
A premissa do Pizzico é simples: trazer para o centro de Lisboa a autêntica tradição italiana sem grandes artifícios. Diretos ao ponto, neste pequeno espaço na Rua dos Correeiros há pouco mais do que pizza, com o foco a ser este prato napolitano, aqui confecionado com ingredientes diretamente vindos de Itália e num igualmente tradicional forno (aliás, os proprietários garantem que este é mesmo o único forno 100% napolitano na cidade).
Aberto desde 2023, o Pizzico nasce do sonho de dois amigos italianos, Thomas e Marco, que depois de anos a trabalharem no mundo da banca, acabaram por vir para Portugal desbravar caminho na missão de servir as melhores e autênticas pizzas napolitanas aos portugueses e também aos muitos turistas que por aqui passam.
Fomos experimentar as delícias do Pizzico e temos coisas a dizer, do ótimo ao bom, e ao que nos aborreceu mais. Saiba tudo.
O ótimo
Os rolinhos de pizza

Ainda nos faltam palavras para descrever o deliciosa que é esta entrada, já que duvidamos que exista combinação mais incrível que enchidos e queijo no mundo. Estes rolinhos de pizza são bem generosos na quantidade de queijo, e o tomate e o salame picante, à boa maneira italiana, é delicioso até mais não. Foram claramente a nossa entrada preferida e o prato que mais gostámos no Pizzico, elegendo assim a versão de tomate e salame picante (9€) para o número um. O segundo fica guardado para a proposta de rolinhos de queijo e trufa (9€), que estavam igualmente bons — mas todos temos os nossos preferidos, não é verdade?
O queijo nas pizzas

Se é um verdadeiro amante de queijo, confesse: quantas vezes não teve de pedir este ingrediente extra para garantir uma quantidade considerável e, mesmo assim, saiu com as expetativas furadas? Pois, aqui não tem esse problema, dado que a quantidade de mozzarella fior di latte, a mais comum nas pizzas, chega de forma generosa.
O bom
Os ingredientes verdadeiramente italianos (mas faça a escolha acertada)

Não somos pessoas de dizer não a desafios, por isso fomos em força escolher a Forza Napoli (14€), uma pizza que junta provola fumada, salsicha fresca e friarelli — e sim, não fazíamos ideia do que era o último ingrediente. Para que aumente o seu conhecimento gastronómico, tratam-se de uma espécie de brócolos italianos, que, na nossa opinião, estão mais perto dos bimis que também consumimos muito em Portugal.
Gostámos, mas não amámos estes brócolos, mas ficámos contentes por perceber que o Pizzico não mente quanto aos ingredientes serem mesmo italianos. E olhámos para pizzas pedidas pela nossa companhia com inveja do fiambre da Ippolito (13€), com molho de tomate, fior di latte, cogumelos e, lá está, fiambre, e queremos muito voltar para provar aquelas que prometem ser maravilhas como a Freccia (16€), com creme de trufa, fior di latte, speck, limão e cogumelos, ou a Amatriciana (14€), com molho de tomate, fior di latte, guanciale, pecorino e pimenta preta.
Os vinhos naturais a copo e italianos

No Pizzico, os vinhos naturais são reis. E embora a variedade não seja mega extensa no espaço, tem a opção de provar verdadeiros vinhos italianos — e não precisa de companhia para abrir uma garrafa, porque são servidos ao copo. Só tem de escolher entre o Vinero tinto (6€) ou o Vinibianco branco (5€), ambos da Sicília. Porém, se forem dois ou mais e pedir à garrafa, tem propostas de tinto italiano a partir dos 30€ e o Pietradolce Etna Branco, também da Sicília, por 45€.
O chato (vá, mas a culpa não é do Pizzico)
A chegada ao restaurante

Já mencionámos que o Pizzico fica na Rua dos Correeiros, certo? Para quem não sabe, esta é uma rua recheada de restaurantes turísticos — arriscamos dizer que alguns são as verdadeiras tourist trap — , o que equivale a terem funcionários na rua com os menus a tentarem à força toda levar as pessoas para os seus estabelecimentos. Ora e se há alguns que fazem uma curta pergunta, outros são insistentes ao ponto de andarem ao nosso lado durante alguns metros, mesmo quando já dissemos várias vezes que não estamos interessados ou que já temos uma reserva noutro restaurante. Chato.