Iñigo Quintero vai atuar já esta sexta-feira, 24 de maio, no North Festival, no Parque de Serralves, no Porto, juntamente com nomes de peso como Alejandro Sanz, Myke Towers, Maria Becerra, Nininho Vaz Maia, Keane, Tom Odell, Birdy, The Reytons, Plaza, Nelly Furtado, Claudia Leitte, Bell Marques, Grupo Menos é Mais e WIU.

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2024 marca a estreia do cantor espanhol de 22 anos em Portugal, sendo que vai atuar no North Festival e também no Rock in Rio, no dia 16 de junho. “Tenho muita vontade de ir para aí, porque sei que há muita gente aí que me ouve, por isso tenho vontade de conhecer as pessoas daí”, garante à MAGG.

Quanto à atuação no North Festival, as expectativas são altas. “Bem, a verdade é que me falaram muito bem deste festival, tanto do Porto como do festival. E eu partilho o cartaz com artistas enormes, então tenho muita vontade de conhecer o público português e de viver a experiência”, afirma.

Iñigo Quintero garante ter uma boa relação com os fãs portugueses e com Portugal, um país que considera ser “muito bonito” e onde já esteve “algumas vezes” por morar “perto”, na Galiza. “Portugal tem sido dos países que mais nos tem pedido que atuemos lá. Pelas redes sociais, pelo Instagram, por todos os lados. É sempre muita gente que nos manda muito carinho de Portugal e estávamos a fazer o que conseguíssemos para ir aí. E pronto, surgiu a oportunidade destes dois festivais, que são referências a nível internacional, e não podíamos faltar”, conta.

Do anonimato para o nº1 do Spotify. "“Foi uma canção que escrevi para Deus"

A não ser que viva debaixo de uma pedra, de certeza que já ouviu a canção “Si No Estas” pelo menos uma vez (ou várias, já que é um dos temas que mais passa nas rádios nacionais e não só). Esse foi o primeiro single que Iñigo Quintero lançou. “Foi uma canção que escrevi para Deus. Eu sou cristão e é uma canção que fala sobre a fé”, explica.

O cantor esclarece que, apesar de ser católico, a religião tem um papel “normal” na sua vida. “Não há coisas raras. Sou um católico normal, simplesmente fiz uma canção sobre isso”, esclarece.

“Si No Estas” alcançou o top 1 global do Spotify em 2023. “Não esperava, de todo. A verdade é que fiz a canção na minha sala, em minha casa, com os meios que tinha, que eram poucos. Nunca esperas que vá ter um êxito tão grande. Quando vi que a canção ia subindo nos tops e muita gente em diferentes países estava a ouvi-la, eu não podia acreditar, claro. Estou muito grato e impressionado”, confessa, acrescentando que “não tinha muita experiência” antes de lançar este êxito e que apenas tinha “tocado em alguns bares por Madrid” anteriormente.

Esta foi a primeira vez que um artista a solo espanhol atingiu este feito. “Eu não acho que seja melhor do que ninguém. Acho que há muitas canções de artistas espanhóis que também mereciam isso, mas por coisas da vida aconteceu assim. Quero continuar a trabalhar e a fazer mais canções”, diz à MAGG.

Depois de a música ser lançada em 2023, tornou-se viral no TikTok e, como Iñigo Quintero não tinha conta na rede social, nem se tinha apercebido do sucesso que estava a fazer por lá. “Começou a ser viral no verão do ano passado, creio que em agosto. Eu não tinha TikTok e avisaram-me que estavam a fazer vídeos, mas eu não sabia muito bem como funcionava. Quando já havia milhares de vídeos, eu descarreguei a aplicação para ver o que se estava a passar. Mas isto foi pouco a pouco. As pessoas ouviram a música quando ela já estava em cima nos tops, mas nós vivemos isto pouco a pouco”, contou.

Para o cantor de 22 anos, as redes sociais são “muito” importantes para os artistas da indústria da música. “Atualmente, não publicitar canções nas redes sociais é matar uma canção antes que ela saia, praticamente. Realmente, se não fazes essa promoção... Atualmente, tudo se move através das redes sociais, só se for um artista super consagrado internacionalmente. Todos os artistas emergentes precisam das redes sociais, que dão um apoio enorme e às vezes as canções mais inesperadas podem tornar-se num êxito mundial”, afirma.

Desde a “Si No Estas”, Iñigo Quintero já lançou mais algumas canções, como “Lo Que Queda De Mí”, “Nada Cambia”, “El Equilibrio” e “Desconocido”, sempre com um toque melancólico. “A verdade é que me custa fazer canções alegres. Faço sempre canções mais melancólicas, mais tristes. Eu escrevo sobre coisas que já me aconteceram, sobre vivências e sobre coisas com as quais as outras pessoas se podem sentir identificadas. É o que eu gosto de fazer”, explica.

Depois do sucesso do primeiro single, o artista receia que as próximas canções não voltem a atingir estes números. “Um êxito como a ‘Si No Estas’ é muito difícil de repetir. Estou consciente de que isso é uma realidade, é algo que não acontece todos os dias. Medo não tenho, eu estou consciente disso e ainda não está tudo feito. Vou trabalhar e as canções seguintes não irão correr tão bem, mas trata-se de ir pouco a pouco, ir ganhando fãs, o teu público, as pessoas que te conhecem. Vamos ver se com trabalho e com sorte, nos próximos anos, volta a ser possível”, reflete.

Atualmente, Iñigo Quintero está a fazer singles e pretende dar mais concertos ao vivo. “Ainda não atuei muitas vezes ao vivo, com as pessoas, com os músicos, o cenário. Estamos a preparar um show muito bonito, eu acho, e um dos meus objetivos é ganhar experiência e que as pessoas gostem e que fiquem contentes depois de nos verem”, adianta.

A vida de Iñigo Quintero deu uma reviravolta, ao passar de ser completamente anónimo para ser reconhecido mundialmente. “Tenho tentado levar tudo isto com muita normalidade. Afinal, é certo que a tua vida muda em muitos sentidos. De repente, tenho de estar em estúdio, dar entrevistas, compor, ensaiar, há mais gente que te conhece na rua. É tudo muito diferente, mas tenho tentado levar isso com muita tranquilidade, sempre rodeado das pessoas com quem tenho estado sempre, a minha família e os meus amigos”, conta, acrescentando que “tenta não ler muito o que dizem” sobre si, focando-se “nos comentários positivos” “de quem lhe conta histórias” com as suas canções, de quem lhe “pede mais música” e lhe “agradece”. “É para essas pessoas que fazemos músicas e para quem cantamos. O resto não me importa muito”, garante.

A família tem sido um grande apoio para Iñigo Quintero. “Estão muito contentes, quase mais contentes do que eu. Estão muito orgulhosos e apoiam-me desde o primeiro momento. De vez em quando, quando podem, vão ver-me e eu só lhes agradeço muito por estar lá sempre”, conclui.