Apesar de cada criança ter o seu tempo, é por volta da marca de 1 ano que muitos bebés começam a dar os primeiros passos. Alguns são mais precoces e já andam com menos de 12 meses, outros demoram um pouco mais — e, acreditem, ter um filho com mais de ano e meio que insiste em não andar é motivo para muitas conversas e conselhos não solicitados.

Por mais que todos os pais se queixem da rapidez com que o tempo passa, a verdade é que são poucos aqueles que não se enchem de orgulho assim que veem os filhos começar a caminhar — e, de acordo com um estudo publicado no jornal médico “Pediatrics” em junho de 2018, as crianças que começam a gatinhar e a andar mais precocemente podem desenvolver as suas capacidades cognitivas mais cedo.

A equipa de investigadores responsável pela elaboração do estudo debruçou-se sobre 599 relatórios de objetivos alcançados pelas crianças (como gatinhar, colocar-se em pé, andar), elaborados por mães de bebés nascidos entre 2008 e 2010: estas mães gravaram o momento em que os filhos se sentaram pela primeira vez sem ajuda, gatinharam, ficarem em pé e caminharam sem assistência.

Não obrigue o seu filho a andar
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Os autores da investigação, com base nesta amostra, encontraram uma ligação entre a idade em que os bebés ficaram de pé pela primeira vez e as suas competências cognitivas anos depois. A título de exemplo, a maioria das crianças consegue ficar de pé por volta dos 9 meses — de acordo com os investigadores, as crianças seguidas no estudo que o fizeram apenas com 11 meses, tiveram níveis mais baixos nos testes cognitivos efetuados aos 4 anos.

“Conseguir identificar um possível atraso no desenvolvimento de uma criança é muito importante. Intervir desde cedo pode mesmo melhorar as suas competências”, afirmou Akhgar Ghassabian, autora principal do estudo e professora universitária na NYU Langone Health. “A identificação de qualquer desvio do desenvolvimento normal de uma criança, e o devido diagnóstico, é um processo muito stressante para qualquer pai. No entanto, percebemos com este estudo que os pais estão bastante atentos às fases do desenvolvimento dos seus filhos, e são os primeiros a identificar possíveis atrasos”.