Susana Maria Alfonso de Aguiar, a fadista portuguesa mais conhecida por Mísia, morreu este sábado, 27 de julho, aos 69 anos, completados no mês passado. A cantora encontrava-se internada há pouco mais de uma semana no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na sequência de uma crise relacionada com o cancro com que lutava desde 2016.

A notícia foi avançada pelo escritor americano e amigo Richard Zimler no Facebook. “Estou desolado, pois a minha velha amiga, a cantora Mísia, acabou de nos deixar. Partiu em paz, docemente, sem dores. Gostei tanto dela”, escreveu.

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Mísia, natural do Porto, cantava ocasionalmente em casas de fado durante a sua adolescência, tendo-se mudado posteriormente para Barcelona por circunstâncias familiares e, mais tarde, para Madrid. Quando regressou a Portugal, em 1981, começou o seu caminho na música, tendo ficado célebre por criar o “novo fado” e dado voz a textos de grandes nomes da cultura nacional, como José Saramago.

Em 2004, foi condecorada com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França e, no ano seguinte, com o grau de Comendador da Ordem do Mérito. Há dois anos lançou o disco “Animal Sentimental”, juntamente com um livro homónimo e autobiográfico, onde falou sobre uma relação marcada pela violência doméstica, da mágoa de se sentir mais amada no estrangeiro do que no próprio País e da luta contra a doença, segundo o "Correio da Manhã".