Desde o início do ano 20 mulheres foram assassinadas e outras 25 foram vítimas de tentativas de femicídio em Portugal. Os dados são do Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA), o grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), anunciados na segunda-feira, 17 de agosto.
Os dados revelados pelo OMA dão conta de "dez femicídios íntimos" ocorridos em contexto de relações de intimidade e de dez homicídios ocorridos noutros contextos — geralmente por motivos financeiros ou como consequência de um assalto ou qualquer outro crime.
Mas a entidade adianta ainda que "mais de metade" das tentativas de homicídio registaram-se entre junho e agosto, ou seja, após o período de confinamento imposto pelo governo devido ao surto da COVID-19 no País.
Mas depois do período de análise, já aconteceram mais dois homicídios de mulheres em contexto de violência doméstica. Mas houve também "uma tentativa por motivos de género" e outra devido a fatores financeiros, explica a OMA à Agência Lusa, citada pelo jornal "Público".
"Estes dados revelam a urgência de um investimento numa análise sobre o femicídio e a sua tentativa a partir de um olhar especializado e aprofundado, para prevenir futuros assassinatos", diz o OMA em comunicado oficial.