Esta terça-feira, 11 de maio, o Sporting Clube de Portugal sagrou-se campeão, mas os festejos revelaram um enorme falhanço, devido à multidão que se juntou no exterior do estádio José Alvalade e também aos desacatos que se seguiram.
Na sexta-feira anterior, 7 de maio, realizou-se uma reunião onde estiveram presentes o chefe de gabinete do secretário de Estado da Administração Interna e representantes do Sporting, da Direção Geral da Saúde, da Câmara Municipal de Lisboa e da polícia, reunião essa que tinha como objetivo planear os festejos do campeonato. Contudo, a falta de entendimento entre as entidades não permitiu que tal acontecesse, acabando por não se decidir nada, noticia esta sexta-feira, 14 de maio, o jornal "Expresso".
Nesta reunião, de acordo com o mesmo jornal, a PSP propôs que se abrisse o Estádio de Alvalade aos adeptos (ideia que foi afastada pelas autoridades de saúde que disseram que que só seriam permitidas 2500 pessoas nas bancadas, um número muito abaixo das que eram esperadas).
Além desta, a PSP sugeriu ainda que fosse feito o controlo de adeptos num perímetro fechado na zona do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade. "As pessoas seriam revistadas à entrada. Haveria menor risco de atirarem pedras, garrafas e petardos, como veio a acontecer”, conta o comissário Bruno Pereira, vice-presidente do Sindicato dos Oficiais de Polícia, ao mesmo jornal que adianta ainda que também esta ideia não foi aceite.
Da parte do Sporting surgiu ainda a proposta do passeio de autocarro aberto com os jogadores entre o estádio e o Marquês de Pombal, ideia à qual apenas a PSP se opôs por razões de segurança. No meio de tantas propostas não acolhidas na reunião, nada se decidiu e fonte do Governo releva ao "Expresso" que "não houve mais nenhuma".
Marcelo Rebelo de Sousa considera que "são todos responsáveis"
O presidente da República mostrou-se desde o primeiro dia descontente com o desfecho dos festejos, dizendo que "quem devia prevenir não conseguiu prevenir". Neste momento, e a poucos dias da final da taça de Portugal que se realiza a 23 de maio, Marcelo Rebelo de Sousa diz ao "Expresso": "Espero que aprendam".
Aos que culpabilizam apenas o ministro da Administração Interna, Marcelo relembra ainda que "não estamos num sistema presidencialista em que o Presidente da República é primeiro-ministro ao mesmo tempo", escreve ainda o mesmo jornal referindo que o presidente passa a decisão de algo a mudar para António Costa.
Ainda quanto aos festejos, sabe o "Expresso" que no dia da reunião os serviços da Câmara de Lisboa receberam um e-mail de três cidadãos, não identificados como membros da Juventude Leonina, a comunicar a "intenção de fazer uma manifestação no dia 11 de maio, desde as 14h até às 22h30, nas imediações do Estádio de Alvalade".
Manifestação essa que a polícia considerou que se poderia realizar, desde que os organizadores garantissem o uso de máscara e distanciamento físico, coisa que não aconteceu. O facto de a festa da Juventude Leonina ter acontecido sem restrições, fez com que o planeamento das autoridades de saúde, CML, PSP e Sporting fosse muito criticado após os confrontos existentes.