Em 2000, Javier Floristán criava, em Saragoça, Espanha, o projeto La Mafia se sienta a la mesa. Inspirada por uma viagem a Itália e pelo livro homónimo de 1986, nascia uma cadeia de restaurantes que completou recentemente um ano de existência em Portugal.
A máfia senta-se à mesa nas Avenidas Novas e no Parque das Nações, sendo este o espaço que visitámos e que detém uma esplanada ampla, salas privadas e dois andares com vista para o rio Tejo. Cada restaurante tem capacidade para mais de 200 pessoas.
De modo a comemorar um ano em território nacional, há novas adições ao menu, inspirado no conceito "Piacere Originale" (prazer original), que combina a cozinha tradicional italiana com as matérias-primas espanholas. Ao chegar ao restaurante dará conta de que o menu é digital, acessível através de código QR.
Mas essa nem é a melhor parte: cada um dos pratos traz, além da descrição e do preço, uma imagem. Este aspeto é muito importante para nós, que defendemos que os olhos também comem. Ao longo do jantar, ficámos surpreendidos ao constatar que o que nos chegava à mesa era quase uma réplica perfeita do que tínhamos visto no telemóvel.
Inicialmente, chegou a oferta da casa (que todos os clientes recebem), um género de pedaços de gressino para molhar em molho bruschetta (tomate e especiarias). Seguimos para o novo carpaccio de vitela com Grana Padano D.O.P., alcaparras e focaccia com pimentão (15,90€), que adorámos.
Pedimos também a burrata italiana com tomate em pó e speck, sobre uma cama de beringela temperada I.G.P. Almagro, rebentos de espinafre e vinagrete de Módena, amêndoas e tomate repousado (15,90€), que entrou há pouco tempo para a secção das saladas.
Para pratos principais escolhemos os cuadrati de scamorza, uma massa recheada de queijo defumado scamorza (queijo defumado), figo e nduja (creme de chouriço picante) com pesto de rúcula, tomate em pó e Grana Padano D.O.P. (16,50€), que vinha bem servida e que, a cada dentada, revelava um novo sabor.
Também provámos o lavagante grelhado com tagliatelle negro, azeite macerado picante, camarões, caldo de peixe, tomate em cubos, pimentão picante e manjericão fresco (33,90€), cujo único defeito foi mesmo estar demasiado picante.
Não podíamos deixar de pedir a nova sobremesa — o lingotto di carota e lótus — um delicioso e macio biscoito de cenoura combinado com queijo fresco e creme de bolacha lótus (6€). Só de pensarmos nele já estamos a babar. E o coulant, o bolo com recheio de chocolate feito no forno, que veio quente, com gelado (6,50€), também contribui para a necessidade de um babete.
Desconhecíamos o La Mafia se sienta a la mesa, mas ficámos fãs (tal como "O Padrinho" ficaria). Seguramente entra para o nosso top de restaurantes italianos favoritos na capital. Se os novos pratos são tão bons (e há muitos mais para além dos que mencionámos), nem queremos imaginar os clássicos, que já conquistaram um lugar cativo na ementa.