O hotel de cinco estrelas Six Senses Douro Valley, em Lamego, tem uma nova proposta gastronómica. O Cozinha do Douro serve exatamente isso, apoiando-se em dois principais valores: a proximidade e a sustentabilidade.
Servindo-se, sempre que possível, de produtos locais, e tendo como base um receituário histórico, cria pratos que refletem identidade e tradição a cada garfada. Dos queijos aos enchidos e sem esquecer a carne ou os arrozes, é a comida de conforto que deixaria qualquer avó orgulhosa.
O objetivo com a criação do menu foi o de ter propostas que refletissem a localização do hotel. Em cada sugestão encontramos pedaços da região do Douro, não fossem os ingredientes quase na totalidade provenientes de produtores locais.
A ementa varia consoante as vontades da Natureza. É elaborada pelo chef José Gomes, também responsável pelos restantes espaços gastronómicos do hotel. Começa com "Prá Mesa", onde estão inseridos os pães do Douro: pão de azeitonas e broa de milho, tremoço e azeitonas em azeite e citrinos do nosso pomar (6€).
Segue-se "À navalha", com queijos e enchidos, e "Coisitas Boas", as entradas servidas em pequenos pratos, tais como os cogumelos selvagens salteados com castanhas (14€), a tiborna de abóbora com manteiga assada e requeijão da Serra (14€) e o escabeche de lúcio do rio Douro em broa de milho (17€). Propostas sóbrias, saborosas e que valem por si.
No "Aconchego", a canja de galinha (14€) e no "Sustento" principais como posta de vitela à Mirandela (38€), arroz de polvo borrachão (32€), bacalhau confitado (32€), bochechas de bísaro DOP com esmagada de batata (32€). Para acompanhar, há opções como arroz malandrinho de feijão e nabiças (7€) e verdes da nossa horta salteados (6€).
Por último, "Para Adoçar", o carrinho das sobremesas traz opções como pão de ló estilo Ovar (perfeito) e pêra bêbeda em vinho do Porto. A carta de vinhos reforça a presença do património vínico do Douro, com seleções cuidadas, que combinam na perfeição com os pratos desta "mesa com pronúncia do norte".
Apesar de recente, a Cozinha do Douro tem uma meta clara definida: a Estrela Verde Michelin. Esta distinção do Guia Michelin é, desde 2020, atribuída aos restaurantes que se destacam pelas práticas sustentáveis (tais como hortas próprias, compostagem, energia solar ou economia circular).
"A sustentabilidade não é de agora. São coisas com as quais nós já cumprimos há anos. Faz parte dos pilares e da filosofia da marca", esclarece José Gomes, em entrevista, durante a visita da MAGG ao Six Senses, quanto aos critérios exigidos pelo Guia Michelin. O grande desejo era ter a estrela associada ao hotel num todo, mas, neste caso, tem de pertencer a um restaurante.
"Queremos que seja o restaurante de foco do hotel. Não somos um restaurante de fine dining e também não queremos ser, e sim ligado à localidade, um restaurante tradicional, onde conseguimos ter uma cozinha altamente local e sustentável, desde o trabalho da compostagem, falta de plásticos dentro da cozinha e a comunicação que fazemos em prol da sustentabilidade", reforça.
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