“Seria como voltar ao local do crime”, disse o comediante durante um espetáculo de comédia na cidade norte-americana de Phoenix, no passado domingo, 28 de agosto. No teatro onde apresentou o seu espetáculo de stand up comedy, Chris Rock comparou a agressão de que foi alvo na passada cerimónia dos Óscares ao assassinato de Nicole Brown – um crime do qual o ex-jogador de basebol O.J Simpson foi acusado em 1995 (e posteriormente absolvido).
“Seria como pedir a Nicole Brown Simpson para voltar ao restaurante", confessou Rock, citado pelo "Arizona Central", referindo-se ao facto de a ex-mulher de O.J. Simpson ter voltado atrás para ir buscar uns óculos de sol da mãe, horas antes de ser assassinada.
O discurso estendeu-se e o comediante confessou que a estalada do ator, Will Smith, em março, o magoou e que não foi equilibrado. “Ele é maior do que eu. O estado de Nevada não aprovaria uma luta entre mim e Will Smith”, ironizou.
Rock, que apresentou a cerimónia de entrega de prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 2005 e 2006, também mencionou que foi convidado para a próxima edição do Super Bowl e que – à semelhança dos Óscares – rejeitou o apelo, sem revelar o motivo.
A última cerimónia dos Óscares, que aconteceu a 27 de março, ficou marcada pela mais infame bofetada da história da TV. Em pleno direto, Will Smith reagiu violentamente a uma piada de Chris Rock sobre a cabeça rapada da sua mulher, Jada Smith, que sofre de alopecia. Smith levantou-se, subiu ao palco e agrediu Chris Rock. O assunto teve uma grande repercussão pública, pelo que Smith – vencedor do prémio melhor ator pelo filme "King Richard" – renunciou à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e foi proibido de participar em eventos da organização durante 10 anos.
No final de julho, Smith surgiu pela primeira vez em público e voltou a pedir desculpa ao humorista, num vídeo com uma duração de 5 minutos publicado na rede social Instagram. No início deste mês de agosto, Bill Kramer – novo CEO da Academia de Hollywood – revelou que quer seguir em frente e “ter uma cerimónia que tenha reverência pelo cinema e celebre os 95 anos dos Óscares”. O responsável máximo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas disse ainda, citado pela "Variety", que a cerimónia do próximo ano não vai revisitar o incidente entre Will Smith e Chris Rock.