Busking é mais um daqueles termos em estrangeiro que nos deixam a pensar mas de que raio estarão eles a falar. Comecemos então pela explicação. Busking não é mais do que arte de rua, daquela que vemos desde sempre, seja em forma de cantor com uma viola, cantor sem a viola, malabarismo, bolhas de sabão gigantes, mimos ou homens estátua.

Há quem a considere a forma artística mais democrática que existe, até porque, para alguns, é a única a que têm acesso. Além disso, não é preciso pagar bilhete e cada um contribui com o quantia que acha adequada.

Feitas as apresentações a algo que, afinal, conhecemos toda a vida, está na hora de anunciar que Lisboa recebe, de 10 a 16 de setembro, um festival totalmente dedicado à arte de rua. Chama-se Chapéus na Rua, numa alusão ao chapéu que costuma estar pousado em frente ao artista ou que este faz circular por entre o público, à espera de uma contribuição.

MADURA, um projeto diferente que só (quase) tem mulheres acima dos 55 anos
MADURA, um projeto diferente que só (quase) tem mulheres acima dos 55 anos
Ver artigo

O evento, produzido pela COR.D’A – Corrente d’Arte Associação, conta, nesta que é a sua terceira edição, com 14 artistas nacionais e internacionais para atuações de teatro, música, malabarismo, dança, mastro chinês e marionetas.

O próximo fim de semana é o mais intenso no que toca a atividades, que se concentram no Largo do Intendente, Campo das Cebolas e Mercado das Culturas, em Arroios.

O início da festa acontece na sexta-feira, às 19 horas, no Largo do Intendente, com um cabaret que apresenta algumas das performances que vão ser decorrer nos dias seguintes.

No sábado e domingo, o melhor mesmo é deixar-se levar pela onda, sabendo que a partir das 13 horas e até a festa durar, estão marcadas performances musicais, teatro, malabarismo e dança. No sábado, por exemplo, às 15h30, Joe Fleming Band apresenta o seu espetáculo no Largo do Intendente, durante o qual recorre a um loop pedal — máquina que permite a gravação e reprodução de áudio de forma cíclica — para combinar guitarra acústica, baixo e harmonias vocais e criar uma mistura de reggae e acoustic soul. Volta a repetir o espetáculo no domingo, também no Largo do Intendente, às 18h30, e no Campo das Cebolas, às 13 horas.

Sabia que está a ver cinco pessoas e não um sapo?
Sabia que está a ver cinco pessoas e não um sapo?
Ver artigo

O espetáculo de circo "O Semáforo" de Tiago Silva acontece também nos dois dias: sábado às 17h45 e domingo às 16h15, ambos no Largo do Intendente. Engloba malabarismo, equilibrismo e clown, criando uma personagem que retrata a vida de um malabarista de semáforo.

Até ao fim de semana, a cidade já mexe e, nos dias 10, 11 e 12 há um workshop de iniciação ao clown e na quinta-feira, às 19 horas, está marcada uma conversa sobre “O papel das artes de rua nos processos de regeneração urbana e social”, com o intuito de promover a ligação entre os agentes culturais, artistas e todos os interessados no desenvolvimento do circo contemporâneo e as artes de rua

Todos os espetáculos são gratuitos, claro, mas a ideia é que o chapéu não fique vazio.