Marco Paulo morreu a 24 de outubro, aos 79 anos. As questões da herança do cantor — que estará entre os 60 e 0s 80 milhões, fora os bens — estão a levantar problemas, já que terá deixado a família de fora do testamento.
Os dois irmãos de Marco Paulo, Ernesto e Alfredo, e três sobrinhos, recorreram ao advogado Pedro Proença para este analisar o documento. Defendem que o artista não os quereria fora do testamento, uma vez que mantinham uma boa relação.
Antes de morrer, Marco Paulo terá afastado a família do acesso a todos os bens, contas e direitos conexos, segundo o "Correio da Manhã", que esclarece que o espólio do artista foi deixado ao afilhado, Marco António, e ao pai deste, António Coelho, amigo de longa data.
Além de ter entre 60 e 80 milhões de euros no banco, Marco Paulo deixa vários automóveis e um barco, bem como oit0 imóveis e respetivos recheios: uma quinta em Sintra, uma moradia no Algarve, dois apartamentos em Sesimbra, outros dois na Costa da Caparica, uma moradia na Flórida (Estados Unidos da América) e um apartamento em Paris (França).
Existem ainda os direitos artísticos (os royalties). O espólio artístico (bens como discos de ouro e fatos) foi doado pelo cantor a Mourão, a terra onde nasceu. Os lucros deverão reverter a favor das "crianças da província", como esclareceu antes de morrer.
"Os irmãos e sobrinhos do Marco Paulo conhecem apenas a existência do testamento de 2009, no qual o Marco Paulo reserva a quota disponível [aquela que não é para os herdeiros legitimários] para o afilhado e para o pai do afilhado", disse Pedro Proença ao "Correio da Manhã".
O advogado adiantou ainda que o documento "tem apenas uma página e não destina nenhum bem em concreto”, estando "de momento a ser analisado". O objetivo será resolver a situação fora da justiça.
A família biológica de Marco Paulo vai avançar com uma queixa-crime contra Violante, comadre do cantor e mãe do afilhado, Marco António, por prestar declarações a órgãos de comunicação social onde afirmou que os irmãos e sobrinhos do artista não estiveram ao seu lado.
"Os meus clientes vão agir judicialmente contra a Maria de Lurdes Violante por difamação caluniosa, uma vez que esta tem divulgado que estes abandonaram o Marco Paulo, facto que não corresponde à verdade, como será provado em sede própria", adiantou o advogado ao mesmo jornal.