Noah, o menino de dois anos que foi dado como desaparecido na manhã desta quarta-feira, 16 de junho, em Proença-a-Velha, em Idanha-a-Nova, foi encontrado com vida ao final da tarde desta quinta, 17, avança o "Correio da Manhã", uma informação também confirmada pela Polícia Judiciária (PJ) ao "Observador". Depois de mais de 30 horas de buscas, a criança foi resgatada com vida de uma zona de mato depois de ter sido avistado por populares.

O estado de saúde da criança carece ainda de confirmações oficiais. Jorge Massano, capitão da Guarda Nacional Republicana, revelou que o menino foi encontrado numa zona florestal por volta das 20h, em Proença-a-Velha, “mais perto de Medelim”, um local para o qual a GNR alargou as buscas durante a tarde, salienta o "Observador".

Entre a casa da família de Noah e o local onde foi encontrado são cerca de quatro quilómetros em linha reta, mas a GNR acredita que a criança terá andado cerca de dez quilómetros. Jorge Massano garantiu que Noah está a ser avaliado pelos médicos, e apesar de inicialmente ter sido avançado que o menino estaria gravemente ferido, pelo "CM", outras informações salientam o contrário: um amigo da família terá afirmado que viu o menino “de pé a beber água” , escreve o "Observador", e o "JN" avança que sofreu apenas ferimento ligeiros, e terá ficado também desidratado. 

Noah esteve desaparecido mais de 30 horas, com as buscas a intensificarem-se no terreno entre cidadãos e agentes da autoridades com recurso a drones, cães e mergulhadores — que identificaram os vários poços e as linhas de água próximos do local de onde a criança terá desaparecido.

Noah terá saído de casa entre as cinco e as oito horas da manhã com a sua cadela e que até à tarde de quinta-feira, 17, já tinham sido encontradas várias peças de roupa muito semelhantes àquelas que levava vestidas.

GNR e PJ procuram Noah, menino de dois anos desaparecido em Proença-a-Velha
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Também foram registadas várias pegadas a 300 metros do local onde a primeira camisola semelhante à de Noah foi encontrada.

A data e a janela de tempo em que Noah terá desaparecido

A criança de dois anos terá saído de casa entre as cinco e as oito horas da manhã desta quarta-feira, 16 de junho. O alerta foi dado pela mãe depois de, ao acordar, não ter encontrado o filho no quarto nem as suas galochas azuis.

A irmã de Noah, 6 anos, estava a dormir quando a mãe estranhou a ausência do filho. O alerta foi dado perto das 8h30 à Guarda Nacional Republicana (GNR).

Aos agentes no terreno, que chegaram perto das 9 horas, a família terá dito que Noah tinha como hábito sair sozinho de casa com a sua cadela para ir ter com o pai aos terrenos agrícolas que ficavam perto de casa, segundo a SIC Notícias. A família terá ainda descrito Noah como uma criança ágil e com a capacidade de calçar as suas galochas e sair da habitação que, segundo os próprios, era hábito ter a porta de casa destrancada, diz o "Correio da Manhã".

A cadela da família, com quem Noah terá saído de casa, foi encontrada ainda na noite de quarta-feira, sozinha, a cerca de dois quilómetros da habitação.

Encontradas peças de roupa e pegadas junto ao rio

Depois de uma fase inicial de buscas, que juntou autoridades, equipas com cães e cidadãos que se voluntariaram para ajudar, ainda não havia, até à meia-noite de quinta-feira, notícias sobre o paradeiro da criança.

Foi, no entanto, encontrada uma "peça de roupa de criança", mas que não foi possível provar imediatamente que pertencia "ao rapaz", revelou fonte da GNR ao jornal "Observador". A mãe de Noah, porém, terá garantido às autoridades que aquela peça de roupa, encontrada a 300 metros de um riacho, pertencia ao filho, diz o "Correio da Manhã".

A 300 metros do local onde foi encontrada a camisola, detetaram-se também pegadas de criança. Pouco depois das 13 horas desta quinta-feira, as autoridades encontraram mais peças de roupa que se assemelhavam àquelas usadas por Noah — nomeadamente, uns calções, uma fralda e uma galocha, segundo adiantou o mesmo jornal.

Autoridades procederam ao reconhecimento de poços e chamaram mergulhadores

Devido à topografia do local em questão, em Proença-a-Velha, as autoridades reforçaram as buscas em setores, como as apelidaram, e em três valências.

"Vamos dar continuidade às buscas no terreno. Será uma busca por setores, como tem sido até este momento. Vamos empenhar três valências: pessoal a fazer buscas no terreno, meios aéreos e elementos cinotécnicos [buscas com cães] no terreno", explicou fonte oficial da GNR aos jornalistas, citado pelo "Observador". No entanto, a topografia do local, com uma zona acidentada de mato, dificultou o processo — especialmente à noite.

As autoridades procederam ao reconhecimento de vários poços que existem no local, alguns deles sem qualquer proteção, através não só de cães, mas também de drones que foram utilizados para sobrevoar o local, diz o "Observador".

Na manhã desta quinta-feira, as autoridades chamaram também equipas de mergulhadores com o objetivo de identificar e investigar todas as linhas e pontos de água. No local estiveram cerca de 127 agentes no terreno. Os pais também estiveram no terreno e receberam apoio psicológico.

Polícia fala em desaparecimento acidental

Ainda na manhã desta quinta-feira, soube-se que os inspetores da PJ no local trataram o caso como uma situação de desaparecimento acidental.

"Não existem indícios de que tenha sido vítima de uma ação criminosa mas nesta altura nada é definitivo", revelou fonte oficial da PJ ao jornal "Expresso". Os inspetores baseiam-se nos depoimentos recolhidos junto da família que explicam como era habitual Noah sair de casa com a cadela para ir ter com o pai aos seus terrenos agrícolas.

"Não é a primeira nem a segunda vez que Noah sai cedo da cama e vai ter com o pai juntamente com a cadela", explicou a mesma fonte ao jornal, sugerindo que o mesmo possa ter acontecido aquando do desaparecimento da criança.

Nos restantes depoimentos recolhidos no local a vizinhos, todos eles falam de uma família "estruturada", "trabalhadora" e "sem referências negativas", pelo que, para já, está afastada qualquer intenção criminosa, ainda que a mesma fonte oficial reforce que é cedo para fazer qualquer juízo.