Os números não deixam margem para dúvidas: o surto da COVID-19 atacou em todas as estruturas que poderia atacar e os cinemas, que reabriram em junho, não foram exceção ao registar uma quebra de 99% de espectadores face a 2019. Quando as salas de cinema um pouco por todo o País voltaram a ter ordem para abrir, foram cerca de 12.400 os espectadores que compraram bilhete para ir ver um filme. Este valor representa apenas 1% dos espectadores de junho de 2019.

Os dados são do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) que, com a reabertura das salas, voltou à divulgação mensal de informação estatística sobre a exibição comercial das várias salas de cinema nacionais. Esses mesmos dados revelam que, em junho, 12.403 espectadores geraram um total de 53.430 euros nas bilheteiras, que foram abrindo de forma gradual.

Entre janeiro e junho deste ano, o ICA diz que há, no total, 540 salas em 1354 espaços ou complexos. Tudo somado, isto representa um total de 100.609 lugares. No entanto, e embora o desconfinamento esteja em marcha desde junho, "apenas algumas salas, em particular as exibidoras mais pequenas e independentes, reabriram nessa data", escreve "Observador", citando a Agência Lusa.

As salas independentes (como o Nimas, em Lisboa, ou o Cinema Trindade, no Porto) foram as primeiras a abrir enquanto as maiores exibidoras — como a NOS Cinemas — só retomaram atividade no início de julho.

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Em todas as salas, as medidas de segurança não são muito diferentes daquelas que já estão a ser adotadas pelas salas independentes que abriram no início de junho. A lotação máxima de cada sala está reduzida para que seja possível salvaguardar uma distância física adequada entre os vários clientes que se desloquem até ao cinema.

Por isso mesmo, quando comprar o seu bilhete, vai ter um lugar marcado, e todas filas da sala terão de ser ocupadas, mantendo-se, assim, um lugar de intervalo entre os espectadores — exceto no caso de serem coabitantes. O intervalo entre espectadores é feito na horizontal, o que significa que não haverá filas vazias atrás ou à frente dos espectadores.

Além disso, o uso de máscara é estritamente obrigatório dentro do cinema e durante a visualização do filme. Mas porque só isso não é suficiente, todos os espaços estão sujeitos a um reforço na higienização e desinfeção. Todos os espectadores deverão desinfetar as mãos com álcool gel, disponibilizado pelos responsáveis do espaço, à entrada da sala de cinema.