Em Abrantes, os Gelados Lis dificilmente passam despercebidos. Não estão só numa loja, fazem parte de um edifício que é ao mesmo tempo uma obra de arte. Já em Lisboa, instalaram-se a 5 de junho junto ao campo padel do Campo Grande de forma mais discreta. Mas quem descobre estes gelados, pode não querer partilhar o segredo (não vá esgotar).

Criados em 1976, os Gelados Lis parece que nasceram destinados a vir para Lisboa, só que a razão do nome foi outra. "O senhor Paulo Dias, quando chegou a Abrantes e criou os gelados, fez um concurso para o nome da gelataria. Havia vários nomes e ele decidiu Gelados Lis por uma simples razão. É que a bandeira de Abrantes tem a flor de Lis no símbolo", conta à MAGG um dos atuais proprietários, Pedro Pina Ribeiro, de 55 anos. Pedro é formado em Engenharia Eletrotécnica, que já exerceu, e neste momento, além da gelataria, é gerente de duas óticas.

O proprietário teve olho para os gelados e, juntamente com a mulher, Carla Pina Ribeiro, de 55 anos, passou a tomar conta do negócio após 40 anos da sua existência. Agora, somam já 45 e adicionaram mais um capítulo: a abertura de um quiosque em Lisboa. "Decidimos há muito tempo que deveríamos ir expandido os Gelados Lis por duas razões fundamentais. A primeira, é que já são 45 anos e o início da geração é aqui [Abrantes]", onde estão muitos abrantinos viram a marca crescer e "estão em todo o País", explica Pedro. "Depois, Lisboa porque é um grande centro", continua.

O maior problema foi encontrar um espaço, até que chegou a parceria com o 360 Active Padel para abrir o novo quiosque de gelados.

Gelados Lis, junto ao campo padel do Campo Grande
Gelados Lis, junto ao campo padel do Campo Grande Gelados Lis, junto ao campo padel do Campo Grande créditos: divulgação

Gelados Lis(boa) estão a conquistar com o sorbet de tangerina

Os Gelados Lis estão num local por onde passam muitos desportivas com as suas raquetes de padel, mas, segundo Pedro Pina Ribeiro, "não resistem à tentação" e há opções para todos. Uma delas são os sorbets, pelo facto de terem como ingrediente principal a fruta. Mas há outros best sellers dos gelados que mantêm a receita desde 1976.

"Mantemos a receita tal como ela nos foi transmitida. Claro que houve aqui já alguma inovação no que diz respeito à intensidade do sabor. Ou seja, em vez de levar três morangos, hoje leva quatro para a mesma quantidade de gelado", explica Pedro. A receita criada por Paulo Dias foi inspirada na arte de fazer gelados que aprendeu em Angola, o que nos deixa confusos. Habitualmente conhecemos esta mestria como italiana, mas parece que em África também se apresende a arte de fazer gelados.

O que distingue os gelados de origem angolana? "É tudo feito com produtos naturais. Não usamos produtos que hoje em dia se utilizam para fazer a estabilidade do gelado ou para lhe dar consistência", diz Pedro. São exemplos o leite, ovos, açúcar e também a fruta, que ora vem de perto de Alvega, no caso das amoras, ora de Mouriscas, no caso dos morangos, ora de outros pontos do País, no que diz respeito às meloas.

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Só pelas frutas já é possível conhecer alguns dos sabores de gelados, neste caso sorbets, os mais apreciados em Lisboa. O de tangerina destaca-se, mas também o de meloa. Quando aos gelados, a curiosidade pelo palha de Abrantes, criado há três anos, é inevitável.

Na restantes gelatarias, em Abrantes e Santarém, há outras preferências: na loja de Abrantes é o gelado de chocolate que se destaca, bem como o de baunilha e a palha de Abrantes; em Santarém, para além dos sorbets de fruta, são os crepes que mais fazem sucesso (e que terá de provar numa visita ao Ribatejo). "É uma receita nossa, muito antiga, é da minha avó materna", diz Pedro.

Em Lisboa, em copo ou cone, uma bola custa 2€, duas 2,90€ e três, apenas em copo, custa 3,80€. Os gelados também estão disponíveis em take away, com caixas desde 0,5 litros (8,5€).