Fica na Ericeira, apresenta pregos e hambúrgueres inovadores e já conta com opções vegetarianas. Na Taberna Lebre, a especialidade são os pregos e a variação do pedido vai (muito) além do bem ou mal passado. Com uma carta que conta com 14 sugestões de pregos diferentes (a partir dos 3,20€), a Taberna Lebre aposta no ousado, sem descartar o tradicional.
Ah, o típico prego no pão – com aquele alho esmagado e o bife maior do que o pão, idealmente torrado. 'O do costume' e a escolha segura que pouca margem tem para errar. A verdade é que o prego no pão faz parte da cultura portuguesa, mas raramente sofre variações. Ora muda o tempero do bife, ora é bife de peru e não de vaca e, às tantas, resume-se ao bife e ao pão. Tão simples quanto isto.
Para contrariar a tendência, a Taberna Lebre revolucionou o prego no pão e foi para lá do confortável. Nesta tasca ericeirense, consoante o gosto e a preferência, ingredientes como queijo, orégãos, azeitonas, bacon, ovo e até abacate podem juntar-se à equação (leia-se ao prego). "Os estrangeiros quase nunca pedem o simples, querem é coisas lá para dentro", conta o proprietário Edward Dias Silva. "Mas os portugueses também já começam a arriscar mais", acrescenta.
Das escolhas de sempre, como o prego simples, às mais arriscadas e irreverentes, como o prego Montanha, o El Salvador ou até o Inglês, a panóplia de opções é vasta e não só de pregos se faz a festa. Hambúrgueres e saladas também fazem parte do cardápio – com ou sem carne na receita.
Não só de pregos se faz a festa
Quando olhamos para as entradas, saltam à vista nomes como linguiça, batata frita 'saloinha', queijo de Nisa ou, ainda, queijo de cabra com mel e nozes e o cardápio não deixa dúvida de que, com toda a certeza, se trata de uma casa portuguesa.
Saltando para o prato principal, a partir de 3,20€, a premissa da tasca da Ericeira para os 12 hambúrgueres é semelhante à dos pregos: para todos os gostos, dos mais simples aos mais elaborados. Do Montanha ao de alheira, passando pelo Borda d'água e voltando ao El Salvador, também os hambúrgueres de carne resultam de combinações fora do comum – no entanto, quem é vegetariano conta apenas com uma única opção, que pouco ou nada avança, para além da informação de que se trata de um hambúrguer vegetariano.
Em pleno verão, encontra ainda opções mais leves. O menu tem saladas – simples, de atum ou 'à Lebre' (a partir de cinco euros) e, ainda, com sopas – de peixe e do dia (a partir de 1,70€).
De tio-avô para neto, a Taberna permanece viva e de boa saúde
Entre ruas e ruelas, no coração da vila, é conhecido por “escondidinho”, mas não passa despercebido. Assim que chegamos à rua da Misericórdia, deparamo-nos com um cheiro tão característico que não deixa dúvidas de que estamos prestes a chegar ao destino.
Se, pré-pandemia, a Taberna Lebre era destino de longos convívios à volta da mesa e de olhos postos 'na bola', atualmente, na era dominada pela COVID-19, prima pela segurança e pelo cumprimento das restrições impostas pelo Governo. No entanto, há coisas que nunca mudam e, com ou sem coronavírus, o dia de descanso mantém-se, e ao domingo a Taberna Lebre está encerrada.
Com uma decoração tradicional, com madeira como protagonista da sala e esplanada, o ambiente remete-nos para um estabelecimento tipicamente português, que faz 'match' com o conceito de 'tasca à tuga', de rostos conhecidos e ambiente acolhedor.
(Literalmente) 'escondidinho' numa rua estreita, Edward Dias Silva e Olga Gaspar são as atuais caras desta tasca/pub ericeirense e o negócio já faz parte da família deste 1974. A verdade é que a Taberna não é uma novidade na vila da Ericeira. Quando abriu, era o tio-avô de "Eddie" (Edward Dias Silva) que estava à frente da Taberna Lebre e o forte não era o prego, mas sim a bifana.
Vai um prego inglês com um aldrabão a acompanhar?
Se, segundo o dicionário, “aldrabão” é um burlão ou trapaceiro; segundo a Taberna Lebre é a combinação ideal para acompanhar qualquer prato do cardápio. De acordo com o ‘dialeto à lebre’, um aldrabão é uma combinação de Gin e 7Up, que custa apenas 1€ e já faz parte da tradição da marca.
Para além da bebida da casa enquanto aperitivo, pode ainda contar com um abafado ou com a típica ginjinha servida (ou não) em copo de chocolate.