Já deu por si no supermercado a olhar para as gamas capilares e a pensar que, para experimentar aquele novo champô, tem de abrir os cordões à bolsa e comprar o condicionador, a máscara e até o óleo igual?

Se sim, saiba que não tem de o fazer — de acordo com uma especialista em dermatologia, não há qualquer tipo de problema em misturar produtos de gamas ou marcas diferentes.

“Apesar de as marcas quererem vender dentro dos seus produtos e referirem que estes devem ser compatíveis e usados em conjunto, não há nenhuma incompatibilidade em usar champôs e condicionadores, ou máscaras, de marcas diferentes”, refere Leonor Girão à MAGG, da Clínica de Dermatologia do Areeiro.

Tal como explica a dermatologista, usar os produtos da mesma linha pode ser mais agradável para o cabelo ficar “com o mesmo cheiro, mas tal não é indispensável”. Desde que a “indicação da patologia esteja correta conforme a maior necessidade dos fios (indicado para cabelos oleosos, secos, finos, etc), não há problema em usar produtos diferentes”.

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Tem cabelo curto? Pode nem precisar de condicionador

O cabelo é o espelho do rosto e é difícil encontrar uma mulher que não ambicione ter um cabelo saudável, bonito, brilhante e hidratado. Para tal, não deve descurar a higiene dos seus fios, mas também é importante compreender a função de todos os produtos das gamas capilares, e perceber quais são os mais indicados para si.

“Os champôs têm como função lavar e devem ser adaptados em termos de o cabelo ser oleoso, fino, mais seco, com permanente, entre outras necessidades”, salienta Leonor Girão, que explica que este tipo de produtos têm uma base lavante que “deve ser adequada à quantidade de gordura que queremos retirar do cabelo”.

Leonor Girão, médica dermatologista na Clínica de Dermatologia do Areeiro
Leonor Girão, médica dermatologista na Clínica de Dermatologia do Areeiro

Já os condicionadores têm como função manter a fibra capilar coesa, de forma a que não fique espigada. “O condicionador aumenta a flexibilidade do cabelo, mantendo o brilho e a elasticidade, para além de evitar as pontas quebradiças”, afirma a especialista, que refere que este tipo de produtos não deve ser aplicado no couro cabeludo, especialmente por quem tem o cabelo oleoso — a colocação na raiz pode aumentar ainda mais a oleosidade.

Caso tenha o cabelo muito comprido, denso ou áspero, deve aplicar condicionador nas pontas, de cada vez que lava o cabelo. Mas se o usar curto, e não tiver fios com necessidades extremas de hidratação, pode nem precisar de aplicar este produto. “O cabelo curto está sempre a ser cortado e as pontas são frequentemente eliminadas, por isso não é necessária a utilização de um produto cuja função primordial é manter a haste capilar coesa”, refere Leonor Girão.

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Quanto às máscaras, estas devem ser utilizadas apenas uma vez por semana, e somente por pessoas com grandes necessidades de hidratação. “São só para quem tem o cabelo muito seco e muito comprido, ou com as fibras capilares mais danificadas, dado que são produtos mais concentrados”, afirma a dermatologista.

Leonor Girão recomenda ainda que use a máscara antes de entrar no duche: “Pode-se aplicar a máscara nas pontas secas, colocar uma touca, aguardar cerca de 10 minutos e retirar o produto com água no duche, para depois lavar os fios utilizando apenas o champô”.