Miguel Costa, 46 anos, apesar de ter integrado o elenco de várias novelas portuguesas como “Amor Maior” ou “Nazaré”, está a dar cartas na apresentação, sendo repórter do programa “Alô Portugal”, na SIC, desde 2021. O ator revelou à MAGG o melhor de estar em contacto direto com o público e falou sobre a sua paixão pelo desporto, que o levou a criar um canal no Youtube, O Mini Atleta.

Além de ter abordado a desvalorização da cultura em Portugal, falou sobre a importância que as duas filhas, Luísa, 10 anos, e Teresa, 8, têm na sua vida. Quando a entrevista foi realizada, a 28 de abril, o apresentador contou o que significou para si ir a Fátima a pé cumprir uma promessa que fez a um amigo, em maio de 2022. Curiosamente, Miguel Costa está desde esta segunda-feira, 8 de maio, a fazer uma nova peregrinação.

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O Miguel tinha uma carreira enquanto ator e começou a dar cartas na apresentação. Foi algo que sempre quis ou foi natural?
Surgiu porque recebi um convite do Daniel Oliveira e ele lançou-me o desafio. Embora possa dizer que a área da apresentação foi fazendo cada vez mais parte da minha vida profissional por vários motivos. Primeiro, porque sempre que o “E-Especial” ou o “Famashow” faziam alguma reportagem nos bastidores das novelas ou em algum evento, havia sempre uma curiosidade minha em pegar no microfone e assumir a brincadeira e a entrevista com os meus colegas e amigos.

Às vezes, dizia na brincadeira que ia ser o repórter masculino do “Famashow”, porque ao longo da minha vida sempre gostei muito de conhecer as pessoas, desde pequenino que os meus pais me dizem que eu na praia ia meter conversa com estranhos, fossem miúdos ou graúdos. Podemos aprender muito e é super enriquecedor dialogar com os outros e respeitar a história das pessoas. Basicamente é isso que eu faço no “Alô Portugal”. É respeitar a história dos convidados, querer dar a conhecer e eu próprio conhecer, porque aprendo muito com eles.

Também tenho um projeto no digital que está adormecido, que é O Mini Atleta, onde fazia vídeos de material desportivo e tinha convidados que me falavam do material que usavam como o Bruno Fernandes, Carolina Patrocínio, Tiago Teotónio Pereira. Eu perguntava qual era o material que usavam e isso também me obrigou a ganhar, acho eu, destreza para entrevistar. Mas mais do que entrevistas, são conversas entre duas pessoas, muito descontraídas e com muito respeito da minha parte, pelo menos, e de certeza que da outra parte também são.

"Saltei um bocadinho para o desconhecido, saí da minha zona de conforto, mas sinto-me muito feliz"

Continua a preferir a representação ou ambas as áreas o realizam?
Sem dúvida. Gosto de desafios que me tiram da zona de conforto, embora questionemos sempre. Acho que é uma característica intrínseca de quem trabalha para o público e eu, enquanto ator, posso tirar muito gozo dos trabalhos que faço, mas tenho sempre presente que é para o público que eu faço o meu trabalho. Acaba por ser uma descoberta minha que me faz muito feliz, fui muito feliz a fazer este trabalho. Saltei um bocadinho para o desconhecido, saí da minha zona de conforto, mas sinto-me muito feliz.

Perguntam-me muitas vezes pela representação. A representação fará sempre parte da minha vida, sempre. Mas acho que é muito importante, e tento fazer disso o meu lema de vida, ser feliz. E neste momento sou muito feliz a fazer aquilo que faço. Claro que cabem mais coisas. Tenho outros projetos, tenho ideias e tento materializá-las. Mas confesso que tento aproveitar este momento.

O Miguel é economista. Como surgiu esta mudança de área?
Verdade, tirei licenciatura em Economia na Universidade Católica de Lisboa. Fui atrás dos meus amigos, não sabia o que queria fazer. Não fui muito feliz. No primeiro ano chumbei a quase tudo, jogava râguebi e parti a mão direita e foi mais um pretexto para ir pouco às aulas. Só que depois existia o investimento dos meus pais que me pagavam as propinas, e não são nada baratas, e não vivia bem comigo com esse desperdício. Então comecei a estudar e a fazer cadeiras.

No verão, fui fazer um curso de expressão dramática, de representação, com um amigo meu e aí sim descobri uma coisa que me fazia feliz como nunca tinha sido. Embora eu não goste de deixar coisas por encerrar, já tinha muitas cadeiras feitas e fui acabando aos poucos. Inscrevia-me EM menos cadeiras, não chumbava assim tanto, e acabei. Acho que o saber não ocupa lugar e já me foi útil até para a construção de personagens.

Desde 2021 que é repórter do programa “Alô Portugal”, fez este ano dois anos. Como descreve este projeto?
A nível pessoal, destaco a curiosidade e a aprendizagem. É um privilégio. Aprendo com muita gente de todas as áreas, de todas as zonas do País, inclusive as comunidades de emigrantes portugueses, quando fui a Paris para o Dia de Portugal. É uma aprendizagem constante das nossas tradições, a sabedoria popular que é muitas vezes desprezada, e isso para mim é incrível. Como trabalho muito pelo País, tenho a sorte de trabalhar com grandes profissionais. Não só os câmaras, mas toda a equipa do “Alô Portugal”.

Nós atores não temos tanta noção da companhia que fazemos às pessoas, mas com a apresentação, essa perceção é muito maior. Somos a companhia de muita gente, muita gente vive em solidão e a solidão é um flagelo hoje em dia. Tenho essa perceção e sinto-me responsável de ser uma boa companhia. E a verdade é essa: dou o melhor de mim. Sei que posso fazer melhor, mas naquele momento sei que estou a dar o meu melhor. E vou trabalhar para fazer cada vez melhor, sempre com uma coisa presente: com a honestidade daquilo que sou. Posso almejar ser melhor, posso trabalhar para isso, mas tem de ser genuíno, senão não serei feliz e acho que o meu desempenho não será interessante. Para isso, mais valia dar o meu lugar a outro.

Depois, entretanto, vão surgindo outras oportunidades. Felizmente a SIC tem-me dado, também nesta área da apresentação, ótimas oportunidades noutros programas.

Enquanto repórter, está em contacto com muitas pessoas do público. Tem alguma história caricata ou marcante que queira partilhar?
Tenho. Duas das mais engraçadas foram com militares nossos. Uma com a GNR, com a brigada cinotécnica dos cães que descobrem explosivos, droga, etc, e eu fui cobaia e deu brincadeira com um dos cães, foi muito engraçado e perfeitamente seguro. Depois fui aprendiz de fuzileiro durante um dia e andei numa pista de lodo que tresandava e ia ficando preso no fundo e eles iam-me apoiando sempre.

Umas das mais engraçadas também foi ontem, coincidência, em que fui fazer pole dance. Aquilo é muito difícil e muito divertido ao mesmo tempo, mas quando faço eu tento fazer bem, não é para ‘apalhaçar’. Ia-me matando, mas ia mesmo, porque ia cair do varão de cabeça para baixo.

Tive várias marcantes. Não posso deixar de lado a peregrinação a Fátima. Tinha feito uma promessa e propus à produção ir e, para não faltar ao programa, fazer reportagem todos os dias do sítio onde estava com quem me ia encontrando. Foi algo indescritível no melhor dos sentidos e é difícil para mim explicar em palavras. Foi muito forte, muito bom, intenso e as pessoas foram-me ajudando, porque eu parti sozinho. E senti que houve uma mão sempre a amparar-me até Fátima.

Depois, as minhas filhas participam no programa de uma forma muito natural, porque às vezes não temos com quem as deixar nas férias. Elas gostam e eu faço questão que elas conheçam a equipa, os profissionais que trabalham comigo, e elas adoram. Como são as pessoas mais importantes da minha vida, é ótimo.

O que é para si o melhor de estar em contacto direto com o público?
É a aprendizagem e a responsabilidade de ser a companhia de muita gente. É a aprendizagem de estar a representar uma casa e uma família enorme, o Grupo Impresa, a SIC, e saber que as pessoas confiam em nós e depositam em nós um papel legítimo da parte delas de sermos a companhia delas, porque entramos sem pedir autorização na casa das pessoas, como se costuma dizer. Para mim é um privilégio ser essa companhia e tenho mesmo essa missão bem presente. Sei que não vou agradar toda a gente, é impossível fazê-lo.

O Miguel fez parte do elenco de várias novelas como “Dancin Days”, “Amor Maior”, “Perfeito Coração”, “Alma e Coração” ou “Nazaré”. Qual foi a novela que mais gostou de fazer?
Gostei muito de fazer a “Perfeito Coração”, foi uma novela muito especial, em que fazia de Constantino e era mecânico de automóveis com o Paulo Rocha e foi muito marcante para mim. Não há projetos perfeitos, mas esse foi quase perfeito. Depois gostei muito da “Amor Maior”, em que fui desafiado a fazer de mau e ainda hoje as pessoas me dizem que eu era muito mauzinho. Acho que ganhei credibilidade e tinha um núcleo de amigos e colegas espetacular como o José Mata, o Tiago Teotónio Pereira, o [José] Fidalgo, o João Maneira, a quem dava grandes cargas de tareia. Foi muito bom e desafiante.

Todos os projetos têm o seu encanto. Brincar ao faz de conta é incrível e poder dar vida a personagens é também um privilégio. Eu, acima de tudo, sou um sortudo por fazer aquilo que gosto no meio da incerteza toda que este ofício implica.

E a personagem mais marcante? De novelas, teatro ou cinema.
As que falei foram das mais marcantes. Em teatro, todos os espetáculos que fiz no Teatro da Comuna foram muito especiais para mim, poder aprender com o meu mestre João Mota. E não só, os musicais infantis que fiz. São muitas horas em palco, foi excelente. Poder fazer dois espetáculos no contexto de visitas oficiais na altura com o presidente da República Jorge Sampaio a França e à Bélgica também. Foi um privilégio enorme plantar um bocadinho da história de Portugal através do teatro.

No dia 22 de setembro deste ano vai fazer parte do Glam Comedy Night. Fazer stand up está nos seus planos?
Às vezes vão me desafiando aqui e acolá para espetáculos de stand up. Eu divirto-me muito a fazê-lo e o feedback é positivo. Tenho feito alguns espetáculos, mas não marco muitas datas porque não tenho tanta disponibilidade quanto isso, até porque estava a fazer o “Olhá SIC” ao domingo e ocupava-me muito tempo de qualidade e eu queria ter algum tempo com a minha família. Na realidade está nos meus planos e já comecei a materializar isso. No dia 22 lá estarei para testar mais material e algumas coisas que tenho escrito.

Em 2017, criou o canal de Youtube “O Mini Atleta”,  já que é um amante de desporto, mas deixou de publicar conteúdos há um ano. É algo a que pensa voltar?
Um dia destes vou voltar. O que acontece é que estou a desfrutar de outras coisas, mas está nos meus horizontes pegar no tema e no formato. Até porque continuo a fazer desporto e a testar muito material. O desporto é algo fundamental para mim e é algo que eu gosto muito e que me faz muito bem animica e fisicamente. As minhas filhas, que são da geração do Youtube e das redes sociais, estão sempre a pedir-me para voltar a gravar. Tenho lá alguns vídeos em casa em que as minhas filhas pequeninas, de forma orgânica, acabam por aparecer. Um dia destes tenho de retomar.

Também decidiu ir a Fátima a pé com um grupo de peregrinos. O que significou para si esta peregrinação?
Significou muito mesmo. Fui cumprir uma promessa dedicada a um amigo meu que teve um acidente muito grave e que ia morrendo, nove em cada dez pessoas que tivessem aquele acidente tinham um desfecho fatal, mas felizmente não teve e está muito bem. Tenho a minha fé, não é algo que esconda nem tenho vergonha nenhuma, mas nunca tinha feito o caminho e fui. Para mim era fundamental ir. A generosidade das pessoas para comigo foi qualquer coisa. Vim de lá uma pessoa melhor pelo exemplo do outro e isso ajudou-me muito.

Depois há coisas que não sei explicar, nas alturas em que eu fraquejava aparecia uma alma caridosa, que eu não sei explicar de onde é que aparecia, pessoas que partilhavam a sua história de vida comigo, pessoas com experiências de vida muito difíceis, que me fizeram relativizar muito os meus problemas. Acho que não tenho problema nenhum ao lado de certas pessoas. No meio disso tudo é incrível podermos sentir que nas alturas de maior dificuldade há qualquer coisa que nos ajuda. É óbvio que não existe uma maneira linear de sentir isso, há muita coisa na vida que nos faz questionar e duvidar dessa existência, mas há um propósito e o propósito mexeu muito comigo. É uma coisa que recomendo, tenham fé ou não, sejam crentes ou não, recomendo. Encontrei-me um bocadinho mais a mim próprio, o que é bom.

"Com tudo parado e sem apoio nenhum, vi-me muito aflito"

Na pandemia, usou a sua exposição e partilhou anúncios de emprego nas suas redes sociais para ajudar o maior número de pessoas possível, porque, segundo o próprio, também passou por uma “fase complicada” no primeiro confinamento. Qual é o impacto que uma situação destas pode ter na vida de um artista?
Devastador, porque de um dia para o outro os meus projetos pararam e se não há, não entra dinheiro. É mesmo assim. Se não entra dinheiro, não há proteção social que valha, apesar de eu ter as minhas seguranças sociais e os meus impostos em dia. Ficou exposto, mais uma vez, a fragilidade e a necessidade de criar um estatuto profissional digno para quem trabalha no mundo da arte e espetáculo e isso ainda não está materializado. Sei que há grupos de trabalho a desenvolverem debates com o governo, mas gostava muito que isso fosse resolvido e que fosse resolvido por todos. Todas as forças políticas envolvidas a valorizar o trabalho de quem teve um papel fundamental a entreter quando estávamos todos em casa, com filmes, séries, novelas.

Como tudo parou, deixei de receber dinheiro. Fiquei muito preocupado, tenho duas filhas e a minha mulher, e não quero que falte nada à minha família. Com tudo parado e sem apoio nenhum, vi-me muito aflito. Eu e toda a gente neste meio, ou praticamente toda a gente, e noutros também, como restauração, cabeleireiros... Isto despertou as pessoas para a necessidade de criar uma proteção social, mas na prática não vi passos sólidos nesse sentido, nem de empatia. Achei que ia criar mais empatia entre as pessoas e agora vejo uma selvajaria nas redes sociais e é algo que me deixa muito triste.

O Miguel não se inibe de mostrar o seu desagrado em relação à falta de apoios e à desvalorização da cultura. Considera que esta situação está a mudar?
Acho que ainda falta, mas já existe o lançamento de uma base de trabalho, creio eu, onde participam vários representantes do setor, para, em conjunto com o governo, criar-se um estatuto digno. Sinceramente não sei em que ponto está, se calhar eu próprio devia interessar-me mais por isso, mas tento estar atento a tudo o que são notícias ou partilhas que os meus colegas façam. Sinto mesmo assim que ficará ainda aquém.

Mas já é um passo importante, já é uma mudança. Acho é que exige mais mudança ainda, porque estamos a falar da dignidade das pessoas e a dignidade não tem preço ou não deveria ter. Neste momento, para os profissionais da cultura, o preço estipulado é demasiado baixo e sacrifica muito a dignidade. Mas não só. Como disse da cultura, digo de outros setores. Acho que era importante haver uma empatia cada vez maior e uma compreensão para com as particularidades das diferentes áreas profissionais no sentido de defender a dignidade de todos. E isso é possível, mas não sei se estarão todas as pessoas interessadas nisso, infelizmente. Mas temos de ter esperança, eu sou positivo.

Sendo uma figura pública, e até tem mais de 80 mil seguidores no Instagram, como lida com a exposição e os comentários negativos que recebe?
Quando é uma diferença de opinião exposta de uma maneira civilizada acho que é ótimo e pode existir debate saudável. Se for só a selvajaria do insulto ou agressão, para mim existe uma ferramenta chamada bloqueio. Se as redes sociais são uma extensão nossa, pelo menos para mim são, eu não vou meter em minha casa quem me quer bater e agredir, portanto aquilo acaba por ser um espaço do qual tenho de cuidar. As pessoas não têm de gostar de mim nem de ninguém, faz-me é confusão que percam tempo para agredir e insultar. Para quê? Há tanta coisa para fazer e para utilizar o tempo.

"A partir do momento em que passei a ser pai, tenho medo de morrer"

O Miguel é pai de duas filhas, a Luísa e a Teresa. Pelo que mostra nas redes sociais têm uma relação bastante próxima.
Elas mudaram-me completamente. O foco da minha vida, a minha prioridade são elas, sempre. E será sempre assim, são os amores da minha vida. A forma sublime e plena de amor que eu já senti é através do amor que sinto pelas minhas filhas. A partir do momento em que passei a ser pai, tenho medo de morrer, que lhes falte alguma coisa, e enquanto estiver cá vou dar o meu melhor para que não lhes falte nada. Mas tenho ainda mais medo que elas sofram. Prefiro sofrer eu em vez delas, seja do que for e de que forma for. No meio disso tudo há o amor e o amor prevalece. Os meus dias são muito mais positivos e desafiantes, tenho três mulheres em casa (risos). Estou em minoria, mas vivo muito bem com isso, acho que o mundo é das mulheres, mas às vezes tenho de ir dar a volta ao quarteirão quando se pegam. Faz parte, sabem que se precisarem podem contar comigo, mas acho que às vezes até agradecem que eu vá dar a volta ao bilhar grande.

Como é para elas terem um pai famoso? Acha que lidam bem com isso?
De uma forma natural, sempre dei uma explicação do que era o meu trabalho. Sempre as tentei envolver no sentido de lhes mostrar o que é, porque é que às vezes tenho horários malucos, porque é que às vezes não estou presente, com quem trabalho. Isso fez com que elas percebessem melhor e lidassem melhor com essa realidade. O pai é uma figura pública, mas não é um convencido que vive à base do ego, e sempre lhes disse que o importante é termos uma postura responsável e honesta na vida, façamos o que fizermos. É trabalhar de forma séria e a fama e o ser conhecido não é o foco. O foco é fazer um trabalho sério e honesto e isso vale para todas as áreas.

Olhando para o futuro, ambiciona continuar a conjugar a representação e a apresentação?
Projeto algumas coisas para a frente, mas acima de tudo quero usufruir do momento, estou muito feliz a fazer isto. Gostava de mergulhar ainda mais nesta área da apresentação. Sabes quando descobres uma coisa em que és feliz e que todos os dias são uma aprendizagem? É muito bom mesmo, é recarregar baterias. Mas depois há o amor pela representação também que estará sempre presente de uma ou de outra forma.

Ambiciona fazer projetos internacionais?
Gostava muito mesmo. É mais difícil na apresentação do que na representação. Na representação, não sendo fácil, é mais acessível do que eu ir apresentar para o estrangeiro, a não ser que fosse para o Brasil, talvez, apesar de me safar em línguas. Seria difícil, mas porque não? Não sabemos bem o desenrolar e o desenvolver deste mundo, mas não ponho limites, desde que a minha base familiar esteja sempre bem.

E a sua paixão pelo Sporting Clube de Portugal, de onde surgiu?
É o meu grande amor, o Sporting Clube de Portugal é o amor da minha vida, não sei explicar. Sente-se, não se explica. Eu nem sei como chegou, talvez influenciado pela família. Sempre foi uma coisa muito minha, as minhas filhas são sócias, vão aos jogos, eu tenho muitos amigos meus que fiz pelo Sporting. Tenho uma tatuagem dedicada ao clube, muitas noites mal dormidas para poder ir a certos jogos, torço muito, é lindo.

Quanto tem um tempinho livre, o que mais gosta de fazer?
Gosto muito de partilhar o meu tempo com a minha família, com os meus amigos, gosto muito de fazer desporto, mas gosto muito dos meus momentos sozinho. É fundamental para mim, sempre foi. E sou um ser sociável, gosto muito de aprender e falar com as pessoas, mas preciso do meu tempo sozinho todos os dias. Se puder tenho esse tempo, se não puder é por motivos melhores, a família.