"Batalha de Irmãos". É assim o nome do livro escrito por Robert Lacey, historiador e biógrafo da família real britânica, que promete contar a evolução da relaçãoentre os príncipes Harry e William desde o momento em que nasceram até à rutura no relacionamento — sem esquecer pelo meio de abordar as relações que, entretanto, os filhos da princesa Diana consolidaram com Meghan Markle e Kate Middleton, respetivamente.
Para escrever este livro, Robert teve de se "infiltrar" na família real. Conversou então com várias pessoas ligadas à família real britânica para perceber quando é que a relação começou a deteriorar-se. A reputação do historiador foi um ponto a favor para que conseguisse recolher vários testemunhos. "Não faltaram pessoas a querer falar, porque este é um assunto sobre o qual há uma enorme preocupação", diz o autor ao jornal "Daily Mail", embora as principais fontes tenham recusado revelar a identidade.
De acordo com Robert Lacey, um dos consultores para a série "The Crown" na Netflix, a relação entre os príncipes é realmente preocupante, uma vez que pode pôr em causa o futuro da Família Real. "É uma questão de valores, mesmo sobre a moral nacional. A ideia da nossa realeza moderna foi construída com base na ideia destes dois irmãos", refere o autor do livro.
"O que temos de perceber é que toda a estratégia da monarquia baseou-se na união entre eles. Meghan mudou tudo isso. Ela é difícil. Tem um incrível e perigoso nível de autoconfiança", acrescenta Robert Lacey. Na opinião do autor, a Família Real não sabe como lidar com os segundos filhos, neste caso com Harry, que anunciou este ano o afastamento e independência financeira relativamente à Família Real.
"Isso aconteceu com a princesa Margarida. Aconteceu com o Príncipe André. É o clássico herdeiro e o suplente. Eles simplesmente não sabem o que fazer com o suplente. E certamente não sabiam o que fazer com a esposa do suplente", afirma Robert.
O afastamento dos duques de Sussex será outro dos temas abordados no livro, de acordo com o "The Sun", que vai contar, em primeira mão, o que aconteceu na sessão em Sandringham, em janeiro, convocada pela rainha Isabel II, e que contou com a presença do príncipe Harry, William e Charles, para decidir o futuro de Harry e Meghan.
Em suma, a "batalha" referida no título do livro é assim o retrato de uma relação conturbada. "Não é só sobre dois irmãos, dois homens encantadores, talentosos, mas é, em última instância, sobre dois homens magoados", refere o autor, acrescentando que fala ainda de outras batalhas que dizem respeito ao amor versus dever e à tradição versus reinvenção.
É isso que está a acontecer com Harry e Meghan Markle, agora a viver na Califórnia, com o filho, Archie, de 1 ano, e dedicados a causas solidárias, como sempre fizeram, bem como a novos projetos após terem assinado um contrato com a Netflix para a produção de documentários.
Robert, autor de "Batalha de Irmãos", ainda chegou a enviar uma pré-publicação do livro para o Palácio de Buckingham, mostrando-se disponível para alterações se necessário, mas o conteúdo foi devolvido sem sinais de ter sido aberto e ainda voltou acompanhado de uma simples carta de apresentação, o que significa que o Palácio não deu importância. Sem qualquer parecer real, o livro vai mesmo avançar e será publicado no Reino Unido a 15 de outubro.