António Mascarenhas, suspeito de matar três mulheres no Algarve – Josiele Rodrigues, 25, que desapareceu em dezembro de 2022, Sandra Andrade, 49, e Tatiana Mestre, 29 –, esteve com uma prostituta, a quem pagou 1000 euros por MB Way, enquanto transportava o corpo da brasileira Josiele Rodrigues na mala do carro, revela o “Correio da Manhã”.
Os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) de Faro reconstituíram a noite de 6 de dezembro, último dia em que o telemóvel da vítima funcionou e a noite em que a acompanhante de luxo terá sido morta por estrangulamento. Perceberam, assim, que o suspeito esteve primeiro numa casa de alterne em Messines, no Algarve, e só depois seguiu para Ourique, onde atirou o corpo para uma ribanceira.
Na mesma noite, o suspeito, conhecido por Kenny, que está atualmente em prisão preventiva por tráfico de droga, esteve durante horas a beber e tentou pagar com o cartão de crédito de Josiele. Como não sabia o código e o montante era de 200€, não o conseguiu fazer e as câmaras de vigilância do estabelecimento gravaram o sucedido. Esse cartão bancário foi encontrado no carro do suspeito.
Depois de se livrar do corpo da vítima, Kenny sofreu um acidente nessa mesma madrugada. Abandonou, portanto, o carro no Algarve com os documentos e o telemóvel, bem como alguns bens de Josiele, e fugiu para Lisboa, onde foi apanhado depois de a sua namorada ser seguida durante dias pela Polícia Judiciária. A PJ aguarda o resultado das perícias ao carro, em que se irá perceber se o homicídio de Josiele aconteceu no carro ou se este foi apenas usado para transportar o corpo da vítima.
António Mascarenhas é também suspeito da morte de Sandra Andrade, motorista da TVDE de 49 anos, que foi encontrada morta e desmembrada dentro de uma mala de viagem, em agosto de 2022, no Algarve. Kenny foi presente ao Tribunal de Faro, dia 2 de fevereiro, e o procurador presente na sessão pediu a liberdade do suspeito por “provas insuficientes”, segundo o “Correio da Manhã”.
Além disso, Kenny foi condenado a 12 anos e foi depois absolvido pelo Tribunal da Relação de Évora pela morte de Tatiana Mestre, de 29 anos, que foi asfixiada e queimada, em Loulé, também no Algarve, devido a um “embaraço” nas provas. António não pode voltar a ser julgado e, assim, o crime de 2018 fica sem punição, mesmo que com novas provas.