Pela primeira vez na sua história, o Tribeca Festival saiu das ruas de Nova Iorque e aterrou em Lisboa, Portugal, para dois dias cheios de arte e cultura para todos aqueles que querem aprender mais sobre o cinema. Fundado em 2002 por Robert De Niro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff em homenagem às vítimas dos ataques do 11 de setembro de 2001, a missão deste festival é fazer com que a comunidade internacional de cinema sinta em primeira mão o poder desta arte, com conversas e palestras conduzidas por grandes nomes da indústria, e a festa de abertura aconteceu já nesta quinta-feira, 17 de outubro, onde Robert de Niro confessou estar muito contente por estar em Lisboa.
"Estou muito feliz por termos trazido o festival até aqui, estou a gostar muito de toda a experiência", começou por dizer. "Espero que as pessoas gostem, foi o local ideal para 0 trazer. Já vim a Lisboa várias vezes e adoro cá vir", confessou o fundador e ator de renome, que participou em grandes projetos como "Tudo Bons Rapazes" e "Ajuste de Contas".
No seu discurso, de Niro confessou que quando procuravam a cidade perfeita para internacionalizar o festival queriam uma cidade com história e com passado nesta arte, assim como um sítio que desse para relaxar e ver filmes descontraidamente. "E assim chegamos aqui, a Lisboa".
"O Tribeca é mais do que as histórias que contamos, é sobre as histórias que criamos através de uma comunidade e através do crescimento. Em nome de todos aqueles que fazem parte da nossa equipa e da comunidade que partilhamos, sejam bem-vindos ao Tribeca Festival Lisboa. O festival cresceu, prosperou e agora expande-se", finalizou Robert de Niro na cerimónia.
Com o festival a decorrer entre esta sexta-feira, 18, e sábado, 19, no Hub Criativo do Beato, o Tribeca Film Festival faz assim a sua estreia noutro país, uma vez que quando foi fundado nos EUA foi para comemorar Nova Iorque como um centro de produção de filmes e de contribuir para a recuperação da cidade de Manhattan, onde se deu o ataque às torres gémeas. O festival acabou por, nos últimos 22 anos, nunca ter saído de lá, e durante estas mais de duas décadas tornou-se numa grande referência cinematográfica para todo o mundo.
Nesta edição, não só filmes independentes estrangeiros como também uma coleção de filmes portugueses vão estar em exibição, num evento que todos querem que faça com que o cinema nacional seja mais reconhecido. Quem o disse foram os vários artistas que passaram pela passadeira azul da grande cerimónia de abertura do festival, que decorreu no MAAT na passada quinta-feira, 17. Joaquim de Almeida, conhecido ator português que já participou em várias produções internacionais, confessou esperar que isto ajude a meter Portugal ainda mais no mapa. "Espero que isto [o festival] ajude sobretudo o cinema português (...) e era bom que isto ajudasse o cinema independente", começou por dizer.
"O streaming tomou conta da nossa indústria e o cinema que se faz hoje em dia são aqueles filmes enormes, deixou de se fazer pequenos filmes independentes, e pode ser que isto traga produções para Portugal. Temos um País lindíssimo e era um incentivo", acrescentou o ator de 67 anos. Filipa Areosa concordou com o colega de trabalho, acrescentando ainda que é preciso dar o valor correto à arte portuguesa. "Espero que Portugal tenha mais visibilidade no mundo do cinema, e que nos deem o valor que nós realmente temos. Espero que, com este festival e com estas palestras, que as pessoas consigam perceber que nós temos muito valor e que deem trabalho aos portugueses, que não nos diminuam. Acho que há sempre uma ideia de que os portugueses são mão de obra para tudo", confessou.
Daniela Ruah também explicou que misturar atores nacionais com internacionais traz muita visibilidade ao País, e que a vinda do Tribeca Festival a Lisboa era uma oportunidade que os deixava a todos muito felizes. "Trazermos para cá este tipo de atenção, e misturarmos os atores nacionais com os atores internacionais acho que nos traz muita boa visibilidade", disse. "É daquelas coisas que se falássemos há 10 anos sobre, era impensável acontecer. Acho que é porreiro, fomos ganhando o nosso espaço e é bom, é agradável que isto esteja a existir e é agradável fazer parte de alguma forma disto", comentou também o ator Afonso Pimentel.
Alba Batista, atriz portuguesa também a brilhar lá fora, confessou achar a internacionalização do festival uma "oportunidade fantástica", sendo que desta maneira também está a internacionalizar Portugal. "Acho que vai ser maravilhoso, isto vai ser uma oportunidade fantástica para Portugal e para se internacionalizar cada vez mais. Fico muito contente que tenham escolhido Lisboa porque é uma cidade muito especial, e temos cinema maravilhoso aqui em Portugal também, portanto estou muito grata por estar aqui", disse a atriz.
Veja os famosos que estiveram na cerimónia de abertura.
A programação do primeiro Tribeca Festival Lisboa inclui filmes independentes dos Estados Unidos, filmes portugueses, séries, podcasts, atuações musicais e conversas ao vivo com figuras nacionais e internacionais, destacando os melhores filmes do circuito de festivais de cinema de 2024 e os talentos que surgem atualmente em Portugal. Alguns dos nomes que vão fazer parte das várias palestras a decorrer durante os dois dias são Robert De Niro, Jane Rosenthal, Whoopi Goldberg, Patty Jenkins, Griffin Dunne, Chazz Palminteri, Ricardo Araújo Pereira, Daniela Ruah e César Mourão, Neil Patrick Harris, Mike Birbiglia, Tig Notaro, e muitos outros.
Os bilhetes para o Tribeca Festival Lisboa vão dos 75€ (para um dia) aos 130€ (passe para os dois dias) e podem ser comprados no site 3cket.