Albert Meyong terminou a carreira de futebolista aos 37 anos, depois de ter jogado em clubes como o Vitória de Setúbal. Este ano, assumiu um novo projeto enquanto treinador do Villa Athletic Club, clube fundado a 14 de junho e presidido por Fábio Lopes, ou Conguito, como é mais conhecido.

Esta semana, várias pessoas recorreram às redes sociais para expor que o clube lhes estaria a dever dinheiro. Conguito acabou por admitir que realmente existiam dívidas: "Assumo, humildemente, as minhas responsabilidades e confio que o grupo tudo fará para chegar a uma solução rapidamente".

Conguito fundou clube de futebol. Agora, é acusado de dever dinheiro — e confirma as dívidas
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Meyong concedeu uma entrevista à "TV7Dias", publicada esta sexta-feira, 21, onde revelou alguns pormenores acerca de como foi estar envolvido no clube com sede em Ponte de Sor. "Eu não recebi nem um euro. Alguns jogadores receberam um salário", declarou.

"O projeto era muito bom e parecia-me viável, mas agora vejo que afinal disseram muitas coisas que não eram verdade, nomeadamente em relação aos apoios financeiros", adiantou, também. No passado fim de semana, o Villa Athletic Club saiu vitorioso em Elvas.

Foram a campo com 12 jogadores e com equipamento emprestado, como refere a mesma revista. "Se não jogássemos, acabavam todas as possibilidades de resolver o problema. Não estive sentado no banco porque não estou inscrito", comentou Meyong.

"Já não treinamos há algum tempo. Treinávamos em Samora Correia e só o preço de deslocação era um balúrdio", explicou, não estando certo se o futuro passará pelo clube. Assegurou que "com essa gente não" trabalha. A 15 de agosto, Conguito publicou uma fotografia com Meyong no Instagram com a legenda "Bem-vindo, mister. Obrigado por confiares".

Depois de comentar, pela primeira vez, o assunto, o locutor da MegaHits usou o Instagram para divulgar um texto dirigido à família, aos amigos, aos que seguem o seu trabalho e "a todos os que se têm cruzado com o Villa Athletic Club", onde lamenta a situação.

"Lamento que o meu sonho vos tenha arrastado para as notícias e lamento que tenham de ler tudo o que foi escrito, em notícias ou em comentários negativos e, por vezes, agressivos", começa por escrever. "Nunca foi um negócio. Mas foi o negócio do futebol que o destruiu", considera.

Acha que "o sonho virou pesadelo". "Perdeu o Fábio, que quis criar um clube novo e perdeu o Conguito, a construir uma carreira há 12 anos", prossegue, pedindo desculpa "a todos por ter acreditado no sonho". Diz ser mais difícil do que imaginara e que tinha acreditado "que estávamos a tempo de encontrar uma solução financeira para um orçamento que triplicou".

"Fui ingénuo e confiei demasiado", crê, esclarecendo que "não se salta de um barco a arder" e que "é muito duro ler todas as ofensas pessoais e notícias que em nada contribuem para a estratégia" definida. O radialista continua, dizendo que "é nas respostas aos tempos difíceis que se define a força de uma equipa".

Conguito diz que fez "questão de chamar os melhores". "Mas, nos tempos difíceis, em que a equipa devia estar unida a encontrar soluções de viabilização do projeto e soluções para os problemas, os que acreditava serem os melhores consideraram que seria mais benéfico criar uma campanha nos media e nas redes sociais, com o intuito de destruir o valor do Villa Athletic Club e de denegrir o seu presidente", conclui

"O importante é resolver os problemas das pessoas e do clube e, para isso, podem contar que continuarei a dar o meu melhor", termina, na publicação que fez esta quinta-feira, 20, e que já se encontra repleta de comentários maioritariamente negativos.