É caso para dizer: mudam-se os tempos, mudam-se as ambições. E estão a tornar-se bastante mais simples. Se as crianças de antigamente sonhavam em vestir um fato branco e um capacete redondo para seguirem numa nave em direção ao espaço, agora querem simplesmente carregar no play, gravar um vídeo e ganhar popularidade no Youtube.
A conclusão é de um estudo feito numa parceria entre a Harris Poll (a mais antiga empresa de estudos de mercado dos Estados Unido) e o Grupo LEGO, publicado a propósito dos 50 anos da chegada do homem à lua, data que se assinala a 2o de julho.
A investigação teve como base respostas de pais e de crianças com idades entre os 8 e os 12 anos, dos Estados Unidos, China e Reino Unido. Os dados provam que os influenciadores digitais — quer na área dos jogos, quer na do lifestyle — têm tido um forte impacto nos mais jovens e os números desta investigação são um reflexo disso: 29% das crianças querem ser youtubers. Já com uma percentagem três vezes menor, nos 11%, estão os jovens que querem seguir as pegadas de Neil Armstrong e Buzz Aldrin na superfície lunar.
A investigação avaliou ainda o conhecimento das crianças relativamente à história das conquistas espaciais. Surpreendentemente, 2% das crianças acreditavam que tinha sido Buzz Lightyear o primeiro homem na lua. 85% das crianças deu a resposta certa: Neil Armstrong.
A geração que nasceu agarrada à tecnologia — 97% referiu que usa equipamentos eletrónicos como câmaras, ratos de computador ou termómetros de ouvido — desconhecia, em parte, que estes objetos foram inventados graças aos programas espaciais.
Sabem, no entanto, que os astronautas têm um papel fundamental na atividade espacial (90%), mas os números decrescem no que diz respeito ao conhecimento sobre a importância dos engenheiros (58%), dos programadores (52%) ou dos agricultores (7%).
Os resultados podem relacionar-se com a influência dos pais, dos professores e da internet. 53% das crianças consideram que estes elementos têm um peso significativo na motivação para saber mais sobre o assunto.
Apesar de muitas crianças não tencionarem incluir no futuro a exploração espacial, acreditam nas conquistas que podem vir a ser alcançadas. É o caso da ida do Homem a Marte, cujas respostas registam valores gerais elevados: China com 97%, EUA com 86% e Reino Unido com 87%.
As crianças ocidentais vão mais longe: 96% coloca a hipótese de um dia a humanidade vir a viver noutro planeta.