Já há um torniquete virtual para que seja feito o controlo de entrada e saída das praias enquanto o novo coronavírus continuar ativo em comunidade. Funciona em paralelo com um semáforo que permite contabilizar, em tempo real, o acesso às praias e alertar a Proteção Civil ou empresas municipais quando a lotação máxima for excedida.

Criado pela Smart City Sensor, uma start-up portuguesa, este torniquete virtual funciona através de um sistema de radar que, em vez de transmitir imagem, recolhe a silhueta — permitindo perceber que se trata de uma pessoa a aceder à praia, mas não tendo acesso à sua identidade. Por isso mesmo, este novo sistema não depende do Regulamento Geral Sobre a Proteção de Dados.

Praias portuguesas vão passar a ter semáforo que indica como está a lotação do espaço
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Este novo radar tem a capacidade de captar pessoas que estejam um raio de 20 a 25 metros de distância da praia. Mas para que funcione da forma pretendida, as entradas e saídas das praias devem acontecer sempre pelo mesmo local para que a contabilização não seja adulterada.

Numa fase inicial do processo de desenvolvimento, o objetivo da start-up é que o seu sensor possa vir a ser utilizado no maior número de praias possíveis e já estão a ser feitas negociações com mais de 20 municípios, em que a maioria diz respeito ao sul do País, segundo escreve o "Correio da Manhã".

 Os torniquetes virtuais vão começar a ser instalados em junho e a empresa garante que o sistema, composto por um semáforo e um radar, pode ser adaptado a feiras, mercados ou jardins — eventos que, no fundo, conduzem sempre a uma ajuntamento de pessoas.
No caso de o semáforo, que deverá ser utilizado neste ou em qualquer outro sistema, apresentar um vermelho, isso não significa um impedimento à entrada, mas sim um aviso. Ou seja, o acesso à praia continuará a ser livre, segundo revelou esta quinta-feira, 21 de maio, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos.
"O acesso à praia é livre e o vermelho não significa nenhuma proibição de entrar na praia. Significa que de facto as pessoas não devem ir para essa praia quando o sinal vermelho lhes é mostrado, mas não é uma nenhuma proibição", explicou.
No caso de um "incumprimento reiterado" que se traduza num desrespeito por "um, dois ou três dias seguidos", o ministro assegura que, "por razões apenas de saúde pública", a praia poderá ser fechada ao público para evitar ajuntamentos.