Depois de se pronunciar pela primeira vez desde que saiu em liberdade, José Castelo Branco foi até Queluz de Baixo para voltar a contar a sua versão do crime de que está indiciado: violência doméstica. O socialite, que é casado com Betty Grafstein há 28 anos, falou com Cláudio Ramos e Cristina Ferreira, no "Dois às 10", onde foi transmitido um excerto do depoimento que a joalheira britânica deu esta quarta-feira, 8 de maio.
"Porque ele é um abutre. E fez isto. E ele empurrou-me. Abanou-me e empurrou-me para a frente e para trás. E fez uma grande cena. E empurrou-me, foi ele que fez isto!". Foi assim que Betty Grafstein verbalizou todas as agressões de que terá sido vítima, as quais foram todas negadas por José Castelo Branco – e este admitiu ainda que vai recorrer da medida de coação que lhe foi aplicada, que pressupõe que não se aproxime da mulher a menos de um quilómetro.
A par disto, admitiu que a companheira está a ser vítima de "manipulação", aliada a "demência". "Teve [uns episódios de demência] umas semanas antes, num hotel. Ela disse duas ou três vezes: 'Estás a ver? Estão a cortar as árvores todas! Não vês aqueles homens todos de castanho? Parecem soldados'", diz o marchand de arte, replicando as palavras da mulher e referindo que foi aí que se apercebeu de que ela não parecia estar em si.
"Betty, por favor. O que é que está a acontecer contigo?", tê-la-á questionado. Ao explicar que pensou que "tivesse sido momentâneo", José Castelo Branco avança que o episódio voltou a repetir-se, noutras circunstâncias, aquando do internamento da joalheira. "Ao entrar no hospital, [Betty] não conhece o Guilherme", afirma, referindo-se ao filho, que foi a pessoa que deu o jantar à mulher nesse dia.
Sempre bastante admirado pelo facto de Betty Grafstein se ter insurgido contra si e o acusar de maus-tratos, o socialite diz que tudo mudou no dia em que Abel Dias foi visitar a companheira ao hospital, onde está internada desde o dia 20 de abril. "Esteve a melhorar até ao dia que o senhor jornalista, pseudo-jornalista, foi visitá-la", afiança, dizendo que foi a partir dessa data que esta deixou de o querer ver.
"Há manipulação", reitera, não descurando a intervenção dos médicos, responsáveis por denunciar o caso ao Ministério Público, na situação. "Os médicos que a testaram, não sabemos o que aconteceu. Eu não confio, os meus advogados não confiaram", afirma. "Como é que os médicos, tão rapidamente, fazem uma acusação dessas?", pergunta-se, acreditando de que Betty Grafstein terá sido vítima de "uma lavagem completamente cerebral" e que querem que "morra sozinha".
Questionado pelos apresentadores em relação à "cabala" de que considera estar a ser vítima – e que abordou em entrevista à CNN Portugal, na madrugada desta quinta-feira, 9 de maio –, José Castelo Branco responde que está a ser levada a cabo em várias frentes. "Os médicos quiseram-me afastar, porque eu sou muito chato, porque eu sou muito intenso", diz, ao acrescentar que "a cabala não foi dos médicos (...), foi outra história, que depois as duas se uniram".
No entanto, continua com a perceção de que não falhou com a mulher, embora esta tenha dito que foi violentada por ele. "Eles meteram-lhe isso na cabeça. Ela caiu três vezes nesse dia", explica. "Eu fiz tudo, tudo, tudo por amor", continua, defendendo-se ainda da postura mais assertiva que diz ter com a mulher. Ou seja, diz que "falava para a Betty de uma forma diferente", algo que, "para quem não conhece", pode traduzir-se com agressividade.
José Castelo Branco confirma que a mulher já se havia queixado precisamente por causa disso. "'Estás a puxar-me' e eu dizia 'não, eu quero que estejas bem'", diz o socialite, referindo-se a conversas que já teria tido com a mulher, às quais ela respondia dizendo que era "velha", por ter 95 anos. "Não quero saber, podias ter 100 anos. Vais ser fantástica", continua e justifica estas atitudes tendo como base o facto de se recusar a aceitar "que pudesse perder a Betty" ou que ela "pudesse envelhecer".
"Neste momento, estou a sofrer", garante José Castelo Branco, no fim da entrevista. E diz ainda que estar proibido de se aproximar dela "é o pior". Porém, sendo que a medida de coação pressupõe a utilização de uma pulseira eletrónica para garantir que não há proximidade entre o par, este diz que "isso é ridículo" e que vai recorrer da decisão do juiz de instrução do Tribunal de Sintra, onde foi ouvido esta quarta-feira, 8, depois de estar 36 horas detido.