Fernanda Torres fez história na 82.ª edição dos Globos de Ouro, que se realizaram na noite deste domingo, 5 de janeiro, ao tornar-se a primeira atriz brasileira a vencer um galardão no certame, no caso o de Melhor Atriz em Filme Dramático, devido ao seu papel em “Ainda Estou Aqui” – que estreia a 16 de janeiro em Portugal –, onde dá vida à advogada Eunice Paiva.
A MAGG reuniu cinco coisas que não sabia sobre a atriz de 59 anos, desde a sua mãe, Fernanda Montenegro, também ter sido nomeada para um Globo de Ouro há 25 anos ao facto de ter nascido numa família de artistas e aos livros que já lançou.
1. A mãe também foi nomeada para um Globo de Ouro
A mãe de Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, também foi nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático, em 1999, quando interpretou Dora em “Central do Brasil”. Ao contrário da filha, não venceu o prémio.
No discurso de agradecimento por ter sido a vencedora, Fernanda Torres dedicou-o à mãe. “E é claro que eu quero dedicar isto à minha mãe. Vocês nem sabem que ela esteve aqui há 25 anos, e isto é uma prova de que a arte pode perdurar pela vida”, disse.
A mãe não duvidava que a filha iria ganhar o prémio. “Mamãe tinha certeza [da vitória]. Eu falava 'mãe, não', mas ela dizia que eu ia levar”, contou a atriz à GloboNews.
Além de ter sido nomeada para os Globos de Ouro em 1999, Fernanda Montenegro também foi nomeada para os Óscares desse ano, algo que poderá acontecer com a filha.
Fernanda Torres é a terceira atriz brasileira a ser nomeada para um Globo de Ouro. A primeira foi Sónia Braga, que o foi três vezes como atriz secundária em “O Beijo da Mulher-Aranha”, de 1986, “Luar sobre Parador”, de 1989, e “Amazónia em Chamas”, de 1995.
2. Nasceu numa família de artistas
Fernanda Torres nasceu em 1965 e é filha da atriz Fernanda Montenegro e do ator, diretor e produtor Fernando Torres, que é sócio de uma produtora de audiovisual, a Conspiração Filmes. O irmão mais velho, Cláudio Torres, é diretor, guionista e produtor.
Além disso, casou-se em 1997 com o realizador Andrucha Waddington, que conheceu no Rio de Janeiro e com quem namorava há cerca de dois anos. O par, que se separou em 2009 e se reconciliou no ano seguinte, tem dois filhos: Joaquim Waddington, 25, que já integrou o elenco de “O Juízo”, “Amor e Sorte” e “Under Pressure”, e António Waddington, 16 anos.
Em 2007, a atriz sofreu um aborto espontâneo quando tinha 41 anos. “Eu fui ter filho mais tarde e eu tive um aborto espontâneo de cara, e era uma hora que estava todo mundo tendo filho. A ‘Veja’ deu uma capa com todas as mulheres grávidas e eu entrei em um box como aquela que adiou e deu problema. Cara, foi barra pesada”, disse Fernanda Torres numa entrevista ao “Roda Viva”.
3. O percurso na TV e cinema
Aos 13 anos, Fernanda Torres entrou para a escola de formação de atores Tablado e estreou-se no teatro com a peça “Um Tango Argentino”, de Maria Clara Machado. Um ano depois, estreou-se na TV Globo, na série “Aplauso”, e aos 15 fez a sua primeira novela, “Baila Comigo”, de Manoel Carlos. Nos anos 1980, também passou a fazer cinema, tendo-se estreado no filme “Inocência”.
Desde então que já integrou o elenco de “Eu Sei Que Vou te Amar” (1986), de Arnaldo Jabor, que lhe rendeu o prémio de Melhor Atriz nos festivais de cinema de Cannes e de Cuba, “Com Licença, Eu Vou à Luta” (1986), com o qual venceu o prémio de Melhor Atriz no festival de cinema de Nantes, “Terra Estrangeira” (1996), “O Que É Isso, Companheiro?” (1997) e “Casa de Areia” (2005), dirigido pelo seu marido, Andrucha Waddington.
4. Teve grande destaque no humor
Fernanda Torres popularizou-se no Brasil graças às suas personagens em programas de humor e na televisão, com destaque para “Os Normais”, protagonizada pela atriz e por Fernando Guimarães, que interpretavam o casal Vani e Rui. A série teve tanto sucesso que surgiram dois filmes: “Os Normais – O Filme” (2003) e “Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas” (2009).
A atriz também participou em “Entre Tapas e Beijos”, onde dava vida, ao lado de Andrea Beltrão, às melhores amigas Fátima e Sueli, que lidavam com a vida adulta e com os seus dilemas amorosos.
5. Além da representação, deu cartas na escrita e é guionista
Em 2013, Fernanda Torres lançou o seu primeiro livro, “Fim”, que foi um sucesso de vendas. No ano seguinte, publicou algumas crónicas no livro “Sete Anos” e, em 2017, lançou “A Glória e Seu Cortejo de Horrores”.
Quanto à vertente de guionista, a atriz estreou-se em 2019 com o filme “O Juízo”. Além disso, também foi responsável pelo guião que adaptou o livro “Fim” para televisão em 2023.