Em 2019, "Roma" foi um dos filmes mais falados da época de prémios. A produção da Netflix, realizada por Alfonso Cuarón, foi um autêntico sucesso e chegou à cerimónia dos Óscares, a 24 de fevereiro, com dez nomeações, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Atriz, entre outras. "Roma" acabaria mesmo por vencer em três categorias: Melhor Filme de Língua Estrangeira, Melhor Fotografia, e ainda valeu a Alfonso Cuarón o seu segundo óscar na categoria de Melhor Realizador.

Mas o sucesso à volta desta produção não agrada a todos: de acordo com uma notícia do site "Indiewire", Steven Spielberg não quer que o cenário deste ano com "Roma" se volte a repetir em próximas edições dos Óscares. O famoso realizador, que nunca escondeu as suas preocupações relacionadas com o facto de produções de plataformas como a Netflix receberem o mesmo tratamento do que filmes com distribuição nos cinemas, vai levar o assunto a debate na próxima reunião da Academia.

"O Steven acredita muito nas diferenças entre as plataformas de streaming e os lançamentos em cinema", declarou uma fonte da Amblin, a produtora fundada por Steven Spielberg, ao "Indiewire". "Ele ficará muito feliz se outros se juntarem ao que ele tem para propor na reunião", continuou a mesma fonte, referindo-se às alegadas mudanças nas regras dos filmes a concurso.

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No passado, o realizador de "A Lista de Schindler" e "A Ponte dos Espiões" já tinha afirmado que não acreditava que os filmes da Netflix pudessem ser elegíveis para os Óscares, mas apenas para os Emmys. 

"Assim que te comprometes com um formato televisivo, és um filme para televisão. Se for um ótimo produto, claro que merece um Emmy, mas não um Óscar. Não acredito que os filmes que passam menos de uma semana em dois ou três cinemas mereçam ser considerados para uma nomeação para os Óscares", explicou Steven Spielberg em 2018, numa entrevista para as "ITV News".