Pedro Nuno Santos foi o convidado deste sábado, 17 de fevereiro, do "Alta Definição". O secretário-geral do Partido Socialista esteve à conversa com Daniel Oliveira e falou sobre tudo um pouco, inclusive de 2022, o "ano negro" em que passou por desafios profissionais e pessoais.
"2022 foi um ano duro, negro. Muito difícil para mim e para a Catarina [a mulher]. Havia projetos de vida que nós não conseguimos. Queríamos uma família maior e nunca conseguimos", revelou Pedro Nuno Santos, durante o "Alta Definição".
"Temos uma grande alegria e, depois, temos uma desilusão", continuou. Não escondeu que foi difícil ter de fazer de conta que nada se passava. "Habituamo-nos a conviver com um político e esquecemo-nos de que há ali vidas como as outras", recordou, ainda, dando a entender que a mulher sofreu um aborto durante uma gravidez, apesar de ter optado por não ser explícito a 100%.
“Como é que aquilo que é tão importante para mim, tão importante para a Catarina e o que nos aconteceu…’como é que amanhã tenho de fazer de conta que estou como estava antes?'”, disse a Daniel Oliveira.
Pedro Nuno Santos sobre a mãe: "É uma lutadora"
O percurso na política começou cedo, na Juventude Socialista, onde conheceria a mulher, Catarina, com quem teve Sebastião, o único filho, agora com 6 anos. O candidato do PS às eleições legislativas passou algumas partes da entrevista com lágrimas a escorrerem-lhe pelos olhos.
Apareceram pela primeira vez quando o tópico foi a sua mãe. "Porque é que é uma mulher especial?", perguntou Daniel Oliveira. "É uma lutadora. Trabalha muito. Vive muito para os filhos", respondeu PNS, emocionado."Quando vim estudar para Lisboa, a coisa complicou-se. Voltava sempre mais politizado e isso foi assustando a minha mãe", reconhece.
"A minha mãe sofre muito com o que nos acontece. Vive muito os problemas dos filhos. Houve alguns momentos que me custaram muito", afirmou. Ainda assim, garante que nunca pensou em desistir da política, que hoje em dia acha ser "muito agressiva". Se pudesse corrigir algo, escolhia "moderar a demonstração da entrega".
"Acho que o País só avançará quando deixarmos de arrastar os pés e tomarmos decisões", crê, pautando a sua campanha com "coragem e capacidade de decisão". "Tento separar a vida política da vida familiar. São muitos os momentos em que pomos tudo em causa. Em que se pensa 'mas vale a pena? Mas faz sentido?'", desabafou.
Reconheceu que não passa tanto tempo com o filho quanto gostaria e não poupa elogios a Sebastião. PNS cegou a delegado de turma e também foi presidente da Associação de Estudantes no ensino secundário. O político de 46 anos revelou que, em criança, "não era bom no desporto".
Ainda assim, praticou "vários anos" viet vo dao, uma arte marcial vietnamita. Nos tempos livres, faz boxe, ioga e meditação. "Quis fazer coisas diferentes", explicou ao apresentador do programa o político, que é natural de São João da Madeira.
Pedro Nuno Santos afirmou que teve uma adolescência "muito marcante", em que "fazia o desporto, brincava, namorava, mas havia a política também. "Gostava muito" de estilos musicais como grunge e punk rock, tendo mencionado bandas como Pearl Jam e Nirvana.
Chegou a ter o cabelo pelos ombros e também houve fases, já em adulto, sem quaisquer pelos faciais. Diz ser "muito perfecionista" e "muito caseiro". Quando consegue, lê, descansa, ouve música e namora. Na faculdade, foi eleito "mister simpatia" e tornou-se anti-praxe.
Entre lágrimas, esclareceu que não pretende "dececionar ninguém". Falou com orgulho dos pais, da irmã, dos sobrinhos, da mulher e do filho e, claro, da vida política. "Eu sabia que o dia em que me ia candidatar chegaria", exclamou. As eleições legislativas acontecem a 10 de março.