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O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu esta sexta-feira, 10 de setembro, depois de um agravamento do seu estado de saúde. Jorge Sampaio foi internado a 27 de agosto, tendo sido transferido de helicóptero para o Algarve. O político português, de 81 anos, encontrava-se de férias quando sentiu dificuldades respiratórias.
Jorge Sampaio iniciou a carreira na política antes do 25 de abril, foi secretário-geral do Partido Socialista, presidente da Câmara de Lisboa e presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Lisboeta de raiz e criado em Sintra, Jorge Sampaio, foi essencialmente o homem dos discursos difíceis.
Após a passagem pela Presidência da República, em 2006, foi enviado especial para a Luta contra a Tuberculose pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre 2007 e 2013, foi o alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações. Jorge Sampaio presidia atualmente a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que o próprio fundou em 2013, com o objetivo de contribuir para a resposta à emergência académica.
Reações à morte do ex-presidente da República
Ao longo da sua vida e carreira, Jorge Sampaio cruzou-se com várias figuras, desde amigos a colegas de profissão, muitos dos quais estão a prestar várias homenagens através de mensagens emotivas e ainda incrédulas sobre a morte daquele que é considerado uma das figuras mais marcantes do país.
Numa breve nota, o Partido Comunista Português (PCP) envia as condolências à família e ao PS pela morte de Jorge Sampaio, reconhecendo "o seu percurso democrático e de resistência ao fascismo no qual releva o papel desempenhado na defesa nos tribunais plenários, nos anos da ditadura, de numerosos antifascistas".
"É uma vida de grande inspiração para todos nós", assim descreve o ex-candidato à Presidência da República, António Sampaio da Nóvoa. Através de um telefonema, emitido na RTP3, o ex-candidato contou que "Jorge Sampaio foi uma inspiração ao longo de toda a minha vida".
"Uma personalidade realmente empenhada com as causas da democracia e do desenvolvimento social no nosso país e no plano internacional"
Outra figura política que reagiu à notícia foi Ana Gomes que lembrou o percurso internacional de Sampaio. "Curvo-me com grande respeito e grande pesar pelo desaparecimento de Jorge Sampaio", reagiu a socialista. Politicamente, Ana Gomes definiu Sampaio como alguém que defendeu sempre o “socialismo com S grande, engrandecido pela matriz humanista".
O ex-Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deixou uma mensagem de condolências no Twitter. "Os meus mais sentidos pêsames para a família de Jorge Sampaio, Presidente da República com quem tive a honra de trabalhar como PM, e que era uma personalidade realmente empenhada com as causas da democracia e do desenvolvimento social no nosso país e no plano internacional", escreveu Durão Barroso.
O Partido Socialista (PS) também recorreu ao Twitter para deixar uma mensagem a Jorge Sampaio. "O PS ao tomar conhecimento do falecimento do ex-Presidente da República e seu digníssimo Camarada Jorge Fernando Branco de Sampaio, vem tornar pública a sua indescritível dor pela partida de um dos seus mais brilhantes intelectuais. Até sempre, Presidente".
António Costa destacou o "sentido cívico" que teve no exercício das suas funções "desde a luta estudantil à plataforma internacional que criou para os refugiados sírios". Vai também ser decretado luto nacional de três dias, a começar no sábado, 11 de setembro, durando até segunda-feira, 13.
* Peça atualizada às 11h50 desta sexta-feira, 10 de setembro, com a informação de que será decretado luto nacional de três dias.