Aos 35 anos, Ashley Graham é a mulher dos sete ofícios, como se costuma dizer. É modelo, designer, ativista, apresentadora e agora tem mais uma coisa para acrescentar ao seu currículo: o facto de ser a mulher mais sexy do mundo. O título foi-lhe concedido pela revista "Maxim", tendo-se destacado entre outras 99 mulheres.
Ao anunciar a vencedora deste ano, a publicação deixou algumas palavras de apreço pela modelo. "A rainha das curvas é tão linda quanto inspiradora, seja a posar para sessões fotográficas glamorosas enquanto a mulher mais sexy do mundo ou a roubar as atenções nas passadeiras vermelhas", lê-se na legenda da "Maxim" nas redes sociais, acompanhada pela capa desta edição, da qual a modelo é a protagonista.
De cabelos ao vento, Ashley Graham usava lingerie nude e um roupão com plumas a combinar, nesta produção que assinalava a sua ascensão ao pódio. Acabou, portanto, por destronar a vencedora do ano passado, a golfista e influenciadora digital Paige Spiranac, e destacou-se entre as outras candidatas, que iam de Beyoncé a Bella Hadid.
Veja algumas das candidatas
"Podemos encarar as formas e tamanhos de todos, o género, a etnia e a idade como uma parte de quem eles são, não precisa de ser algo negativo ou positivo", esclareceu a modelo em entrevista à "Maxim". "Devia ser algo facilmente aceitável e não precisamos de ter estas conversas constantemente. Os nossos corpos estão sempre a mudar e a evoluir", continuou, acrescentando que tem usado o seu "como uma ferramenta" que lhe permite abrir o jogo em relação a este tema.
De facto, desde o início da sua carreira, aos 12 anos, quando foi descoberta num centro comercial do Nebraska, Estados Unidos, que tem batalhado para dar voz à body positivity [positividade corporal, em português], um movimento que tem como objetivo a aceitação de todos os corpos. Com a missão de mudar os padrões de beleza definidos pelos media, foi a primeira modelo com o tamanho 44 a posar para a capa da "Sports Illustrated", em 2016.
Desde então, já conta com variadas capas de revistas no seu repertório, que vão da "Vogue" norte-americana, em 2019, quando estava prestes a ser mãe, à "Cosmopolitan", passando pela "Elle" e "Allure". A par disto, o seu currículo na indústria da moda é ainda mais vasto, tendo desfilado para marcas de renome, como Michael Kors, Prabal Gurung e Christian Siriano, além de ter feito parte do painel de jurados de "America’s Next Top Model", nas 23.ª e 24.ª edições (ou ciclos, como são popularmente conhecidas) do programa.
A sua devoção à causa tem sido tanta que, em 2016, a companhia de brinquedos Mattel criou uma Barbie à semelhança da modelo, que nesse mesmo ano foi considerada “A Mulher do Ano” pela revista "Glamour". E são estes feitos que fazem com que as marcas a escolham para levarem a cabo algumas parcerias. É o caso da Knix, com a qual já colaborou inúmeras vezes, estabelecendo-se como a cara dos lançamentos de lingerie e de biquínis que a marca vai criando.
Apesar de ser frequentemente convidada a participar em conferências para discutir assuntos relacionados com a imagem, é no seu podcast que o faz como e quando quer. Lançado em 2018, o "Pretty Big Deal" é uma plataforma em que Ashley Graham partilhas as suas experiências e onde também amplifica as vozes dos outros. Além de abordar as temáticas da aceitação corporal e de saúde mental, a modelo também tem aproveitado para falar sobre a maternidade, relações e desafios de carreira.
Na lista de convidados da ativista constam figuras de destaque como Kim Kardashian, Gabrielle Union e Serena Williams, bem como estrelas em ascensão e especialistas nas suas respectivas áreas. O podcast tem sido elogiado pela sua autenticidade e inclusividade, o que lhe rendeu uma nomeação para os Webby Awards na categoria de Melhor Podcast de Lifestyle, em 2019.
Se a carreira contribui para ter uma vida ocupada, a vida pessoal também. Isto porque Ashley Graham é casada com o realizador de cinema Justin Ervin, de 34 anos, com quem tem três filhos: Isaac, 3 anos, e os gémeos Malachi e Roman, atualmente com pouco mais de 1 ano.