Depois de um evento de proporções cataclísmicas, os Estados Unidos da América deixam de existir e são invadidos por criaturas do reino dos mortos. Ainda que invisíveis aos comuns mortais, estes vultos deambulam por uma Terra agora deserta, deixada ao abandono e sem esperança. Não se sabe o que aconteceu ou por que motivo estes seres vivem agora presos a uma realidade onde não pertencem, mas é nesse contexto que se passa "Death Stranding" — o novo grande jogo para a PlayStation 4, que promete bater recordes de vendas e ser o presente mais apetecido no Natal.

O jogador assume o controlo de Sam Bridges que, interpretado por Norman Reedus, é uma espécie de estafeta encarregue de percorrer o universo aberto do jogo para fazer entregas às várias colónias dos EUA que ainda restam e que vivem isoladas. Além de entregar mantimentos, o jogador tem ainda como missão final ligar todas estas regiões a uma rede de comunicação. O objetivo? Voltar a criar uma civilização única pós-desastre.

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Ao contrário de outros grandes jogos da PlayStation 4, como "God of War" ou "Red Dead Remption 2", este "Death Stranding" não apresenta uma história que faça uso da violência física explícita. Não há sangue, decapitações ou mortes extremas. Mas há muita introspeção e um foco na ideia de que o mundo, tal como o conhecemos, se foi tornando cada vez mais desconexo e difícil de habitar — especialmente para quem está completamente sozinho.

E se tem miúdos em casa, o mais provável é que já tenha ouvido falar do novo jogo, lançado na sexta-feira, 8 de novembro. É que além de ser assinado por Hideo Kojima, considerado um dos grandes nomes do meio, o título é capaz de ser um dos mais estranhos do ano ainda que, na base, aborde temáticas complexas.

A pensar nisso, mostramos tudo o que quem tem miúdos em casa deve saber sobre "Death Stranding".

Afinal, qual é a história principal do jogo?

Não é por acaso que dizemos que "Death Stranding" é capaz de ser o jogo mais estranho do ano. É que a história não é linear ou fácil de se perceber. Sabe-se que um desastre mudou por completo os EUA, que há mortos a habitar o mundo suspensos no ar e que devoram os vivos sempre que estes se aproximam.

Num mundo real cada vez mais marcado por muros, fronteiras e ódio, "Death Stranding" conta-nos uma história bonita de como vale a pena voltar a querer estabelecer ligações com os outros — desde que seja na base do respeito e da empatia. Mesmo que, para isso, tenha de recorrer a um universo pós-apocalíptico onde o pior de cada um está à vista.

Arriscamos a dizer que este é um jogo introspetivo, na medida em que na maior parte das vezes, o jogador está completamente sozinho naquele universo à medida que vai reconstruindo uma sociedade cada vez mais dividida.

"Ao longo da vossa experiência a jogar o jogo, tenho esperança de que venham a perceber a verdadeira importância de criar ligações com os outros", escreveu Hideo Kojima, criador de "Death Strading", numa nota dirigida aos seus fãs.

É adequado para crianças?

Por ser muito diferente do que é atualmente o estilo dos videojogos, pode ou não ser uma boa aposta comprar o "Death Stranding" para os miúdos lá de casa. Além de custar 69,99€, não é um título com muita coisa coisa a acontecer ao mesmo tempo. Não é um jogo de ação e não promete que seja daqueles que se podem passar em dois ou três dias.

Pelo contrário, é um jogo que exige dedicação e até alguma predisposição para perceber a história que vai sendo contada ao longo de várias cenas cinematográficas, como se de um filme se tratasse. E as primeiras horas de jogo são compostas por muitas cenas dessas. Há uma sobre-exposição da narrativa, das personagens e dos objetivos que deve concluir — e isso pode ser o suficiente para fazer qualquer jogador perder o interesse.

Mas se os miúdos da sua família já tiverem visto vários trailers e estiverem confiantes de que aquele jogo é para eles, então este problema não se coloca. O título tem alguns momentos de tensão psicológica, como quando o jogador confronta os mortos que habitam este novo universo e se vê obrigado a passar por eles despercebido.

O momento em que o jogador encontra os mortos que agora deambulam pela Terra

Mas fora isso, arriscamos dizer que é uma história pouco violenta, mesmo que haja elementos sobrenaturais e monstros. Poderá haver sim momentos de grande tensão psicológica, como aquele em que o protagonista é obrigado a carregar o corpo da mãe até um incinerador.

Mas nada melhor do que acompanhar cada sessão de jogo para poder responder a todas as questões que a criança possa ter durante a história. É que a narrativa que "Death Stranding" conta é indissociável do mundo do século XXI. Aqui fala-se da necessidade da empatia, de criar relações com os outro, de superar muros e barreiras impostas pelo ódio, de minimizar a distância entre nós e das consequências a que um isolamento perpétuo pode conduzir. 

Este "Death Stranding" joga-se online com outros jogadores?

Embora o jogo aposte numa mensagem positiva e reforce a importância de viver em comunidade com os outros, em "Death Stranding" não há contacto direto com outros jogadores. No entanto, vai ser testemunha da forma como outros jogadores espalhados pelo mundo moldam a sessão de jogo — bastando que, para isso, tenha uma ligação à internet.

Neste jogo há muitas montanhas, colinas, rios e vários tipos de solo irregular que precisam de escadote, estradas ou cordas para serem transponíveis. E não vão ser raras as vezes em que, numa altura de necessidade, vai ver, por exemplo, uma corda deixada no chão por outro jogador para que consiga descer a montanha onde está preso há horas.

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Embora não interaja diretamente com ele, ele deixou a corda no chão a pensar nos jogadores que vão passar por ali e que possam não ter uma consigo. A entreajuda e a camaradagem são dois dos temas mais importantes de "Death Stranding" — e também pode deixar equipamento especial para que outros o possam usar, mostrando que também quer ajudar. 

Mais um aspeto interessante: ao contrário de outros jogos, aqui não precisa de uma subscrição ao PlayStation Plus (a funcionalidade que lhe permite jogar online com outras pessoas) para fazer uso desta funcionalidade.

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