasceu María Cynthia Francisca Matilda Rossi, com um nome de homenagem aos dois irmãos que não chegou a conhecer: Francisco e Mathilda.
A neta de Franco só voltaria a casar em 2006, mas antes ainda chegou a viver com o arquiteto Roberto Federici, com quem namorou durante cerca de 11 anos. O terceiro casamento, com o ex-atleta e empresário José Campos García, durou apenas sete anos.
Depois disso, envolveu-se com o empresário Luis Miguel Rodríguez, mas atualmente namora com Timothy McKeague, um coach emocional de 33 anos, que não se dá com a sua família. O "El Chatarrerro" (Luis Miguel Rodríguez), como é conhecido em Espanha, está agora em clima de romance com a famosa designer de moda, Ágatha Ruiz de la Prada.
As polémicas da família de Franco
A vida atribulada não é de agora, mas os motivos que levam a duquesa de Franco a querer mudar-se para Portugal são recentes – desde a morte da mãe, que ela e a restante família têm estado no centro de algumas polémicas.
Carmen Martínez-Bordiú herdou o título de duquesa, mas não por vontade do governo espanhol, que tem intenções de lho retirar, por ser um símbolo da ditadura franquista. Invoca-se a lei da Memória Histórica espanhola (que reconhece uma série de direitos às vítimas da Guerra Civil e da Espanha franquista), já que ela prevê a abolição de todos os símbolos dessa época. O que falta saber é se o título herdado por Carmen Martínez-Bordiú pode vir a ser incluído na previsão legal, já que esta nunca chega a referir-se especificamente a títulos nobiliárquicos.
Por outro lado, a mais recente polémica que envolve a família tem que ver com o Vale dos Caídos, complexo idealizado por Franco e pensado para homenagear as vítimas da Guerra Civil Espanhola, e onde está o corpo do ditador espanhol, que morreu em 1975. O partido socialista espanhol quer retirar os restos mortais de Franco do Vale dos Caídos, para o transformar num espaço de reconciliação nacional, mas os netos do General Franco estão contra a iniciativa do governo, ameaçando acusá-lo do crime de profanação de cadáver, caso a exumação dos restos mortais do avô se dê.
Mas não é só Carmen Martínez-Bordiú e a família que estão debaixo de fogo. Aquela que era a casa de férias de Franco também está. O Paço de Meirás fica na Galiza e foi oferecido ao ditador no final da Guerra Civil Espanhola. O problema com esta propriedade começou logo na forma como chegou às suas mãos – a casa terá sido forçosamente comprada aos anteriores proprietários, com dinheiro proveniente de impostos aplicados pelo estado espanhol. Mais recentemente, depois da morte da mãe, os sete netos de Franco decidiram colocar a casa à venda – só que o Paço de Meirás é um bem de interesse cultural, e os espanhóis, não satisfeitos com a venda de parte do seu património histórico, querem reivindicá-lo para si.