O D'Bacalhau, o restaurante especializado neste peixe, no Parque das Nações, em Lisboa, acabou de apresentar aos clientes um novo menu. A ementa, concebida pelo chef Júlio Fernandes e a sua equipa, muda duas vezes por ano. E agora até inclui comida para animais.
Certamente já provou bacalhau com natas, à Brás, à Zé do Pipo, à lagareiro, espiritual... de todas as maneiras e feitios. Mas e um bacalhau servido numa casca de abacaxi? Esta é uma das invenções que entraram no cardápio este mês e que pode degustar seja no interior ou na esplanada deste restaurante com 535 lugares.
A ideia surgiu numa das muitas visitas do chef Júlio ao Brasil, em trabalho. Quando lhe pediram para apresentar um prato diferente, começaram as experiências. "Li que o abacaxi tinha caraterísticas que casam bem com o bacalhau", disse, em entrevista à MAGG. "Saiu à terceira vez", adiantou.
O bacalhau tropical, como lhe chamou, custa 18€ e surge dentro de metade de um abacaxi. "Leva manga, queijo por cima e caril e broa para engrossar", revelou-nos o chef, que, com o que sobra, faz mousse de abacaxi, de modo a reduzir o desperdício.
Outra das novidades na carta é o bacalhau espiritual, que custa 18€. "Não faças como costumas fazer", aconselharam o chef, que optou por seguir a receita de Maria de Lurdes Modesto, acrescentando-lhe pão. A cereja no topo do "bolo" é, na verdade, um camarão, cujo sabor se envolve com o do bacalhau, o do pão e o do queijo.
Além deste novo prato, que vem gratinado e com sabor a comida da avó, no que toca a sugestões novas, há pastéis de bacalhau com feijão frade (12,90€), salmão grelhado em cama de legumes (15,90€), risotto de camarão com caril (18€) e mais bifes, como o de vitelão com cogumelos (15,90€).
E porque em equipa que ganha não se mexe, mantêm-se as pataniscas (2,50€/unidade), o misto de bacalhau (com bacalhau à Brás, à lagareiro, com natas e do chef, a 35€ para duas pessoas), o misto de bacalhau com polvo e camarão (15,90€) e muitos outros clássicos que já fidelizaram multidões.
Agora com uma nova pasteleira de serviço, Susane, o departamento das sobremesas está reforçado. Desde a fresca salada de fruta tropical com açaí (7,90€), à tarte de limão (4,90€) e ao chef Júlio, um bolo de bolacha com chantilly seco, chocolate e amêndoa (4,90€), há muitas guloseimas para conhecer.
"O bacalhau à chef Júlio é o prato que mais vendo. Em segundo lugar está o bacalhau com natas e o à lagareiro também sai bem", contou à MAGG, enquanto brindávamos à saúde com um Sossego branco e alentejano. "Vou mostrar-lhe algo que acho que não há em mais lugar nenhum do Mundo", ouvimos, do chef.
Falava-nos de um menu concebido especialmente para os animais. "Há seis meses decidi tornar o restaurante pet-friendly", começou por nos explicar, justificando o crachá que os funcionários levam ao peito e que o identifica como tal. Desde então, todos os bichos que acompanham os donos recebem uma tigela com água.
Neste espaço, os cães podem petiscar latas de comida a 3,90€, em vez de ficarem a babar pelo bacalhau dos donos. "Temos de gostar de animais para fazer este tipo de coisas", acha o chef, que tem vários cães. Falou-nos da sua cadela ciumenta e de todos os amigos de quatro patas que refilam por estarem na fila para o restaurante.
A carta anterior do D'Bacalhau estava em vigor desde setembro. "Os meus chefes são os clientes", defende Júlio Fernandes, que há 14 anos ocupa a mesma morada do Parque das Nações. Aqui, o bacalhau vem da Islândia e da Noruega. No total, são utilizadas entre oito a nove toneladas de bacalhau por mês.