Esta quarta-feira, dia 8 de maio, José Castelo Branco saiu em liberdade, depois de estar 36 horas detido na esquadra da GNR de Alcabideche e de saber as medidas de coação. Ouvido pelo juiz do Tribunal de Sintra, este determinou que o socialite não se poderá aproximar da mulher a menos de um quilómetro.
Betty Grafstein também foi ouvida durante a tarde, para memória futura, diz o "Correio da Manhã", que acrescenta que a sua imagem impressionou o juiz e a procuradora. Foi dito que tinha feridas nos pés, uma vez que era obrigada a usar calçado que não é apropriado, além de lhe ser imposto pelo marido que usasse maquilhagem, que também pode configurar o crime de violência doméstica.
Assim sendo, o juiz ordenou que o socialite use meios de vigilância eletrónica para se manter afastado da mulher, pelo que será obrigado a ter uma pulseira no tornozelo, que alertará em caso de aproximação da vítima. Betty Grafstein também terá um equipamento que permite a geolocalização e sinaliza em caso de aproximação. Em caso de incumprimento, o marchand de arte pode ser preso.
Entretanto, José Castelo Branco já veio a público pronunciar-se sobre toda esta situação. Numa entrevista dada à CNN Portugal, na madrugada de quarta-feira para quinta-feira, 8 para 9 de maio, o socialite apareceu de lenço na cabeça, com pouca ou nenhuma maquilhagem e tendo no corpo a roupa com que dormiu no período em que permaneceu na esquadra de Alcabideche, segundo o próprio.
O socialite frisou que acredita ter sido montada uma "verdadeira cabala, muito bem armada" contra si. Questionado sobre quem estaria por trás disto, José Castelo Branco explicou que "ainda não é altura de revelar", porque não gosta de falar sem certezas – mas, de seguida, deu a entender que um dos responsáveis poderá ser o filho de Betty Grafstein, com quem esta tem falado ao telefone regularmente.
O marchand de arte negou todas as acusações que lhe foram imputadas. "Nunca [a agredi]. Jamais podia agredir a pessoa que eu mais amo", referiu, dizendo que tudo o que faz é ajudar a mulher, que tem 95 anos e com quem está casado há 28. "Chamam agressão eu dizer ‘levanta-te, mexe-te, fica firme, como uma rainha’? Chamam a isso bater, chamam a isso bullying?", questionou.
"Como é que a Betty chegava aos 95 anos em bom e só agora é que está mal, porque está privada de mim?”, questionou, de forma retórica. Depois, continuou a falar em "mentiras" e referiu que os relatórios médicos que sustentam o caso são "outra grande cabala", frisando que acredita que os hospitais da CUF, onde a mulher está internada desde o dia 20 de abril, não o quer perto.
"A CUF tem uma grande preocupação, não me querem nem próximo. Desde o momento que entrei, comecei a discutir com o primeiro médico", afirmou, acrescentando que coloca em causa "a sabedoria de alguns" dos profissionais. Isto tudo porque Betty Grafstein teria os níveis de sódio muito baixos relativamente àqueles que seriam normais, mas os médicos terão ficado mais preocupados com um corte que esta tinha no braço. Além disso, José Castelo Branco diz que foi o responsável por descobrir a pneumonia da mulher.
"Eles ficam danados comigo. Não estou a pôr em questão a sapiência dos senhores, mas eu sei, eu conheço [o corpo da Betty], admitiu, dizendo conhecê-lo melhor do que o seu. "O meu medo e o meu horror neste momento é que ela está nas mãos de quem eu não conheço, está entregue a pessoas que não são da minha confiança, eles fizeram tudo para me afastar", continuou o socialite, rematando: "Eu não minto, eu sou um livro aberto".
Os alegados maus-tratos levados a cabo por José Castelo Branco foram denunciados ao Ministério Público pelos responsáveis do Hospital da CUF de Cascais, onde Betty Grafstein, de 95 anos, está internada na sequência de uma queda desde o dia 20 de abril. Foi a estes que a norte-americana se queixou e, uma vez que a violência doméstica é um crime público, pode ser denunciado por qualquer pessoa ou entidade.
Betty terá dito aos profissionais de saúde que foi empurrada pelo marido e que o "comportamento abusivo – físico e psicológico – é recorrente". Isto terá resultado numa ferida traumática no antebraço esquerdo e uma fratura no fémur direito, o que motivou a queixa do hospital de Cascais, do qual foi transferida. Betty Grafstein encontra-se, atualmente, nas instalações da CUF Tejo.