O primeiro dia do MEO Marés Vivas, esta sexta-feira, 14 de julho, ameaçou ser bastante desagradável pela chuva que se sentiu na Madalena, em Vila Nova de Gaia, no início do primeiro dia de festival. A chuva deu tréguas, mas mesmo que não desse, ninguém ia arredar pé da frente do palco e faltar ao concerto dos cabeça de cartaz: os Da Weasel.

O que ver e como chegar. Guia de sobrevivência para o Marés Vivas (que arranca esta sexta-feira)
O que ver e como chegar. Guia de sobrevivência para o Marés Vivas (que arranca esta sexta-feira)
Ver artigo

A banda de hip hop portuguesa atuou depois de Jorge Palma, Os Quatro e Meia e Slow J, e nem eles nem ninguém ficou indiferente ao facto de o primeiro dia do festival, em que no palco principal apenas atuaram artistas portugueses, tivesse esgotado. “Fomos nós, os portugueses, que esgotámos esta porra toda”, gritou Carlão para as 40 mil pessoas que o assistia.

Com uma energia contagiante, entre a banda, entre o público e entre ambos, era impossível que alguém estivesse apático ou aborrecido durante a atuação de quase duas horas dos Da Weasel. Este foi a segundo concerto após o regresso da banda que se formou em 1993, que aconteceu no NOS Alive em 2022, doze anos depois. Eis 3 destaques do espetáculo.

1. A doninha saiu da toca, e com ela saiu a velha guarda

Os Da Weasel foram a banda sonora de milhares de portugueses que cresceram na década de 1990 e que ansiavam voltar a ver a doninha fora da toca pelo menos mais uma vez na vida. A banda atuou no NOS Alive, em 2022, mas nem todos conseguiram ir até ao Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, para os ver. O concerto do MEO Marés Vivas foi, para muitos, o primeiro encontro após muitos anos e, para outros, foi um reencontro também muito ansiado.

No momento que antecedia a atuação dos cabeça de cartaz, a velha guarda aproximou-se do palco principal e quis ter o melhor lugar para ver o Pacman (Carlão) e Jay Jay e sentir a sua energia. Levavam T-shirts, camisolas e cachecóis da banda e sentia-se uma energia tal, ainda os Da Weasel não tinham subido ao palco.

Como este foi o segundo concerto da banda após o seu regresso, quiseram agradar ao máximo o público. Prova disso foi o facto de terem incluído o tema “(No princípio era) O Verbo” na setlist, algo que não aconteceu no NOS Alive e que deixou os fãs um pouco chateados. Além disso, João Nobre ainda atirou várias palhetas para que alguns sortudos ficassem com mais uma recordação do espetáculo, desta vez material.

A vontade era tal de ficarem a ouvir as músicas que marcaram uma geração (ou mais) pela noite fora, que quando a banda fez uma pausa, após cantarem o clássico “Re-Tratamento”, o saudosismo já se sentia no ar. Uns minutos depois, os Da Weasel regressam para mais quatro músicas, “Adivinha quem voltou” – nem de propósito —, “Selectah”, God Bless Johnny” e “Tás na boa”, e foi a euforia total para aproveitar os restantes minutos que faltavam do concerto.

2. O concerto foi ao ar livre, mas se houvesse um teto, este ia abaixo

Já esperávamos que este concerto tivesse muita energia, muita vontade e nostalgia, mas o que se sentiu em cima do palco e no público foi para além de mágico. No palco, Virgul esteve do início ao fim empenhado nos seus vocais e nos moves de dança, Carlão não parou de puxar pelo público do início ao fim, sempre a saltar e com o dedo do meio levantado em muitas das quadras.

O público, eufórico durante toda a atuação, se já saltava por vontade própria em todas as batidas das músicas, saltava ainda mais alto cada vez que a banda puxava por ele. Muitos sabiam praticamente todas as letras de cor e não se inibiam de as entoar em alto e bom som.

Já para não falar do mar que parecia infindável de todos os fãs de braços levantados e coordenados, enquanto Carlão gritava “esquerda” e Virgul gritava “direita”. Se olhando para trás nos parecia incrível, quando aparecia nos ecrãs gigantes, um de cada lado do palco, era de arrepiar da cabeça aos pés.

A emoção foi muita durante as quase duas horas de concerto e Carlão bem o reforçou. “Se isto não é tão bom quanto sexo, está lá perto. Está muito lá perto”, disse ao público.

3. O beijo entre Carlão e João Nobre

A química entre os membros da banda é notória e nunca esteve ninguém por si durante o concerto. Estiveram todos por todos. Carlão andou por todo o palco, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, cruzava-se com Virgul, ia até ao irmão, João Nobre, com quem fundou a banda, ou até ao DJ Glue.

Carlão já tinha demonstrado a emoção que estava a sentir ao irmão, indo várias vezes à beira dele e tendo-o abraçado, enquanto este tocava, e beijado no pescoço. Mais tarde, mais ou menos a meio da música “Mundos Mudos”, acabou mesmo por agarrá-lo e beijá-lo, levando, mais uma vez, o público à histeria.

Veja as fotos do concerto.