Francisco Monteiro, 29 anos, venceu o “Big Brother 2023”, na TVI, sendo considerado por muitos um dos melhores concorrentes de reality shows. Atualmente, é comentador do “Big Brother 2024”, ao lado de Márcia Soares, com quem protagonizou momentos de cumplicidade e de picardia dentro da casa mais vigiada do País.
Recentemente, tem sido noticiado de que Zaza, como é conhecido, estará a viver um romance com a ex-concorrente do “Big Brother 2022” Bárbara Parada, que conheceu no “Big Brother – Desafio Final” no início deste ano. Em entrevista à MAGG, o nortenho esclarece estes rumores e revela o que o levou a bloquear Márcia Soares nas redes sociais, adiantando também se voltaria a participar num reality show.
Enquanto Francisco Monteiro estava no seu primeiro reality show, o irmão, João Monteiro, começou uma relação com Cristina Ferreira, que apresentava esta edição. Zaza conta como soube da novidade e qual foi a sua reação, além de explicar como lida com as acusações de que é alvo sobre ter uma cunha na TVI por ser cunhado da diretora de Entretenimento e Ficção da estação de Queluz de Baixo.
Este mês de junho, saiu o seu livro “O Improvável: De Miúdo Rebelde A Vencedor”, que será apresentado por Cristina Ferreira esta terça-feira, 11 de junho, na FNAC do Alegro Alfragide. Francisco Monteiro conta como surgiu este desafio e ainda quais são as suas ambições futuras.
Leia a entrevista.
Popularizou-se no “Big Brother 2023”. O que é que o levou a inscrever no reality show? Tinha alguma estratégia ou objetivo delineados quando o fez?
Acho que isso está descrito no meu livro, as razões que me levaram a participar. Acho não, tenho a certeza que acabo por falar lá que estava um bocadinho sem rumo, porque já tinha ido para o Dubai, para a Suécia. Andava à procura de muita coisa e não andava a encontrar aquilo que procurava, no fundo.
Não sei se era o que precisava, mas, pelo menos, era o que procurava. Portanto, essa foi a razão principal, foi fazer algo novo. Estratégia, não [tinha]. Primeiro, porque tenho uma visão muito própria daquilo que é um reality show – e não sou a única pessoa a pensar assim em Portugal, felizmente –, que aquilo não é um jogo, aliás eu até me coço quando começam a falar de jogo, do jogador e das jogadas. Poupem-me, aquilo são pessoas a jogar umas com as outras e em que tu vais tendo ali muitas coisinhas minuciosas que podes levar para o teu lado, que vais extrapolar, que vais usar para tirar outros do sério. No fundo, é como se estivesses a viver numa casa com os teus amigos, de férias, em que acontece muita coisa, como podem imaginar. Nunca na vida podes adotar uma estratégia a partir do momento em que não conheces as pessoas que estão do outro lado. Isso não existe e quem diz o contrário não percebe nada.
Alguma vez pensou que poderia ganhar o programa?
Isso foi algo que eu também sempre disse. Sabia que acabava por ter um perfil um bocadinho diferente, sui generis, e sabia que, muito provavelmente, ou fazia uma/duas semanas e o público não percebia muito bem a minha maneira de estar e de ser, não me queria lá e retirava-me, ou então chegaria até à final. Sempre achei isso, mas claro que nunca sabes o que vai acontecer.
Acabou por vencer o “Big Brother 2023”. Que significado é que esta vitória teve para si?
A vitória... Eu já andei para a frente e para trás naquilo que foi a vitória e o meu percurso ao longo dos últimos cinco meses, porque não estava à espera daquilo que também me trouxe de negativo.
Obviamente foi espetacular, mudou a minha vida a alguns níveis que eu precisava imenso. Precisava de ganhar autonomia, independência e a vitória do programa possibilitou-me isso. Ainda estava muito ligado a outras pessoas, não vale a pena dizer quem. Isso possibilitou-me começar a andar com a minha vida, mais propriamente. Obviamente que isso é muito positivo e era algo que eu precisava, mas também me trouxe muitas coisas negativas.
Quando saí como vencedor, porque até lá não sabia, as pessoas diziam-me: ‘ai, um ou dois meses e passa, os vencedores do ‘Big Brother’ é assim’. Quer dizer, eu olho agora ao fim de seis meses e as pessoas continuam a querer viver a minha vida como se fosse a delas, a tentar condicionar a minha vida pessoal. Isto é impensável, nunca pensei estar neste papel. Via de fora outras pessoas e nunca consegues pôr-te no lugar do outro. Eu olhava e pensava: ‘ai que exagero’. Mas é indescritível e inenarrável.
Ganhou um prémio de 100 mil euros. Já pensou em como o vai gastar?
Depende muito de muita coisa. Gostava que isso me possibilitasse ter um desaforrozinho para poder criar um clube de padel com os meus melhores amigos. Andamos a ver e não é muito fácil hoje em dia arranjar um bom terreno. Quer dizer, fácil é, se fores multimilionário. É um bocadinho assim. Hoje em dia não é fácil juntares as pequenas coisas que são precisas para montar um clube a sério de padel, que seja diferenciado. Por exemplo, temos um que abriu recentemente no Porto que é o PAC [Padel Athletic Club], do Diogo Dalot, o jogador de futebol da Seleção Nacional, mas ele tem outras possibilidades que muita gente não tem. É um clube diferenciado, porque ele tem essas possibilidades e, para fazeres uma coisa dentro desse género, tens de ter investidores, senão é incomportável.
Pouco depois de vencer a sua edição, entrou no “Big Brother – Desafio Final”. O que é que o levou a entrar novamente na casa mais vigiada do País, sendo que tinha passado tão pouco tempo desde o programa anterior?
Posso dizer que é exatamente o que eu sinto hoje em dia, ainda. Senti-me muito bem naquilo que eu fazia lá dentro. Obviamente que também tem muitas coisas difíceis de adaptar e que eu ainda sinto, hoje em dia, que seja um bocadinho mais complicado.
Há alturas em que me sinto muito bem, mas depois é uma realidade que também tem outras coisas às quais é difícil de adaptar. Na primeira casa, consegui adaptar-me às circunstâncias mais facilmente do que no “Desafio Final”, ainda tinha também alguma energia que no “Desafio Final” já não tinha e, no fundo, achei que poderia replicar aquilo que fiz no “Big Brother” no “Desafio Final”.
E não foi possível, porque eu estava estourado, já não tinha energia nenhuma. Aliás, a última semana que lá estive, que foi um bocado de arrasto, foi basicamente passada a dormir, porque eu já sabia que ia desistir, estávamos só a ver a melhor maneira de o fazer. Sei que há ali muitas coisas em que posso ser realmente um bom concorrente, mas depois também há outras em que eu preciso de estar fisicamente e psicologicamente bem, e achei que estava melhor do que aquilo que estava na realidade no “Desafio Final”.
Já disse várias vezes que naquela casa é que se sente bem. Sente-se preparado para voltar a aceitar um novo desafio?
No dia de hoje, nem pensar, até por aquilo que tem acontecido nos últimos dias. Apesar de achar que fosse uma ajuda para mim, o facto de estar fechado, sem acesso a redes sociais, etc., seria fantástico para mim. Desligava-me de tudo, que é um bocadinho o que eu preciso.
A verdade é que, fisíca e psicologicamente, não estou preparado. Posso dizer que, se estivesse, era certinho que entrava, mas fisicamente não estou nem perto daquilo que quero estar. Estou a anos-luz daquilo que quero estar, o que também exige um investimento de tempo e de muita coisa para que as coisas voltem a estar alinhadas. Eu já comecei, mas exige trabalho e tempo acima de tudo, não aparece de um dia para o outro, são precisos meses. E depois psicologiamente... Estou muito cansado, mas também me libertava de tudo aquilo que me tira o sono.
Passou de jogador a comentador do “Big Brother 2024”. Como está a ser este desafio?
Vou ser muito sincero — eu não gosto. Faço muito a comparação de: há os comentadores que são comentadores, que nunca foram concorrentes e que, para mim, falta-lhes uma componente muito importante que é a de perceber como é que as coisas funcionam, por assim dizer. Acho que o único comentador que vi até hoje, que eu gosto mesmo e que nunca participou num reality show, é o Zé Lopes.
De resto, sinto que quem não participa num reality show e comenta, não tem a visão total das coisas, porque nunca viveu aquela experiência. No meu caso, sinto que, como concorrente, fui muito bom e, como comentador, sinto-me muito condicionado. Tudo o que digo é porque tenho medo que ele/ela fique melhor, quando eu estou a borrifar-me para quem é o concorrente. Eu olho para a questão – e pode ser o melhor ou o pior – e avalio a situação consoante aquilo que eu vejo enquanto comentador. E também digo já: eu, como comentador, se calhar não gostava de muita coisa que fiz enquanto concorrente.
Acabei por ser arrogante em algumas coisas que disse na casa em que, lá dentro, fazia todo o sentido para mim que estou a viver aquilo há imenso tempo e estou a ouvir barbaridades, mas cá fora eu sou comentador, não estou a vivenciar aquilo, estou apenas a ver algumas imagens e não estou a sentir aquilo na pele.
"Qualquer pessoa no mundo consegue ser um ótimo jogador de reality shows, só tem de ter falta de noções"
Tocou aí num ponto que gostaria de esclarecer. Nunca teve esse receio de ser 'trocado' com a estreia de uma nova edição?
Isso vai sempre acontecer por muito maus que eles sejam. Pode ser o melhor concorrente de sempre e, a seguir, vem um dos piores concorrentes de sempre que ganha. O pior concorrente de sempre vai sobrepor-se ao outro, porque é mais recente. É como o brinquedo novo, isto é assim, é o ser humano.
Eu não estou preocupado com isso. O que é que isso vai acrescentar à minha vida? É isso que as pessoas não percebem. Eu nunca me considerei sequer dos melhores jogadores de sempre, por assim dizer, porque eu não sou aquilo que as pessoas hoje em dia se calhar veem num reality show. Não sou nem nunca serei. Eu não sou aquela pessoa que é: ‘ai, agora vou fazer uma coisa mesmo fixe para o público lá para fora. Vou chatear aquela desta maneira e ele vai-se passar e eu sou uma ótima concorrente’.
Isso é uma grande tanga e as pessoas que forem lá para dentro vão perceber isso. Qualquer pessoa no mundo consegue ser um ótimo jogador de reality shows, só tem de ter falta de noções. Nós assinamos um contrato e sabemos até onde as regras vão. Se eu me sentar numa cadeira a mandar-te água, não vou ser expulso. Até posso ficar automaticamente nomeado, mas não vou ser expulso. Agora, se estiver sentado numa cadeira com alguém a mandar-me água, eu não vou ficar muito contente. Eu acho que, no fundo, aquilo que me caracterizou enquanto concorrente de reality show foram questões inatas e, portanto, isso, obviamente, deixa-me orgulhoso.
Tem recebido algumas críticas no sentido de não ser imparcial com os concorrentes. Isso afeta-o?
Um comentador não tem de ser imparcial. Ao contrário daquilo que as pessoas dizem, eu tento ser imparcial, porque ali não sou pago por ninguém. Eu sou pago para fazer o meu trabalho pela TVI como comentador, mas não há nenhuma equipa que me pague para dizer isto ou aquilo, para defender um concorrente de coisas que são indefensáveis. Não sei se há mais alguém que é assim, pago ou não pago, mas eu não sou pago por ninguém, sou pago pela TVI. Portanto, não tenho preferências por ninguém. Para mim, pouco me importa quem ganha ou quem não ganha. Agora, se estás dentro do programa a falar mal de mim, obviamente que eu vou olhar para ti com outros olhos, mas isso são questões pessoais.
A Catarina Miranda não esconde o desagrado face à sua postura enquanto comentador e até houve um ‘bate-boca’ entre os dois em direto numa gala. Já tiveram oportunidade de falar fora das câmaras?
A Catarina Miranda teve uma conversa comigo quando saiu. Foram dez minutos em que estava muita gente à volta, nós fomos para um sítio um bocadinho mais recatado e eu fui coberto de elogios dos pés à cabeça. Foi a única vez que eu estive com ela, foi naquela gala.
Depois do bate-boca que tivemos, chegámos ao final e tivemos essa conversa. A Catarina Miranda esteve durante dez minutos a encher-me de elogios. Estivemos a falar [sobre o comentário que a ex-concorrente do “Big Brother 2024” fez sobre o corpo de Francisco Monteiro], em que a Catarina Miranda dizia: ‘isso para mim não é algo mau’, e eu dizia: ‘mas para mim é, porque eu é que me vejo assim e me sinto assim, portanto é. Isto aqui não tem que ver com a tua avaliação, mas sim com a minha, porque é o meu corpo e não és tu que decides como é que eu me vou sentir’. Foram dez minutos de elogios e eu, como uma pessoa normal que sou e sensata, por vezes, pensei: ‘ok, falámos, acho que está tudo resolvido’.
Qual não é o meu espanto quando eu, no dia seguinte, vejo – ou melhor, eu não vejo, isto é importante, mas mandam-me muita coisa – que ela está num space, que eu nem sabia o que era, mas é basicamente uma call no X, em que aquilo está cheio de gente e todos podem falar e opinar. E eu tenho áudios, porque obviamente mandam-me e eu guardo para depois ter fundamentos, em que estão as pessoas a dizer no space dela: ‘hoje vai ser leitão à Bairrada, hoje vamos comer leitãozinho’, e ela: ‘ahahah vocês são piores do que eu’. Eu olho e penso: ‘isto é uma pessoa que há um dia estava a falar comigo, a resolver as coisas, a elogiar-me de cima a baixo e, depois, está constantemente nestas coisinhas".
Outra coisa: ainda ontem me mandaram um vídeo em que está essa ex-concorrente, uma comentadora atual e um ex-concorrente de há muitos anos que eu nem sei muito bem o nome, porque ele nunca fez nada de especial, e depois está um colaborador qualquer da CMTV. O diálogo deles é o ex-concorrente de há muitos anos a dizer: ‘se eu tivesse naquela casa com a Daniela, essa filha da p*ta, essa grandessíssima filha da p*ta’, e temos essa ex-concorrente e uma comentadora atual que estão a compactuar com isto. É a mesma coisa que nós estarmos aqui nesta mesa a insultar a Catarina Miranda e estarmo-nos todos a rir. Há coisas que eu não consigo entender. Eu não consigo entender como é que estas coisas são possíveis em Portugal, não consigo mesmo.
Se voltar a participar num reality show, provavelmente irá encontrá-la. Como é que acha que seria a vossa convivência dentro da casa?
A convivência ia ser pouca, mas acho que ia ser muito engraçado. Acho que se iriam repetir alguns padrões do passado. Dois dias [tempo que Pedro Soá esteve na casa no “Big Brother – Desafio Final”]. Acho que a convivência nunca iria ser muita, porque não temos nada que ver um com o outro.
A relação com Cristina Ferreira. "É uma excelente conselheira"
Enquanto estava no “Big Brother 2023”, o seu irmão, João Monteiro, começou um romance com Cristina Ferreira. Como é que lhe contaram esta novidade e como reagiu?
Eles contaram-me ao mesmo tempo. Eu conto isso no meu livro também, portanto se calhar não me vou adiantar muito. Não foi uma grande surpresa para mim. Eu já vi tanta coisa na minha vida, tanta coisa, coisas que as pessoas diziam que era impossível e impensável. Eu não vejo isso dessa maneira, até porque partimos todos do mesmo ponto, somos todos pessoas, obviamente umas com melhores características do que outras, mas tudo é possível.
Que papel é que a Cristina Ferreira tem para si?
A Cristina tem um papel importantíssimo, porque é uma excelente conselheira. Não tenho problemas em dizer isto: há muitas coisas que eu se calhar faço que não deveria fazer, mas acho que tem que ver um bocadinho com a adaptação que tenho de ter e que não é fácil para mim. Se não fossem os bons conselhos que tenho, acho que fazia muitas mais asneiras.
Eu vejo tanta coisa... Todos os dias falam de mim, todos os dias inventam coisas sobre mim e acho que o meu impulso será sempre responder, porque a injustiça e a mentira são coisas com as quais eu não consigo lidar. Envolvendo-me a mim, eu não consigo explicar o que sinto todos os dias. Daí o meu desgaste e eu estar mesmo esgotado. Se não fossem estes bons conselhos que tenho, se calhar fazia muitas mais asneiras, porque a minha vontade é responder a tudo e a todos.
Como lida com as acusações de ter uma cunha na TVI por ser cunhado da Cristina Ferreira?
Vou usar um bom exemplo que sempre usei para comparar as situações: com o Francisco Conceição também era sempre cunha e hoje em dia é, para mim, o melhor jogador do [Futebol Clube do] Porto. E não foi o único, porque eu conheço-os [aos filhos de Sérgio Conceição] e sei bem.
Se me afeta? Não me afeta, porque há uma coisa muito importante. A história não se apaga e, se forem bem a ver, todos os ex-concorrentes tiveram o seu protagonismo. O Marco Costa também lançou um livro, em que foi a Cristina que apresentou o livro dele. Vai apresentar o meu livro porque eu sou cunhado? Então do Marco era o quê? Há várias comparações e paralelismos que se pode fazer para deitar esses argumentos por terra. Claro que é desgastante. Eu vou explicar a milhares de pessoas, que a única coisa que querem é dizer mal de mim, que não é assim? As pessoas não querem perceber. Há uma coisa muito importante na nossa vida: quem quiser só ver o mal e que nós somos uma porcaria, vai arranjar sempre maneira de o fazer, e quem quiser ver o melhor de ti, também vai ser arranjar maneira de o fazer. E isto não é fanatismo, atenção, o que eu estou a falar é realismo.
Já disse anteriormente que, ao longo da vida, sempre foi comparado ao seu irmão. Isso refletiu-se na relação que têm hoje em dia?
O meu irmão era jogador profissional de ténis e eu vivia mais as conquistas dele do que ele próprio, já disse isto. Como é que eu, se tenho um complexo de comparação, sou capaz de o fazer? Mesmo com alguns dos meus melhores amigos, como o Renato [Castanheira], que tinha jogos de hóquei todos os fins de semana e era sagrado que eu estava no pavilhão a ver os jogos dele e que vivia as coisas tanto quanto ele. Se eu tivesse um complexo de inferioridade com estas pessoas que me rodeiam, como é que eu conseguiria viver as coisas desta forma?
Com o meu irmão é exatamente isso. Eu sempre tive uma relação muito próxima com o meu irmão, sempre esperei que ele tivesse o maior sucesso do mundo e eu estava lá sempre para o apoiar nisso. Eu não vejo as coisas dessa forma, as pessoas é que vão rotulando da forma que quiserem. Em relação ao meu irmão, espero bem que ele seja muito melhor do que eu em todas as áreas. Espero isso do meu irmão e dos meus melhores amigos, porque o sucesso deles nada de negativo me trará, pelo contrário, se calhar até me abre mais portas e oportunidades. Tanto é que o facto de eu entrar num reality show foi o que possibilitou ao meu irmão apaixonar-se pela Cristina e vice-versa. Acho que, ná medida que nós vamos expandindo e vamos sendo melhores, abrimos também portas para as pessoas que nos acompanham. Logo aqui fica respondido às más-línguas que falam da competição. Eu não compito com os meus melhores amigos e com o meu irmão, jamais.
"Não tenho namorada, mas também nunca tive. Estou solteiro"
O “Big Brother 2023” também foi marcado pela sua interação com Márcia Soares, tanto pela cumplicidade como pelas discussões entre os dois. Como foi passarem disso para colegas de trabalho?
É quase como alto mar, tem dias. Não vou negar que nos últimos dias tem sido mais difícil com tudo aquilo que se falou. Nós somos os dois muito profissionais, portanto enquanto estamos a trabalhar, por assim dizer, é fácil. Pelo menos, falo por mim. Aprendi a falar por mim, que é para que depois as coisas não me caírem em cima.
Serei sempre profissional, aconteça o que acontecer. De mim, podem sempre esperar a mesma coisa. Se calhar já tive uma disposição melhor, por assim dizer. Hoje em dia chego ao domingo cansado e massacrado com tudo o que aconteceu ao longo da semana, e no início estava um bocadinho mais leve, conseguia divertir-me mais. Sinto-me um bocadinho cansado já, nesta altura, mas tento manter a mesma linha.
Têm surgido rumores de que está numa relação com Bárbara Parada, inclusive foram fotografados a sair de um hotel juntos pela revista “TV 7 Dias”. Quer comentar?
Posso comentar. 100% de certeza de que sou um homem solteiro. Há coisas que não consigo mesmo entender. Primeiro, eu sou um homem solteiro há sete anos. Desde que saí do “Desafio Final”, em que eu e a Márcia nos alinhámos, ficou muito claro para os dois aquilo que era e não era.
Vamos dividir isto. Eu sou solteiro há sete anos, ponto final. Existiu um romance ou o que quiserem chamar com a Márcia. Quando saímos do “Desafio Final”, alinhámos as ideias. A própria Márcia, e isto é muito importante, dá entrevistas e diz que achava que estava apaixonada, mas não estava nada apaixonada, foi um bocadinho a idealização de algo que sai de um reality show, que acontece muito, a imposição dos fãs também. Todas as oportunidades que tinha, e quando digo todas é mesmo todas, por exemplo nas galas em que temos algumas pessoas a ver, eu sempre disse que sou solteiro e que se tivesse quatro namoradas... E as pessoas riem muito, porque não lhes entra na cabeça que não existe nada. Entra a 100 e sai a 200, mas eu sempre deixei bem claro e as pessoas não quiseram saber. Em todas as entrevistas que dei, dizia: ‘eu sou solteiro, nós falámos, não há nada’.
Há uma página do meu livro que refere que há certas coisas em certas pessoas – e eu estou a reduzir a página – que eu num reality show aceito porque tenho de aceitar, porque são as pessoas com quem eu convivo. Eu chego cá fora e há muita coisa que não dá. Assim que saí e convivemos um bocadinho, percebemos logo que era impossível, mas completamente impossível, não consigo explicar.
Se calhar foi porque nunca me tinha acontecido antes ou porque realmente as posições extremam-se muito, mas era impossível a convivência entre nós, portanto ficou claro de que não iria haver absolutamente nada. Sempre que achei que poderia estar a dar esperanças ou assim, eu afastava-me, porque não queria estar associado a isso. Falam em responsabilidade emocional. Responsabilidade emocional? Responsabilidade emocional eu tenho com a minha avó. Eu não podia deixar as coisas mais claras, não tenho culpa de não corresponder à expectativa das pessoas. Eu tenho 29 anos, sou solteiro. Então agora todas as pessoas que derem um beijinho a alguém já têm milhões de namorados, pobrezinhas.
E é esta questão da dissecação da minha vida que me tem feito mesmo [mal], porque me apetece responder. Eu vejo cada barbaridade dita sobre mim que a minha vontade é responder, mas se eu perdesse tempo com todas as pessoas que o fazem, não tinha sequer tempo suficiente até ao fim da minha vida. Não vale a pena, as pessoas só veem aquilo que querem ver. Acho que neste caso é muito claro, para rematar, que tenho 29 anos, finalmente sou totalmente independente, podia estar a viver um conto de fadas, mas não estou – e atenção, quando digo conto de fadas é porque saí de uma vitória de um reality show e, graças a Deus, não tenho problemas de dinheiro graças a um reality show e, portanto, posso ter uma vida que talvez para trás nunca tenha tido.
Mas, mesmo assim, é difícil com tudo aquilo que me foi imposto ao longo do caminho. 29 anos, sou solteiro, não tenho namorada, mas também nunca tive. Eu estou solteiro há sete anos e as pessoas têm de compreender isto. Eu lamento não ter correspondido às expectativas. Os meus paizinhos também se separaram e divorciaram-se, se calhar eu fiquei muito triste, mas é assim, é a vida deles. E sou filho, imagine, eu não tenho filhos. É muito cansativo.
Como é que está a sua relação com a Márcia Soares atualmente? Diz-se que a bloqueou e que ela deixou de seguir a Bárbara nas redes sociais.
A última coisa que eu vou fazer na vida, ou uma das coisas que eu nunca farei na vida, é comprar seguidores. Acusaram-me de fazer isso e jamais farei isso. Já [vi alguém a fazê-lo], conheço muitas pessoas. Façam o que quiserem, comprem o que quiserem, agora eu jamais o farei. Posso ter um milhão de seguidores ou um seguidor, não me importa, mas serão todos aqueles que me quiserem seguir. E há outra coisa: ao contrário do que dizem, mandam-me uma mensagem ou fazem-me uma coisa, que eu imediatamente bloqueio e não há hipótese nenhuma de ver mais coisas minhas.
Quanto aos meus bloqueios – e podem chamar de infantilidade ou o que quiserem –, se estás a ver uma história minha e me mandas um comentário reles ou o que quiserem chamar, se vens gozar comigo e etc., és imediatamente bloqueado. Podes ser quem tu quiseres. É exatamente isso que tem acontecido. Não foi a única, houve muita gente que era minha apoiante no meu “Big Brother” e que quando eu saí bloqueei, porque têm comportamentos ridículos e, pelo menos assim, já não me conseguem chegar nas redes sociais. O meu número não devem ter, portanto assim não me conseguem chegar e fica perfeito. A relação com a Márcia é uma relação de trabalho hoje em dia. Para mim, trabalho é trabalho e eu sou profissional, portanto enquanto eu estiver lá, vai ser sempre uma relação de trabalho.
Dos reality shows em que participou, com que ex-concorrentes é que mantém uma relação atualmente?
Ainda há poucos dias tive uma conversa muito longa com um dos meus melhores amigos, em que falávamos sobre o facto de eu não aparecer muito hoje em dia e não estar com eles. Mesmo com a família, o meu pai já me disse o mesmo. Nem com a família, nem com os meus melhores amigos eu tenho conseguido estar. Tenho precisado mais do meu espaço e do meu tempo depois de tudo o que tem acontecido, portanto se nem para as pessoas que estão comigo há 20 anos eu tenho conseguido arranjar um equilíbrio, muito menos para as pessoas que eu coloquei na minha vida recentemente.
Tenho passado algum tempo com a Bárbara, tem sido uma pessoa que me tem ajudado imenso, tenho falado algumas vezes com a Sílvia, que também me tem ajudado com algumas coisas que eu estou a tratar e também tenho falado mais ou menos diariamente ou semanalmente. E depois falo pontualmente com a Jéssica [Galhofas], o Francisco [Vale], o [Bruno] Savate, a Noélia [Pereira]. Não é fácil, se nem com as pessoas com quem tenho uma relação há 20 anos eu tenho conseguido falar... Nem com a minha avó tenho passado o tempo que queria passar. É complicado.
Escreveu o livro “O Improvável: De Miúdo Rebelde A Vencedor”, que saiu este mês de junho. Como surgiu este desafio? Era algo que já queria?
A ideia partiu da pessoa da casa onde tenho ficado em Lisboa, partiu mais dela e foi uma ótima ideia, confesso, exatamente por tudo o que tem acontecido. Nas revistas, falam de apenas uma parcela da minha vida hoje em dia. A minha vida amorosa, as namoradas que já me imputaram, os namorados... Sim, porque até namorados já me imputaram, já disseram que andava com o Flávio [Furtado].
Já tive 20 namoradas, alguns namorados também, sou super rodado eu (risos). Tinha muito medo ou receio que se começasse a dissecar a minha vida de alto a baixo da forma que queriam. Eu bem vejo as notícias e há a fonte do casal. Mas quem é a fonte do casal e quem é o casal? Quando comecei a ver como era a comunicação social, o meu primeiro instinto foi pensar que gostava de explicar a minha vida às pessoas. Eu, contar eu a minha vida e não que alguém todos os dias se lembre de contar uma parcela da minha vida só porque sim. E essa pessoa disse-me: ‘e que tal lançarmos um livro? Eu acho que era ótimo, falas bem e acho que poderia ser uma boa oportunidade’.
Pronto, a partir daí começámos a desenvolver a ideia, foi um processo que, tendo em conta tudo aquilo que é necessário, não acho que tenha demorado assim tanto, acho que foi célere na medida dos possíveis e tem resultado super bem, tem estado nos tops de pré-vendas da FNAC e da WOOK.
Tenho a sorte de ter algumas pessoas que gostam de mim, algumas não, muitas. Para ser o suficiente para comprares o meu livro, não sei, quero acreditar que sim, que dê algum interesse. Tem sido muito positivo, obviamente. Acima de tudo, o objetivo número um é que as pessoas me percebam um bocadinho mais. Têm a minha vida ali de fio a pavio e conseguem perceber-me mais, o que eu quero, o que pretendo, aquilo que eu vejo, a forma como vejo a vida, por assim dizer. É também de leitura fácil, são 205 páginas que se leem facilmente, não é aquela leitura que cansa. Isso para mim eram os dois principais objetivos: ser de leitura fácil e terem de me conhecer. E esses objetivos têm sido atingidos, pelo menos pelas pessoas que o têm lido.
Um tema sensível de que já falou várias vezes é a relação com o seu corpo. Tornou-se mais difícil desde que se tornou uma figura pública?
Piorou muito, porque é nisso que pegam para me atacar. Se tu usares a minha falta de inteligência, na tua opinião, para me atacar, eu vou-me rir, vou sorrir e acenar. Atenção, eu não mudaria aquilo que fiz, a minha transparência, o facto de ter explicado às pessoas o porquê de me afetar tanto e acho que no “Dois às 10” [na TVI] expliquei um bocadinho mais.
Tem sido... É como subir e descer o Evereste: às vezes estás lá em cima e é fantástico e, depois, quando estás cá em baixo e olhas para cima, é desolador, ter de subir tudo outra vez. Tem sido um bocadinho este o meu trajeto, a minha batalha com o meu corpo. Eu expus e obviamente que as pessoas menos bem intencionadas, porque há muitas infelizmente, pegam nisso a torto e a direito e tem sido um bocadinho mais difícil. Se, anteriormente, as únicas pessoas que me poderiam, no fundo, afetar com isso eram as pessoas próximas de mim. Quem é que iria falar do meu corpo? Eu não era figura pública, por isso ninguém falava de mim.
Hoje em dia, são os comentadores a dizer o que dizem, são pessoas que têm tempo de antena a falar do meu corpo... Em relação às pessoas normais, por assim dizer, e ao cidadão comum falar nisso, eu já sei como é que é, já me tenho habituado melhor, já me explicaram como é este mundo. Agora, pessoas que têm tempo de antena à procura disso para me atacar também é uma coisa que eu não entendo.
Na entrevista para a revista “Cristina”, revelou que sempre lhe “faltou um bocadinho de vocação”. Já a encontrou? Quais são as suas ambições futuras?
Já encontrei a minha vocação. No outro dia falava com uma pessoa conhecida, em que a pessoa me dizia: ‘realmente, o teu à-vontade e a maneira que tu estás hoje em dia não é de alguém normal, é de alguém que nasceu com um dom’. Já tive algumas oportunidades que foram para a frente, para trás, para a frente, para trás, ainda não se desenvolveu.
Sim, [a televisão] é algo que me fascina, mas não estou preso a essa ideia. Eu adorava, adorava, adorava formar um clube de padel com os meus melhores amigos e, se for preciso, com mais pessoas. Se eu ganhasse o Euromilhões seria fácil, mas na situação em que nós estamos não é uma coisa do dia para a noite. O que dependia acima de tudo de mim, era encontrar o meu rumo. E acho que o rumo se começou a delinear – não acho, tenho a certeza – a partir do momento em que saí do meu primeiro programa. A minha independência e tudo aquilo que eu conquistei fez-me começar a andar um bocadinho no meu rumo, que era o que eu procurava.
Relativamente à televisão, eu tive um projeto que andou para a frente e para trás e não sei onde é que isso vai acabar, que era com uma componente de desporto, que sempre foi a minha vida. Há muitos desportos que eu sou das poucas pessoas que vê e acompanha diariamente em Portugal, por exemplo eu sou aficionado pelo hóquei no gelo, que é algo que não existe cá em Portugal.
Modéstia à parte, conhecimento tenho, quanto mais não seja de termos técnicos, e era uma coisa que eu gostava de incorporar na minha caminhada. Se pudesse unir os dois [desporto e televisão], era perfeito. Mas também não vivo obcecado com isso e, acima de tudo, eu percebi recentemente que não vale a pena estar a fazer muitos planos.