É certo que não serve carne nem peixe, mas não é isso que importa aqui. "Quero que as pessoas venham e experimentem, sem pensar em rótulos", explica Cristiana Batalha, também ela uma amante da liberdade no que diz respeito à alimentação.

Por isso, no Elti — o restaurante que acabou de abrir em Lisboa, na zona de Santos — também há ovos e queijo para aqueles que sentem que precisam desse extra.

Morada: Rua Dom Luís I, 20 A, Lisboa
Horário: 8h-18h, sábado 10h-16h (fecha ao domingo)

"Ainda há dias conversava com o staff e percebi que todos nós já tínhamos passado por várias fases. A fase raw, a fase vegan e a fase vegetariana", conta Cristiana. Agora, ainda que coma maioritariamente alimentos de base vegetal, opta principalmente por aquilo que o corpo lhe pede. "Em casa como comida vegan, na rua tento que isso aconteça também mas, infelizmente, em Lisboa ainda é caro e essas opções não estão disponíveis em todo o lado".

No Elti, para praticar preços que considera mais justos, fica com a margem no quase zero desperdício com que gere o restaurante. É para isso que serve o prato do dia, por exemplo. "É uma forma de trabalharmos só com produtos da época e de escoarmos o excedente", refere. No dia da visita da MAGG, por exemplo, a fruta estava em todo o lado. "Sobrou mais do que esperávamos e alguma dela fica sensível rapidamente. Então, é transformada em sumos, gelados e sobremesas".

Como estão abertos apenas durante o dia, o menu está focado no pequeno-almoço e almoço. "Mais até no pequeno-almoço", refere Cristiana, salientando que é a refeição que mais lhe custa comer fora de casa. "Eu vivo em Moscavide e há uns tempos andei 1h30 à procura de um sítio para tomar um pequeno-almoço vegan e não encontrei", conta, "e a vida tem que ser mais do que farinha e café".

A decoração também foi feita a pensar no aproveitamento de recursos. As paredes são projetos de upcycling de artistas amigas de Cristiana

Quem for ao Elti terá café e também torradas, mas há opções mais originais para começar o dia. Espetadas de fruta (3€), gaufres (7€), açaí (6€) e ovos Benedict (6€) são alguns dos pratos disponíveis, mas também há menus. A uma bebida pode juntar as tais torradas — mas estas com abacate ou manteiga de amendoim caseira) — ou uma bowl (de tapioca, aveia, fruta ou iogurte) e pagar 3,50€.

Para uma refeição mais composta há sempre um menu do dia e três opções fixas: uma salada de quinoa, um hambúrguer vegetariano (8€) e espetadas de legumes assados com seitan, tofu, tempeh e cogumelos (10€). Nesse caso, o menu El Comandante engloba uma sopa, o prato, uma bebida, sobremesa e café e custa 12€. Já o menu La Lisboa custa 8€, com direito a sopa, prato e café.

Enquanto espera, "não desespera", como escrevem na carta, até porque há petiscos como húmus com vegetais (3€), legumes assados (3€) ou bruschetta (3€).

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A boa notícia? Também há brunch, para aqueles que ficam sempre indecisos entre as primeiras refeições do dia. Estão disponíveis três menus: o Heróico é para uma pessoa e conta com duas espetadas de fruta e uma bruscheta, uma bowl de tapioca ou de fruta e uma bebida (10€); o Destemido já é para duas pessoas, assim como o Valente. O primeiro é composto por duas espetadas de fruta, um gaufre, uma bowl, um iogurte e duas bebidas (20€) e o segundo, ainda mais completo, leva duas bruschetas doces e duas salgadas, quatro espetadas de fruta e duas bebidas.

Para acompanhar tudo isto há cafés, chás, cervejas e sumos de fruta com nomes tão originais quanto o Vasco da Gama Detox que, já agora, leva espinafres, pepino, aipo, maçã, gengibre, lima e hortelã. Já o Camões é feito com açaí, banana e frutos vermelhos.

Se optar por ficar apenas pela água, saiba que por 50 cêntimos Cristiana enche-lhe a garrafa. Assim como se trouxer a sua embalagem para take away, paga apenas o valor da refeição, sem extras.

A preocupação ambiental continua na cozinha, de onde o lixo orgânico sai diretamente para compostagem.

Para já, o Elti está aberto apenas até às 18 horas (16 horas ao sábado), mas Cristiana admite alargar o horário, até porque em breve vão ter esplanada e querem passar a receber exposições, tertúlias e pequenos concertos.