No início de agosto, um surto de COVID-19 na Residência Montepio, um lar de luxo no Porto, infetou 48 pessoas. Dessas 48, 29 eram utentes e 19 eram profissionais do lar. Até agora, o surto matou 16 pessoas, segundo os números oficiais avançados pela Administração Regional da Saúde (ARS) do Norte ao jornal "Público".
A ARS resistiu em divulgar a informação e só o terá feito quando o mesmo jornal confirmou a morte de 14 das 24 pessoas que tiveram de ser internadas devido a complicações decorrentes de infeção, revela uma fonte do Hospital S. João à mesma publicação. Este "secretismo", tal como o jornal "Público" refere, engloba também a direção do lar Residência Montepio — que até sexta-feira, 28 de agosto, não tinha confirmado casos de infeção ou mortes.
Embora tivesse, no total, 109 utentes instalados na Residência Montepio, as condições das instalações eram boas. No entanto, a taxa de letalidade associado ao lar está situada nos 55% — sendo mais alta do que no lar de Reguengos de Monsaraz, onde ficou fixada nos 20%.
António Fonseca, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, onde está localizado o lar do grupo Montepio, explica que não foi pedida qualquer colaboração pela instituição e que a informação sobre o surto circulou em "circuito fechado".
“Como autarca preocupa-me esta falta de informação numa instituição que deveria dar o exemplo. O lar está inserido numa zona habitacional e a comunidade está exposta sem saber”, revelou à mesma publicação.